religiosidade

Diálogo transatlântico em cartaz no Sesi

Mostra em cartaz no Sesi Amoreiras, apresenta cenas da vida cotidiana da África Iorubá e da Bahia através do olhar de Verger e Carybé

Da Agência Anhanguera
02/08/2019 às 11:42.
Atualizado em 30/03/2022 às 19:06

Mostra em cartaz a partir de domingo no Sesi Amoreiras, apresenta cenas da vida cotidiana da África Iorubá e da Bahia através do olhar de Pierre Fatumbi Verger e Carybé. Hoje, o Sesi promove, a partir das 19h30, a abertura com coquetel da mostra Verger e Carybé: entre as duas margens do Atlântico, com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho. As obras refazem a rota do tráfico negreiro que ligava o Benim à Bahia, e abordam um tema de extrema importância na formação do povo brasileiro: o legado cultural trazido para o Brasil pelo povo Iorubá. As obras ficam expostas na unidade até o dia 28 de setembro, com visitação gratuita. Por meio de fotografias, desenhos e aquarelas do fotógrafo Pierre Verger e do artista visual Carybé, cenas de impressionante semelhança são retratadas em cidades do Benim, da Nigéria e nas ruas da Bahia. São 64 obras que mostram a admiração dos artistas pela Bahia e pelas religiões afro-brasileiras. O fotógrafo, etnólogo, antropólogo e babalaô Pierre Verger dedicou a maior parte da sua vida aos estudos sobre esta cultura na África e na Bahia, onde fixou residência em 1946. “Fiz várias idas e vindas entre a Bahia e a África. Amo quase igualmente as duas margens do Atlântico, com um pouco mais de ternura, no entanto, pela ‘Boa Terra da Bahia’. Essa cidade possui um não sei-o-quê que me prendeu e enfeitiçou...”, disse o francês Verger. Seus livros, tais como Fluxo e Refluxo e Orixás, e o seu rico e extenso registro visual representam uma das maiores pesquisas realizadas sobre este tema no Brasil. O artista visual argentino Carybé também foi seduzido pela “Roma negra”, onde acabou se instalando e, durante décadas, retratou com impressionante virtuosismo a vida das ruas da Bahia. Carybé se expressou acerca das crenças de origem africana que descobriu em Salvador: “(o meu trabalho) pretende ser um documento honesto e preciso das coisas do Candomblé, mostrando festas, trajes, símbolos e cerimônias por mim vistas e vividas neste mundo prodigioso que os escravos nos trouxeram e depositaram nas profundezas do coração da Bahia”, comentou o artista, que realizou ainda duas visitas ao Benim, onde teve a oportunidade de documentar festas, crenças e cenas da vida cotidiana no continente africano. A mostra faz parte do projeto Espaço Galeria Sesi-SP, no qual o foyer do teatro se transforma em plataforma expositiva, recebendo exposições de diferentes técnicas e formatos. Criada em 2013, a iniciativa oferece exposições de artes visuais especialmente desenvolvidas para os centros de atividades do Sesi-SP, propiciando a circulação de obras originais com embasamento curatorial e expografia específica. AGENDE-SE O quê: Verger e Carybé: entre as duas margens do Atlântico Quando: De 3/8 a 28/9, de terça a sábado, das 9h às 20h, exceto feriados Onde: Teatro do SESI Amoreiras (Av. das Amoreiras, 450, entrada pela Rua Francisco de Assis Iglesias s/nº, Parque Itália) Quanto: Entrada franca

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