PRESENTE HISTÓRICO

E-book registra expedição para resgate de raízes históricas

A campineira Talita Azevedo lança o livro virtual ‘Presente Histórico’, sobre uma expedição por 13 l

Da Redação/[email protected]
26/04/2025 às 13:09.
Atualizado em 26/04/2025 às 15:31
O projeto atravessou quatro Estados — cidades e vilarejos, como Porto Seguro — para compreensão da formação do Brasil (Talita Azevedo /divulgação)

O projeto atravessou quatro Estados — cidades e vilarejos, como Porto Seguro — para compreensão da formação do Brasil (Talita Azevedo /divulgação)

A pesquisadora independente Talita Azevedo, nascida na periferia da região Sul de Campinas, lançou nesta semana seu e-book "Presente Histórico: uma viagem de milhares de anos em 27". Ele é resultado de uma série de expedições realizadas como mochileira em 2023, quando ela percorreu, durante nove meses, 13 localidades que considera "estratégicas para a compreensão da formação do Brasil". O projeto, que utilizou recursos tecnológicos para criar um acervo nacional de memória — na forma de um mapa e um banco de dados — teve seus registros transformados em um livro de 122 páginas, lançado em formato virtual (https://presentehistorico.com.br/).

A obra atravessa quatro Estados, mergulhando nas perspectivas afro-brasileiras, explorando caminhos sustentáveis e construindo um legado de memória. A partir de Campinas, sua terra natal, Talita cria uma ponte entre passado e futuro por meio da tecnologia, reunindo territórios marcados pelo apagamento da história negra no Brasil. "São cidades, vilarejos, patrimônios e memórias que ficaram fora das narrativas oficiais, mas seguem vivos na cultura e na ancestralidade", comenta. No livro, ilustrado com fotos das viagens, a pesquisadora incluiu vivências pessoais, lembranças de infância e desafios profissionais.

Publicitária de formação e pesquisadora em tecnologia e história brasileira, Talita explica que o objetivo do projeto 'Presente Histórico' é disponibilizar uma base de dados gratuitamente, com o objetivo de promover o debate sobre inteligência regional, protagonismo, tecnologia e a narrativa históricobrasileira. Ela afirma que "esses dados não interferem apenas em mim, enquanto mulher negra, mas em todos nós brasileiros, pois todo mundo teve algum tipo de atravessamento, se não foi nessa geração, foi em gerações anteriores". Neta de um baiano e filha de pais paulistas do Interior (São José do Rio Pardo e Porto Primavera), a pesquisadora iniciou sua jornada em busca das próprias raízes.

Ela conta que à medida que se aprofundava na experiência de visitar locais marcados pela história e cultura africana, foi percebendo a necessidade de criar um acervo de memórias para as próximas gerações, aberto, gratuito e de fácil acesso. Para isso, dedicou parte de seu tempo para entender pontos de união entre tecnologia, criatividade e educação, criando em abril de 2024 a Oná, uma startup de inovação que integra criatividade às novas tecnologias. Esse trabalho na área tech lhe rendeu o título de "embaixadora" da edição 2025 do @websummit, que acontece entre 27 e 30 de abril no Rio de Janeiro.

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