EM PROL DA CULTURA

Entidade campineira se mobiliza para construir sua nova sede

Legislativo renovou a concessão de direito real de área pública ao Centro de Ciências Letras e Artes

Delma Medeiros
17/06/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 12:01

O processo vem de longa data, mas a Câmara de Vereadores de Campinas concedeu nova chance para o Centro de Ciências Letras e Artes (CCLA) concretizar o sonho de construção da nova sede de entidade. Na sessão do dia 10, o Legislativo renovou a concessão de direito real de área pública municipal ao CCLA. “A concessão prevista no artigo 1o desta lei se dará a título gratuito e intransferível por prazo indeterminado, devendo a área concedida ser utilizada pela concessionária exclusivamente para a construção e manutenção do Museu Carlos Gomes e demais dependências da sede do CCLA”, diz o artigo 2o da lei 181/12. Já o artigo 4º determina que o disposto acima seja cumprido em 5 anos. 

A concessão ao CCLA do terreno, localizado na Rua Eunice Navarro, no Parque Alto Taquaral, foi uma iniciativa do prefeito José Roberto Magalhães Teixeira, morto em 1996, e vem sendo renovada desde então porque a entidade ainda não levantou os recursos necessários para a construção do prédio. “Com a nova concessão, vamos tentar a aprovação da Lei Rouanet para arrecadar os recursos necessários junto à iniciativa privada”, informa o presidente do CCLA, Marino Ziggiatti. “Com o aval do poder público temos mais 5 anos para correr atrás dos recursos”, afirma.

O projeto para a nova sede, que vai abrigar os Museus Carlos Gomes e Campos Sales — atualmente mantidos em espaços restritos na sede da entidade, no Centro de Campinas — e as demais dependências da da entidade está pronto e aprovado. “Temos até o alvará para início da construção. Mas precisamos levantar entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões”, explica Ziggiatti.

Uma primeira ação nesse sentido veio da pianista Sonia Rubinsky, que se comprometeu a realizar anualmente um concerto com renda revertida ao CCLA. O primeiro já está marcado para o dia 28 próximo.

A renda deste show já tem destino certo. “Pretendemos iniciar o processo de digitalização das partituras originais de Carlos Gomes”, adianta Ziggiatti. Ele explica que sempre que um maestro vem a Campinas tocar peças do compositor campineiro quer consultar as partituras originais para completar as informações sobre a obra. “São partituras antigas, com mais de 100 anos e é bem arriscado manuseá-las. Por isso nosso primeiro objetivo é digitalizar as peças. Depois vamos disponibilizar as partituras pela internet. Além de preservar os originais, é uma forma de divulgar as obras de Carlos Gomes”, afirma o presidente.

Ziggiatti explica que é urgente obter os recursos e construir a nova sede. "A sede que ocupamos hoje está obsoleta. Tem apenas 1,6 mil metros quadrados - o projeto da nova prevê 3,6 mil metros quadrados de área construída -, uma escadaria e sem elevador. Isso dificulta o acesso. O novo projeto contempla a acessibilidade e reserva áreas maiores para os museus Carlos Gomes e Campos Sales, que ocuparão a parte térrea do prédio" , informa Ziggiatti. “Os dois museus são fundamentais para preservar a história e o patrimônio desses dois campineiros. A concessão por mais 5 anos é um passo importante para concretizar o projeto”, conclui.

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