A super fotografada e queridinha dos turistas: Dubrovnik (Natália Peloggia/AAN)
Circula pela mídia e pelas redes sociais uma história que a Croácia, no sul da Europa, famosa pelas paisagens e por ser cenário do seriado Game of Thrones, quer limitar o número de turistas que a visitam, com o argumento que o excesso de pessoas está causando prejuízos ao patrimônio histórico do país. Mas, enquanto isso não se concretiza, é bom aproveitar logo. A Croácia é linda. No menu, a arquitetura medieval se mistura às belezas naturais de suas praias, criando um cenário apaixonante. O cardápio ainda tem opções para entusiastas de esportes e para os amantes de história. Tudo isso temperado com um aroma de lavanda, que é vendida nas feiras livres e lojas de souvenir. Além disso, os moradores são simpáticos, receptivos e sempre prontos a ajudar. Banhada pelo mar Adriático, as praias da Croácia são muito diferentes das que conhecemos no Brasil. No lugar da areia, pedras. O tom de azul do mar é muito claro - chega a ser transparente. Mas para entrar na água, por causa das pedras, é recomendável usar sapatos de mergulho para não machucar os pés. Em compensação, a água do mar não deixa aquela sensação de “corpo melado”. As faixas de praia são pequenas e cercadas por grandes desfiladeiros de pedra. Assim como boa parte da Europa, a Croácia é rica em história medieval, que é preservada como um tesouro. A maioria das cidades ainda guarda as fortificações medievais, erguidas nos tempos das Cruzadas. Split é um bom exemplo disso. Segunda maior cidade da Croácia, mantém sua arquitetura da Idade Média ainda em pé. A atração mais famosa é o Palácio Diocleciano, construído pelo imperador romano de mesmo nome no século IV. Bem na cara da baía de Split, o Palácio é onde você vai passar a maior parte do tempo enquanto estiver na cidade. Mas não porque se trate de um museu, nem um palácio de verdade: acontece que o local é o coração da cidade em si, um labirinto de ruas lotadas de pessoas, bares, restaurantes e lojas. Mas a queridinha dos turistas (e a cidade mais fotografada da Croácia) é mesmo Dubrovnik. E com bons motivos. É difícil imaginar alguém que fique cansado de passear pelas ruas de pedra branca no centro da cidadela medieval - a rua principal de Dubrovnik se chama Stradum - ou de fazer uma caminhada pelo muro que cerca a cidade, que é um museu a céu aberto. Além disso, dar a volta no muro da fortificação de Dubrovnik é ter uma vista de 360 graus de todos os lados da cidade e das lindas praias com um mar em diferentes tons de azul. Mas nem tudo são flores: Dubrovnik é a também a cidade mais cara da Croácia; refeição e acomodação chegam a custar o dobro do que na capital Zagreb. Mas não dá nem para reclamar muito; não há dinheiro que pague a vista do pôr do sol na linha do oceano sentado numa pedra à beira da praia, depois de um dia inteiro passeando pela história medieval. Falando em pôr do sol, assistir este espetáculo da natureza também é marcante em outra cidade da Croácia: Zadar. No calçadão à beira do mar existe uma interessante obra de arquitetura musical, o “Órgão do Mar”. É um objeto instalado sob as escadas de mármore no calçadão que contém tubos que se movem conforme as ondas. O som produzido é idêntico a de um órgão de verdade. As escadas de mármore na promenade ficam lotadas de pessoas querendo escutar o “mar que toca órgão” durante o pôr do sol. Zadar é menor do que Split e Dubrovnik, mas não perde para nenhuma das duas em riquezas históricas e praias. Ela tem ruínas medievais, igrejas, palácios e museus que dão testemunho de 3 mil anos de história. Além das cidades continentais, a Croácia ainda conta com milhares de ilhas no seu litoral. Uma delas é Hvar, que anda prometendo substituir Ibiza como a ilha das festas e das baladas na Europa. Hvar fica perto de Dubrovnik - são duas horas de balsa entre elas. A capital A capital da Croácia é Zagreb, cidade um pouco diferente das outras do país. Ali há muita história e uma encantadora vida urbana - mas nada de praias. Seu estilo é mais para o das capitais europeias. É uma ótima pedida para quem curte arquitetura, gastronomia e compras. Zagreb é formada por uma cidade alta e uma cidade baixa. Na primeira, ficam as muitas ruínas de fortificações medievais e, na segunda, está o lado mais moderno. Uma vez em Zagreb, vale uma viagem de bate-volta para os Lagos Plitvice, que está na lista de Patrimônios Mundiais da Unesco e foi declarado em 1949 o primeiro parque nacional da Croácia. É um complexo de rios, lagos e cachoeiras de vários tipos, tamanhos e cores e diversos tipos de trilhas que permitem explorar o local. A mais curta e que passa pelas cachoeiras mais famosas exige duas horas e meia de caminhada. Para chegar ao parque, há ônibus que saem da rodoviária direto para o local. Outra opção é alugar um carro. A Croácia é um país relativamente novo. Até 1992 era parte da Iugoslávia, que também era formada pela Sérvia, a Bósnia-Herzegovina e Montenegro. Depois de uma guerra, as quatro nações se tornaram independentes. Isso, claro, sem contar os milhares de anos de história acumulada por essa região da Europa.