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Duofel faz show no Sesc e comemora 40 anos

O alagoano Fernando Melo e o paulista Luiz Bueno se conheceram em 1976 e em 1978 começaram a tocar com dois violões, em shows pelo Nordeste

Da Agência Anhanguera
23/01/2019 às 11:54.
Atualizado em 05/04/2022 às 11:10

O alagoano Fernando Melo e o paulista Luiz Bueno se conheceram em 1976 e em 1978 começaram a tocar com dois violões, em shows pelo Nordeste. Em 1979 passam a tocar no circuito alternativo de São Paulo. Logo depois a cantora Tetê Espíndola convida a dupla para fazer parte de seu grupo. Nessa fase surgiu o nome Duofel, que significa dupla Fernando e Luiz. Desde então são 40 anos de uma proposta musical diferenciada e de qualidade. Parte dessa trajetória pode ser conferida no show Duofel – 40 anos, que tem apresentação única amanhã, no Sesc Campinas. No espetáculo, o duo passeia por seus grandes sucessos e relembra momentos importantes, desde a formação em 1978, as parcerias com nomes de destaque da música brasileira, como Tetê, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, entre outros, até a cena atual de reconhecimento e celebração. Na história da música brasileira, são poucos os grupos musicais que conseguem ficar em evidência durante 40 anos consecutivos. Mais raros ainda são aqueles, como o Duofel, que construíram sólidas obras musicais, calcadas em gravações relevantes e projetos criativos. Desde 1978, quando decidiram formar esse duo de violões, os autodidatas Fernando Melo e Luiz Bueno jamais abriram mão de fazer música instrumental com personalidade própria. “Não temos preconceitos musicais. A gente gosta de experimentar todos os tipos de música”, observa Bueno. A seriedade da dupla já se mostrava em seu projeto inicial: para se aprofundarem nos meandros da rítmica brasileira, os dois viajaram meses pelo interior de Pernambuco, Paraíba e Alagoas, pesquisando manifestações folclóricas e ritmos musicais, como o maracatu, o baião e a embolada. Na década de 1980, a produtiva parceria de sete anos com a cantora Tetê Espíndola deflagrou uma extensa série de encontros que o Duofel tem realizado com instrumentistas e cantores de diversos gêneros musicais: do vanguardista compositor e pianista paranaense Arrigo Barnabé ao percussionista paulista João Parahyba (presente em As Cores do Brasil, o primeiro álbum da dupla, gravado em 1990, na Alemanha); do percussionista indiano Badal Roy ao genial multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal, que praticamente adotou o duo, em 1993. Na época, ao assisti-los assim os definiu: “O Duofel não é um duo, é um trio, às vezes um quarteto e outras uma banda inteira, por isso acho que deveriam mudar o nome para Trio Du'Ca”. “Hermeto é nosso padrinho. A convivência com ele abriu nossos horizontes musicais”, comenta Melo. Graças aos inventivos arranjos que o “bruxo” de Lagoa da Canoa idealizou para Kids of Brazil (álbum que o Duofel gravou nos EUA, em 1996), o interesse da dupla em pesquisar novas sonoridades e diferentes afinações para seus violões cresceu mais ainda. A maior conquista do Duofel durante essa trajetória de quatro décadas, na opinião de Bueno, foi se dar o direito de abordar qualquer gênero musical, sempre adotando uma linguagem própria. Não foi à toa que, para gravar Duofel Plays The Beatles (2009), o disco mais popular lançado até hoje pelo duo, ele e Melo esperaram mais de uma década até imprimir a assinatura musical da dupla nesse projeto de releituras de sucessos do quarteto britânico. “Só quando sentimos que a gente já poderia se divertir tocando Beatles, nós gravamos o disco”, diz Bueno. Essa “diversão” se apoiou em um método intuitivo de harmonização e arranjo, que ele e o parceiro desenvolveram com o tempo. “Geralmente, os caras que fazem arranjos usam toda a estrutura harmônica da música e traçam um caminho. A gente faz o contrário: lembramos de música e já saímos criando. Gostamos de partir da criatividade, harmonizando a música sem ficarmos presos ao original”, observa Melo. Hoje, somando em torno de 150 composições editadas, sete trilhas sonoras, 13 álbuns e três DVDs, o Duofel comemora 40 anos de carreira musical, num ambiente em que sempre se sentiu muito à vontade: tocando ao vivo. E como costuma fazer há décadas em seus projetos, não dispensa a companhia inspiradora e criativa de antigos e novos parceiros. Finalmente, aquela pergunta inevitável: como o próprio Duofel explicaria essa longevidade tão incomum no cenário musical, em meio a tantos artistas e bandas descartáveis? “Nosso envolvimento com a música é muito intenso, até um pouco insano, em relação à vontade de que ela esteja sempre ‘up to date’, seja com instrumentos, sonoridades, experimentações ou repertórios. Nosso grande barato é fazer esse som que só o Fernando e eu sabemos fazer juntos”, conclui Bueno. Sorte dos fãs de diversas gerações do Duofel, que desfrutam essa brilhante parceria musical há quatro décadas. AGENDE-SE O que: Duofel – 40 anos Quando: nesta quinta-feira, 24, às 20h30 Onde: Sesc Campinas (Rua D. José I, 270/333, Bonfim, fone: 3737-1500) Quanto: De 5,00 a R$ 17,00

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