Parque Taquaral

Em Campinas, Mostra Cultural Afrofuturismo atualiza conceitos

No Museu da Casa de Vidro é possível conhecer uma nova África revelada pela pluralidade cultural das artes manuais, pinturas, moda, esculturas, fotografias, vídeos de dança e música

Cibele Vieira/ [email protected]
10/11/2022 às 14:11.
Atualizado em 10/11/2022 às 14:36
Obras de diferentes linguagens e etnias mostram a pluralidade da África atual na mostra da Casa de Vidro (Divulgação)

Obras de diferentes linguagens e etnias mostram a pluralidade da África atual na mostra da Casa de Vidro (Divulgação)

Quais os conceitos vêm a nossa mente quando pensamos em África? Pesquisas indicam que a maioria das pessoas pensa em pobreza, conflitos étnicos, vida tribal, matriz dos povos escravizados e grandes animais. Pois é exatamente para mudar o olhar e quebrar estereótipos que foi montada a Mostra Cultural Afrofuturismo, que pode ser visitada até 23 de novembro, no Museu da Casa de Vidro, no Lago do Café. São exibidas 25 obras de dez países, entre pinturas (em tela, em papiros e em estilo batik), esculturas em madeira, máscaras, painéis das cidades e moda (roupas e acessórios artesanais).

O professor Odair Marques da Silva, autor do Atlas GeoCultural da África e curador da mostra, explica que ela é apenas uma das ações coordenadas por um movimento de educadores autônomos e independentes que pretendem divulgar em escolas e comunidades a África contemporânea e moderna. "Os estereótipos mantidos ainda hoje levam a um olhar reducionista do continente, o que fortalece o racismo, o preconceito e a discriminação. A mostra faz o processo inverso, expondo as cidades modernas e pujantes da África urbana, sua tecnologia e sua arte", ressalta.

Duas peças chamam a atenção dos visitantes, pela beleza e tamanho. São as esculturas em madeira com 1,70m de altura, da etnia Fulani, únicas no Brasil. Odair, que já visitou sete dos 54 países que compõem o continente africano, explica que essas esculturas são produzidas pelos povos nativos como parte das competições que escolhem os líderes de comunidades locais. As máscaras que compõem a exposição são outro destaque e foram produzidas pela etnia Ashanti, como elemento de identidade cultural de cada povo e um patrimônio cultural africano. "O foco da mostra é mesclar a cultura tradicional de raiz africana com esse olhar contemporâneo, por meio de um acervo plural alargado pela diversidade e beleza estética", diz.

Mais de 1.600 alunos devem ser atendidos em visitações agendadas durante as três semanas de mostra, explica Adriana Barão, coordenadora do museu e curadora educativa da exposição. Devido ao grande interesse das escolas, está em avaliação a possibilidade de ampliar o período expositivo.

PROGRAME-SE

Mostra Cultural Afrofuturista

Quando: até 23/11, de terça a sexta das 9h às 12h e 14h às 17h, e aos sábados das 10h às 14h

Onde: Museu da Casa de Vidro - Av. Dr. Heitor Penteado, 2145, Largo do Café, Parque Taquaral

Entrada gratuita

Informações: www.africaatual.com.br 

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