Escritora, jornalista, diplomata e professora, ela é autora de 18 livros e sete peças de teatro
Cecília Prada foi a primeira mulher a vencer sozinha o Prêmio Esso — o mais importante reconhecimento a um profissional de imprensa (Arquivo pessoal)
Faleceu na madrugada deste sábado, aos 94 anos, a escritora, jornalista, diplomata, professora, dramaturga, ensaísta e tradutora Cecília Maria do Amaral Prada. A morte foi decorrente de causas naturais. Autora de 18 livros e sete peças teatrais, ela foi a primeira mulher a vencer sozinha um Prêmio Esso (o reconhecimento mais importante dado a um profissional de imprensa no Brasil). Cecília foi velada na segunda-feira (4) na Academia Campinense de Letras, da qual era membro, e sepultada no Cemitério Parque Flamboyant.
Nascida em 23 de novembro de 1929, em Bragança Paulista, Cecilia morou a maior parte de sua vida em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Campinas, que foi sua casa até o fim da vida. Ela se formou na primeira turma de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero e iniciou a carreira aos 19 anos com a publicação de seu premiado conto “Ponto Morto” no jornal A Gazeta.
Além dos livros e peças, ela traduziu 39 volumes do francês e inglês para o português. Com o romance “O Caos na Sala de Jantar”, ela foi reconhecida pela APCA, como autora revelação, e pelo Prêmio Governador do Estado de São Paulo.
Já com o livro de contos “As raízes predatórias”, ficou em segundo lugar no Prêmio José Lins do Rego de Ficção de 1965.
Cecília foi casada com o diplomata, filósofo, antropólogo, professor universitário, tradutor e ensaísta Sérgio Paulo Rouanet, responsável pela criação da Lei Federal de Incentivo à Cultura, popularmente conhecida como Lei Rouanet. Foi diretora da União Brasileira de Escritores (UBE) entre 1998 e 2000, e também era membro da Academia Campineira de Letras e Artes. Nos últimos anos, Cecília integrou a equipe de pesquisadores do Instituto Hércules Florence.
Ao longo da vida, Cecília sofreu com limitações impostas a ela por seu gênero, inclusive precisou deixar o cargo diplomático por causa do casamento e lutou até o fim de sua vida em tribunais para conseguir justiça pelo ato considerado inconstitucional. Seu último livro, “Sou Mulher, Logo Não Existo”, publicado em 2016, é um romance autobiográfico em que detalha as dificuldades enfrentadas por ser uma mulher com aspirações à frente de seu tempo.
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