CINEMA

Elenco de Power Rangers fala sobre o filme

Na nova aventura, dirigida por Dean Israelite (Projeto Almanaque), os jovens se tornam heróis após serem escolhidos, digamos, pelo destino, sendo obrigados a aceitar o fato de serem os únicos que podem salvar o planeta

Fábio Trindade
24/03/2017 às 22:53.
Atualizado em 22/04/2022 às 19:54
Os Power Rangers perfilados para entrar em ação: "A franquia é a mesma. Tudo está lá, apenas mais moderna" afirma o ator RJ Cyler (2ª à esq.)  (Divulgação)

Os Power Rangers perfilados para entrar em ação: "A franquia é a mesma. Tudo está lá, apenas mais moderna" afirma o ator RJ Cyler (2ª à esq.) (Divulgação)

O ator australiano Dacre Montgomery não consegue esconder a empolgação e se levanta da cadeira. Ele está preste a mostrar como se sentiu quando gravou a emblemática cena “Hora de Morfar” para o aguardado filme Power Rangers, em cartaz nos cinemas brasileiros. “Dá para ver um pouco da cena no fim do trailer, mas para a gente, na hora, é só a versão ‘baixo orçamento’. É como se fosse só eu e a câmera, e de repente vem um cara com um balde cheio de papel picado e joga em você. E eu fico ‘óh, isso, uau, pronto, agora eu sou um Power Ranger, vamos lá’. Não houve efeitos especiais para gente, só papel”, conta, ainda em pé, com outros três colegas de elenco o observando, às gargalhadas. Dacre, o ranger vermelho na versão cinematográfica da famosa série Power Rangers, esteve no Brasil em dezembro ao lado de Naomi Scott (ranger rosa), Ludi Lin (preto) e RJ Cyler (azul) para participar da Comic Con Experience e todos conversaram com exclusividade ao Caderno C. Na nova aventura, dirigida por Dean Israelite (Projeto Almanaque), os jovens se tornam heróis após serem escolhidos, digamos, pelo destino, sendo obrigados a aceitar o fato de serem os únicos que podem salvar o planeta das garras da terrível Rita Repulsa (Elizabeth Banks). “A franquia é a mesma. Tudo está lá, apenas mais moderna. São ideias diferentes, dentro de um mesmo universo. Funciona basicamente igual quando é lançado um modelo novo de um carro”, diz RJ, o ranger azul. “As pessoas ficam tentando adivinhar como vai ser, criam expectativas, porque querem reconhecer muitas coisas, mas sabem que não dá para ser como era antes. Então, assim que elas verem o filme, eu espero que o público fique com aquele sentimento de que ‘opa, isso é novo, eu não conheço, mas acho que gostei’. Mas tudo isso só vai acontecer depois de ver”, completa Ludi. Como toda adaptação, ainda mais de algo tão bem-sucedido, os receios e as cobranças do público são enormes. Mas antes de tudo, entretanto, o ranger vermelho, bastante sério, decreta basicamente o que é Power Rangers: “É um filme sobre a humanidade. Sobre o relacionamento entre nós cinco, sobre o vínculo que nós criamos, mais do que batalhas, monstros e heroísmo. A estrutura, o corpo do filme é ver como nós cinco nos juntamos, porque nós não gostamos uns dos outros na história. E o elemento sobrenatural, que eu vou chamar de elemento ficção científica, é uma metáfora para a nossa amizade”, diz. “Gente, parecia Shakespeare falando”, brinca Naomi, e todos começam a rir para voltar ao clima descontraído de antes. Apesar da expectativa não fazer bem a nenhum filme, Naomi dá o seu palpite sobre o que ela acha que os fãs mais querem ver nas telonas. “Acho que é a combinação de dois elementos. O primeiro, o aspecto visual, que os leve a essa questão nostálgica, que os remeta à infância. E depois qual personalidade cada ranger terá, porque nas séries, quando falamos desses personagens, sempre vem à mente o visual primeiro e depois o que eles representam. Tanto que muitos são mais conectados com um deles, por causa da série, mas pode ser que se identifiquem mais com outro pelo filme.” Falando em nostalgia, Bryan Cranston vive Zordon, o tutor dos Power Rangers. Mas assim como na série, ele é apenas um rosto dentro de um tubo, que guia os guerreiros. Ou seja, Cranston não filmou com os atores. “Mas eu o conheci. Em Nova York, algumas semanas atrás. Foi ótimo, ele não sabia quem eu era”, diverte-se Naomi. “Mas depois me apresentei e tudo deu certo.” Becky G vive personagem abertamente homossexual A cantora Becky G, intérprete da ranger amarela, foi a única que não veio ao Brasil por questões de agenda. Mas é importante ressaltar a importância da heroína na nova trama de Power Rangers porque ela já vem fazendo história como a primeira personagem gay da franquia. Mais do que isso, é a primeira super-herói de um núcleo principal a ser abertamente homossexual. No filme, ela está em processo de se descobrir, expõe que a família não a aceita e que, no fundo, só busca viver uma vida normal. Ashley Miller, Zack Stentz (dupla de X-Men: Primeira Classe) e John Gatins (Gigantes de Aço, O Voo) são os roteiristas do filme. (FT/AAN) Comic Con Experience foi palco de lançamento A entrevista com o elenco de Power Rangers, como dito, aconteceu quando quatro dos cinco protagonistas vieram ao Brasil em dezembro para participar da Comic Con Experience. Para ser mais específico, na manhã seguinte ao painel do filme realizado em São Paulo, quando os fãs simplesmente foram à loucura com as novidades apresentadas, o trailer e, claro, o elenco ali presente. “O mais interessante é que a gente nunca consegue medir o quão bem-sucedido foi o evento. Claro que para nós, que estamos ali, a energia é incrível. Mas não temos nenhuma comparação para saber a potência de tudo aquilo. Mas assim que saímos de lá, nós fomos informados que a resposta da plateia tinha sido insana mesmo, então o que sentimos ali foi verdadeiro, sabe, não só para nós”, explicou Naomi Scott. “Depois que saímos do palco, foi a primeira vez que eu senti que tudo o que a gente tinha feito neste projeto, desde as audições, filmagens, era real. Tudo começou a fazer sentido ali”, acrescentou Dacre Montgomery. Vale lembrar ainda que a plateia, na grande maioria, era de pessoas mais velhas que os quatro atores (três deles tem entre 22 e 23 e Ludi Lin tem 29 anos), exatamente o público que deve lotar as salas de cinema do mundo agora. Afinal, a série norte-americana, a que invadiu o mundo ocidental, é de 1993, enquanto a japonesa já comemorou 40 anos. “Mas isso não nos causa pressão, sabe. Não fico remoendo aquele sentimento que temos que corresponder ao que o público quer. O que eu sinto, e vou dizer por mim, é muita excitação. Um entusiasmo muito forte de que isso realmente vai acrescentar muito na minha vida e, quem sabe, na das pessoas”, resumiu RJ Cyler, dando espaço para a ranger rosa acrescentar. “Tinha uma mulher, na primeira fila, com um bebê no colo, toda animada gritando ‘azul, azul’ para o RJ. Eu acho que a primeira palavra do bebê vai ser azul”, brincou, ao risos. “Mas, sério, a gente vê o quanto o filme, a história, a franquia são importantes para eles e a gente não tem como não se animar em dar o nosso melhor. É excitação mesmo o que sentimos, não pressão.” 

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