MEMÓRIA

Eventos marcam ano de morte de Rubem Alves

Biografia de Rubem Alves, morto há exato um ano, será lançada no dia 28 de julho em Campinas

Delma Medeiros
delma@rac.com.br
20/07/2015 às 14:49.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:08

Festejar o “renascimento” do escritor, mestre em teologia, doutor em filosofia, pedagogo, poeta, cronista, contador de histórias, ensaísta, teólogo e acadêmico Rubem Alves foi a forma encontrada pelo Instituto Rubem Alves para marcar um ano de sua morte, em 19 de julho de 2014. “Rubem Alves era um apaixonado pela vida, então queremos marcar o primeiro aniversário de sua morte com ações de renascimento”, explica Ana Paula Hunziker, uma das coordenadoras do Instituto, junto Raquel Alves, filha do escritor.A programação envolve várias atividades, com destaque para o lançamento do livro É Uma Pena Não Viver (Editora Planeta), a primeira biografia do pensador, de autoria do jornalista e advogado Gonçalo Junior, no dia 28 de julho. Outra homenagem será o Sarau Rubem Alves, que reunirá literatura, arte, música e gastronomia nesta terça-feira. As duas atividades serão realizadas no Café Bistrô Rubem Alves.Na biografia, Gonçalo Junior apresenta o mundo singular desse humanista e revela detalhes de uma existência marcada pela pregação de ideias que pretendiam levar as pessoas à transformação de si mesmas e das coisas à sua volta. “Este é um livro para chorar. Rubem teve uma vida absolutamente extraordinária, repleta de histórias de superação, de situações pelas quais passou escapando de armadilhas”, afirma Gonçalo Junior. “É um trabalho que me dá muito orgulho, feito num ritmo alucinante, em cerca de sete meses”, conta a escritor, citando que esta é sua 30ª publicação. “Já fiz outras biografias, mas levava de dois a três anos para concluí-las. Nesse caso tive uma estrutura que me permitiu ficar dedicado só a isso. Foi um mergulho louco.” As dificuldades, segundo o biógrafo, começam no nascimento do escritor, em 1933, na cidade de Boa Esperança (MG). “No mesmo ano, sua família, que era milionária, faliu e foi viver na fazenda de um parente, em que a mesa era um caixote, passando de podres de ricos a uma situação de quase miséria”, conta Junior. O livro joga luz também em aspectos quase desconhecidos da trajetória de Rubem, como a perseguição que sofreu dentro da Igreja Presbiteriana do Brasil, da qual era praticante. A igreja, ligada à ditadura, o denunciou nos primeiros dias que se seguiram ao golpe militar de 1964 como um perigoso subversivo e comunista. “Depois de dedurado por um diretor do Colégio Presbiteriano de Lavras, que considerava amigo, mas que na verdade era um agente da CIA, o temor de ser preso o levou ao exílio nos Estados Unidos, onde desenvolveu uma tese de doutorado em que cunha o termo e traz à tona os fundamentos da Teologia da Libertação”, adianta o biógrafo.Junior narra ainda a história de vida, os dramas pessoais, as amizades e relações familiares e a descoberta de duas doenças devastadoras — um câncer e o mal de Parkinson — e sua paixão pelas coisas simples e pela vida. Rubem Alves se definia como um contador de histórias e afirmava que se não fosse escritor, seria jardineiro. “Ele foi um professor respeitado e um dos maiores palestrantes do Brasil sobre educação. Sua luta contra o câncer e o mal de Parkinson e sua sede de viver foi que inspiraram o título do livro”, completa Junior, destacando que se trata de uma biografia autorizada, mas que não teve nenhuma interferência da família ou do Instituto Rubem Alves. “A Raquel e a Ana Paula deram total liberdade para abordar o que quisesse e só leram o livro depois de concluído e impresso.”

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