barracão teatro

Espetáculo expressa arte com máscaras inteiras

Estreia amanhã no Sesc Campinas e que marca um novo ciclo de trabalho do grupo, criado em 1998 pelos diretores Tiche Vianna e Esio Magalhães

Delma Medeiros
04/04/2019 às 11:02.
Atualizado em 04/04/2022 às 10:52

Expressões humanas, dramáticas e com silêncio pleno de conteúdo são as características principais de desTino – quando o que está dito não precisa de palavras, espetáculo que o Barracão Teatro estreia amanhã no Sesc Campinas e que marca um novo ciclo de trabalho do grupo, criado em 1998 pelos diretores Tiche Vianna e Esio Magalhães, no distrito de Barão Geraldo. “No ano passado completamos 20 anos de atuação com o espetáculo Zabobrim, o rei vagabundo que mesclava a linguagem da máscara do palhaço com a commedia del'arte. Sentimos que haviamos fechado um ciclo e ficou a dúvida de para onde ir. A ideia de trabalhar com máscara inteira já rondava. Fomos procurados por atores que conheciam o trabalho do grupo alemão Familie Flöz - que desenvolve pesquisa de máscara inteira, o que exige uma performance corporal intensa, acrobática -, e estavam interessados em fazer um workshop comigo e com o Esio. Depois, o grupo Trompin Teatro, de Caxias do Sul estava montando um espetáculo de máscara inteira com o Fábio Cuelli, que havia voltado da Itália onde trabalhou com essa técnica e começado a confecção de máscaras. O grupo me convidou para dirigir o espetáculo Passagem para Dois, tive mais contato e me apaixonei pela linguagem. O Esio também estava interessado e resolvemos encarar o desafio”, conta Tiche, que dirige o espetáculo. “Cogitamos até ir para a Itália, mas vimos que podíamos trabalhar com orientação e assessoria do Fábio e começar um novo ciclo com uma máscara que não conhecíamos e tirando a palavra. Neste momento de incertezas por que passa o País, percebemos que as palavras são insuficientes para descrever nosso olhar de indignação sobre esta realidade. Nada melhor que máscaras inteiras, que não usam palavras. Os atores se expressam por meio de movimentos, gestos e ações de seus corpos.” Ela conta que os estudos foram iniciados em julho de 2018, com um curso aberto de confecção de máscaras que resultou nas primeiras. “Ficamos fascinados com suas expressões humanas, dramáticas e com seu silêncio pleno de conteúdo”, diz Tiche. No final do ano o processo foi retomado. No total, o grupo produziu 17 máscaras, das quais 11 são usadas no espetáculo. Tiche ressalta que a inspiração veio do Familie Flöz, mas a proposta não foi reproduzir o trabalho alemão, mas, a partir dele chegar ao que caracteriza e expressa o povo brasileiro. “Não consideramos que lidamos com personagens, nem com arquétipos, como costumamos fazer com as máscaras jáe conhecidas, desta vez adentramos um território diferente: máscaras com caras de pessoas, mas acima de tudo com temperamentos e forças que pertencem à natureza humana”, diz Tiche, citando que a sonorização, iluminação e cenografia tornaram-se parceiras de cena na composição das narrativas. Sobre o espetáculo, ela afirma tratar-se de “um chamado poético, uma preocupação sensível, uma convocação afetiva. Com máscaras inteiras expressivas, criadas para este espetáculo sem palavras, rimos e choramos, brincamos e refletimos, mas acima de tudo, nos sensibilizamos com nossa trágica realidade”. No elenco estão Cadu Ramos, Carol Novaes, Cintia Birocchi, Esio Magalhães, Fernando Fubá e Kara Catharina. Oficinas No sábado e domingo, das 14h às 18h, Tiche Vianna e Esio Magalhães ministram no Sesc a oficina A Fala do Corpo, sobre máscaras teatrais. A idade mínima para os participantes é de 16 anos, e são oferecidas 20 vagas. Os participantes têm que ter disponibilidade para trabalho físico, roupas de cores neutras, sem estampas e levar alguns objetos cênicos como mala, guarda-chuva, louça de plástico, ramalhete de flores, roupas e instrumentos musicais. Os valores vão de R$ 6,00 a R$ 20,00. AGENDE-SE O quê: DesTino - quando o que está dito não precisa de palavras Quando: Amanhã, às 20h Onde: Teatro do Sesc Campinas (Rua D. José I, 270/333, Bonfim, fone: 3737-1500) Quanto: De R$ 5,00 a R$ 17,00

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