Evento promove palestra e visitas às exposições no centro da cidade de Campinas (Divulgação)
Quer conhecer a arte que existe na vizinhança? É o que propõe o evento "Na Vizinhança", do Circuito Livre de Arte Independente (CLAI), que neste sábado (23) convida para um tour gratuito por exposições no centro da cidade. Uma roda de conversa sobre Produção Cultural será o abre-alas e o ponto de partida no Senac (das 10h às 12h). Em seguida, fica aberto o convite para circulação orientada pelas ruas e praças, passando por quatro pontos culturais da região central de Campinas: o Museu de Arte Contemporânea, o Espaço Marco do Valle, o Ateliê Serafina e a Fêmea Fábrica. A condução será do artista Bruno Novaes, que está com trabalhos expostos nestes locais, e com parada estratégica para café na Livraria Pontes.
O circuito começa às 13h com a visita ao Ateliê Serafina, da artista Valéria Scornaienchi (no Edifício Itatiaia na Rua Irmã Serafina, 919). Às 14h, a parada é no Museu de Arte Contemporânea de Campinas, onde está em cartaz a exposição "Diário 366" (Rua Benjamin Constant, 1633). Às 15h será a parada na Livraria Pontes (Rua Dr. Quirino, 1223), para um café com o livro "Diário 366", de Bruno Novaes. Na sequência, às 16h, o convite é para conhecer a Fêmea Fábrica (Rua Luzitana, 1769), onde será possível observar os processos criativos dos artistas residentes. E o encerramento às 18h será no Espaço Marco do Valle (Rua Dr, Quirino, 1856), onde pode ser vista a mostra "Trabalho em Dupla", apresentando relacionamentos a dois, como pai e filho, professor e aluno, e curador e artistas.
Outro evento da rede de artistas independentes de Campinas, mas que acontece em São Paulo hoje, é o lançamento da primeira publicação impressa da plataforma Hipocampo (hipocampo.art.br). A publicação tem 21 trabalhos de 12 artistas selecionados do acervo por Jurandy Valença e Maíra Endo. Hoje, a partir das 18h, no Espaço Cultural Marieta, no Centro de São Paulo, com entrada gratuita. O Hipocampo é um espaço virtual independente que mantém mostras permanentes, um acervo próprio que ultrapassa 380 peças, entre textos, vídeos, áudios, desenhos, ilustrações, fotografias, livros de artistas e outros materiais doados por mais de 40 colaboradores.
Uma rede diferente
Campinas já tem 16 espaços formalmente cadastrados em uma rede de arte independente - entre estúdios e pontos de cultura - mas há muito mais. Para fortalecer e dar visibilidade a essa rede de artistas foi criado o CLAI um pouco antes da pandemia, no início de 2020. Uma das organizadoras, Maíra Endo, explica que a ideia agora é ampliar e representar essa rede em diferentes regiões da cidade. Para isso, em agosto terá início uma campanha nas redes sociais para mapear outros pontos que funcionam na cidade, inclusive na periferia.
Podem participar os espaços independentes ou coletivos de artistas que desenvolvam atividades ligadas às artes visuais, que ofereçam atividades abertas ao público e que não tenham a geração de lucro como objetivo. A ideia da rede é conhecer as iniciativas autogeridas nesse segmento para a realização de ações que fortaleçam o circuito de arte independente de Campinas. A campanha de chamamento pelas redes sociais está prevista para o período entre 15 de agosto e 15 de setembro.
Ampliar público
"Apesar de Campinas ter hoje uma respeitada cena independente voltada para as artes visuais, a divulgação de seus eventos - em geral feita através de redes sociais - ainda é restrita a seus seguidores e nem sempre chega ao grande público", comenta Maíra. Por isso, no final de abril foi organizado o primeiro circuito presencial a essa rede, para que as pessoas pudessem conhecer o ambiente de trabalho e as criações dos artistas em seus estúdios. "Assim criamos oportunidade para o público conhecer locais diferentes e esses endereços receberam novos públicos", avalia.
Hoje os estúdios estão concentrados principalmente no Centro, na Vila industrial, e nos distritos de Sousas e Barão Geraldo. O CLAI é uma rede de colaboração que articula eventos conjuntos, atrai novos públicos, incentiva o hábito de consumir arte e cultura na cidade e levanta questões do segmento para o Conselho Municipal de Cultura. Maíra, que é pesquisadora da cena independente, relembra que em 2015 ela mesma conhecia apenas cerca de cinco pontos de arte independente na cidade. Hoje são 16 cadastrados na rede colaborativa e muitos outros que ainda não se juntaram ao movimento.
O público principal desses locais ainda é formado por estudantes de arte, artistas e outras pessoas que trabalham no segmento visual. Entretanto, essa rede é mais festiva e atualmente conta com uma boa estrutura criada na base de voluntariado e investimento dos próprios artistas. "Por isso, muitas vezes consegue atrair mais gente que os equipamentos públicos, que estão bastante abandonados em sua infraestrutura", comenta.
Para conhecer e acompanhar essa rede de arte independente, basta seguir no Instagram: @claicampinas
Quem tiver interesse em participar pode fazer contato pelo e-mail [email protected]