MÚSICA

Devendra Banhart, bardo do freak folk, lança novo álbum

'Mala' (significa pequena, em sérvio) é seu 8º disco e traz versos desencantados e nada românticos

Agência Anhanguera de Notícias
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27/03/2013 às 16:53.
Atualizado em 25/04/2022 às 22:48

Devendra Banhart defende um ideário neo-hippie em suas músicas (Divulgação)

Devendra Banhart é um culto de poucos, mas um culto tenaz e consolidado. Desde que surgiu na cena musical, há uns 10 anos, com seu ideário neo-hippie e a antena musical indie-tropicalista virou herói em todos os recantos do mundo. Enquadraram-no em um ramo bizarro, o freak folk.

Por isso, é curioso vê-lo retornar agora com o cabelinho aparado um certo ar yuppie e polinizando uns versos desencantados em "Mala" (Warner/Nonesuch), seu oitavo disco. "O amor será como um pai biológico há muito desconhecido", ele canta. Ou então: "Amor você é um parceiro estranho". Ou ainda: "Isso não é o fim do mundo/ Mas também não é o começo de um novo". É quase um manifesto de antirromantismo, embora ele esteja no auge de uma paixão.

"O pessimismo é libertador", explica Devendra, de 31 anos, falando à reportagem por telefone, de Nova York. "O pessimismo me liberta para ser otimista. O humor e o sarcasmo derrubam barreiras, clareiam o caminho", continua. Nascido no Texas, criado na Venezuela até os 15 anos, recondicionado na Califórnia ex-namorado de Natalie Portman, amigo de brasileiros como Cibelle e fã dos Novos Baianos e dos Secos & Molhados, ele habita uma região de difícil catalogação na música, entre o folk e o experimental, entre a neobossa e o "pop impopular", como ele diz, se autossacaneando.

Sua nova odisseia sonora, "Mala", foi gravada com o parceiro Noah Georgeson em seu estúdio caseiro em Los Angeles. "Rodrigo tocou bateria e guitarra no disco todo, e agora vai seguir com a gente para a turnê do disco", conta Banhart. "Rodrigo" é Rodrigo Amarante, dos Los Hermanos. Devendra adianta que, após a turnê pelos Estados Unidos e pela Europa, trará o concerto para o Brasil.

"Quero ir a Salvador, a Brasília, a Curitiba, ao Rio de Janeiro, a São Paulo. É fácil ir à América do Sul com uma turnê? Não, é complicado. Mas vou fazer o diabo para ir, porque é fundamental para a gente tocar aí. Se tudo der certo, lá por volta de setembro, outubro, estaremos no Brasil."

"Mala" (significa pequena, em sérvio) tem participação vocal da atual namorada no músico, a modelo, fotógrafa e designer sérvia Ana Kraš. Ela murmura, como Jane Birkin e Brigitte Bardot nos discos de Serge Gainsbourg, em duas faixas: "Your Fine Petting Duck" e "Tarobolium". "A influência dela é evidente, mas não no conteúdo. Ela foi inspiradora, deu ideias, apoio, além de cantar lindamente no disco", afirma o cantor.

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