Festival Internacional de Videodança Sans Souci - 2ª Edição Brasil, envolve arte em formato totalmente digital
Bruno Ceribelli no espetáculo Experimento #2, dentro da série Desafio da Quarentena: Todo o conteúdo está disponível no link da mostra (Christian Schnider/Divulgação)
O Festival Internacional de Videodança Sans Souci promove, entre os dias 10 e 24 de agosto de 2020, sua 2ª Edição Brasil, com filmes de brasileiros inscritos e atividades que contam com artistas nacionais e internacionais. O Festival Sans Souci nasceu em Boulder, no Colorado (EUA) e é realizado há 17 anos em território norte-americano. Para este ano, todos os acessos e participações são gratuitos e podem ser conferidos no site oficial, em http://www.sanssoucibrasil.com. Disponibilizados para acesso até o dia 24 de agosto. Fruto de uma parceria que surgiu em 2015, o Sans Souci, que em francês significa “sem preocupação”, recebeu 169 inscrições e terá 34 diferentes filmes em 2020, fidponibilizados on-line. Os projetos selecionados pela curadoria reverenciam o Brasil e suas territorialidades. Além das mostras de trabalhos selecionados, que incluem uma sessão de vídeos produzidos durante a quarentena e uma mostra de edições infantojuvenis, o Sans Souci também traz em 2020 oficinas, mesas redondas, palestras e minicursos. Todos os eventos que forem apresentados em inglês terão tradução simultânea para o português. O Festival Internacional de Videodança Sans Souci – 2ª Edição Brasil é uma realização do Grupo Dançaberta, vinculado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Sans Souci Festival of Dance Cinema e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC-ICMS). Ele tem patrocínio do Grupo Colorado e é realizado em parceria com a Unicamp e seu Instituto de Artes (IA), com a Universidade Estadual do Texas (EUA) e com o Alma College (EUA). Segundo Julia Ziviani, professora da Unicamp, diretora do Grupo Dançaberta e uma das idealizadoras da Edição Brasil, a videodança não é nova, mas ainda não foi tão difundida quanto merece no meio das artes. “Ela é geralmente constituída de um vídeo mais curto, que pode variar de dois a 20 minutos”, explica. “Nesta modalidade, a dança dialoga com o movimento da câmera e com a edição para concepção e realização do filme, o que confere uma especificidade a esta linguagem. Com isso, a videodança também é uma coreografia com quem filma”. Na edição do Festival este ano, realizada e apresentada de forma digital, os trabalhos selecionados passaram por um processo intenso de curadoria, dado o número de inscrições que, comparado à primeira edição brasileira em 2019, mais que triplicou. Nas duas mostras regulares, categorizadas entre Mostra A e Mostra B, as danças para tela foram divididas de modo a ficarem equilibradas. Pensada de forma que o espectador possa assistir a mostra na íntegra de uma só vez – cada uma delas tem tempo médio de 50 a 60 minutos de duração –, as videodanças de A e B foram separadas também como forma de guiar o processo de apreciação pelo público. Na mostra Desafio da Quarentena, a curadoria selecionou produções de até dois minutos. Nesta categoria, os artistas mostraram seus projetos desenvolvidos e finalizados durante o isolamento social causado pela pandemia da Covid-19. “Estas produções são inéditas e foram editadas recentemente, mesmo que o tema, estética ou conteúdo não estivessem relacionados com a quarentena”, aponta Julia. A Mostra Infantojuvenil reúne oito vídeos que possuem uma aproximação maior com o público jovem. Algumas das apresentações podem conter caracterização lúdica, ou outros elementos que remetam ao universo das crianças e pré-adolescentes. No dia 10 de agosto – 1º dia de Festival –, às 14h, Rosely Conz mediará, através da ferramenta on-line Facebook Watch Party, um workshop com atividades guiadas, possibilitando uma mostra interativa, dinâmica e educativa para este público. Histórico da vinda do festival para Campinas A 1ª edição brasileira do Festival ocorreu em maio de 2019 na Casa do Lago, na Unicamp. Essa temporada foi também a primeira coprodução do Festival com a América do Sul desde 2003, quando nasceu no Colorado (EUA). Além do Brasil, países como México e Alemanha também já realizaram suas próprias edições do evento. Julia Ziviani teve contato com a edição norte-americana do Sans Souci quando realizou seu pós-doutorado na Universidade de Boulder, em 2015. Na época, Rosely Conz, ex-integrante do grupo e hoje professora do Alma College, realizava um mestrado na mesma instituição. Por meio dela e de seu envolvimento com o Festival, Julia teve então acesso às diretoras do mesmo, Michelle Bernier e Ana Baer. A partir desses encontros, as artistas deram vida à edição brasileira do Sans Souci, que recebeu em 2020 inscrições das cinco regiões do país. “Trazer o Sans Souci para o Brasil viabiliza a divulgação dos trabalhos artísticos que aqui são feitos e que são de excelente qualidade. Artistas nacionais e internacionais têm a possibilidade de compartilhar suas experiências através do nosso Festival”, coloca a idealizadora. A programação completa pode ser acessada no site http://sanssoucibrasil.com.br.