EXPECTATIVA

Espetáculo 'As Caras do Brasil' está em fase de preparação de nova turnê

As apresentações trarão novidades nos quadros e personagens

Cibele Vieira
03/09/2022 às 17:21.
Atualizado em 03/09/2022 às 18:17
O espetáculo "As Caras do Brasil" está em fase de preparação de nova turnê com apresentações que trarão novidades nos quadros e personagens (Divulgação)

O espetáculo "As Caras do Brasil" está em fase de preparação de nova turnê com apresentações que trarão novidades nos quadros e personagens (Divulgação)

O palhaço Minhoca foi o primeiro personagem criado pelo ator, músico, comediante e produtor Marcos Tadeu, em 1967, quando ele começou a investir no teatro, fazendo apresentação de fantoches com a irmã. A experiência dos palcos para públicos infantis ajudou na criação do seu primeiro personagem e no desenvolvimento dos outros 11 que vieram depois e compõem o espetáculo "As Caras do Brasil", que já foi apresentado 999 vezes em diferentes locais. "Sempre insiro novidades e atualizo os temas, mas o que me motiva é mostrar o Brasil, na sua miscigenação de raças, que é um pedaço de cada lugar do mundo", afirma Marcos Tadeu, que se considera "bom de improviso". 

Fazendo personagens ou cantando acompanhado de cavaquinho, violão, banjo ou viola caipira, o ator-autor desenvolve vários esquetes com personagens como o descobridor do Brasil, o mecânico de automóveis, o professor de história da arte, o bêbado, o seresteiro, o brasilíndio, o caipira, o palhaço, o vampiro e o sr. José da Silva. Entre as muitas atualizações do espetáculo, a próxima apresentação terá a figura do político e um quadro da Maria Cristina Cri Cri - sua homenagem à única irmã - que entrevistará o público. O espetáculo está em fase de agendamento para a turnê pelo interior do Estado. 

"Não sou muito contador de piadas, mas um contador de causos", esclarece. O espetáculo, que não consegue sair de cena há quase 55 anos, "desenvolve uma sátira muito bem-humorada e inteligente sobre o Brasil do descobrimento aos dias de hoje, e foi feito para o público se divertir e pensar em como é sua vida". Na sinopse, ele resume que a motivação desta montagem veio de um desafio comum: "ao ser acusado pela própria mulher de ser um homem de um assunto só, o autor resolveu mostrar no palco que fala de muitos assuntos". Em 1h30 de apresentação, o ator transita por uma coleção de esquetes com personagens que se alternam na troca de chapéus que o caracterizam em uma divertida mistura de "histórias, coisas românticas, crítica política e abobrinhas", diz. 

Mas se engana quem pensa que o comediante não aprofunda questões. Um dos personagens, por exemplo, é baseado no texto "Três Inquéritos Sobre o Problema do Homem Ajudar o Homem", de Bertolt Brech, adaptado para o ator e o boneco José da Silva. "É um quadro de crítica social, que mostra como nem tudo é como a gente quer e é inspirado em um autor pelo qual sou apaixonado", explica. Um dos novos personagens, um político em permanente comício, coloca um forte apelo social nas falas. Já a "História do Brasil desde o descobrimento até hoje" é uma releitura do lendário Ari Toledo, enquanto as falas do mecânico de automóveis são todas com trocadilhos envolvendo marcas de carro. Até o seu primeiro personagem, o palhaço Minhoca, foi inspirado na teatralidade do Arrelia com a musicalidade do Carequinha. 

Números e bagagem profissional 

Marcos Tadeu, natural de Rio Claro, SP, veio para Campinas no final da década de 1970. Ele foi o precursor do trabalho teatral em bar, numa época em que havia nesses locais somente apresentações musicais. Sua "Conversa de Botequim" percorreu a noite campineira. "Eu queria falar um pouco de tudo, cantar, fazer as pessoas se divertirem, mas também refletirem", explica. Sua carreira passou também pela manipulação de bonecos e pelas salas de aula, como professor de teatro em vários colégios em Campinas e cidades da região, além de atuar como professor de interpretação dos cursos de formação de atores do Conservatório Carlos Gomes. Essa experiência lhe deu liberdade para montar espetáculos com grande interação da plateia, pois gosta de brincar com o público e fomentar a participação nos espetáculos. 

O artista gosta de números e cita que nasceu em 1955 e tem 55 anos de carreira, sua entrada no teatro se deu em 1967 e tem 67 anos de vida. Por tudo isso "preparar o milésimo espetáculo é uma motivação a mais", reforça. Ele organiza a turnê de "As Caras do Brasil" por cidades do interior do Estado e, para o próximo ano, planeja levar o espetáculo para as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro. Sua companhia teatral, a MTC Teatro de Campinas, também se apresenta em eventos.

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