Sinfônica de Campinas

Concerto celebra os 120 anos de Pixinguinha

Os 120 anos de nascimento do compositor, arranjador, maestro e multi-instrumentista Pixinguinha, considerado o maior gênio da música brasileira, foram objeto de diversas homenagens

Delma Medeiros
25/11/2017 às 22:40.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:29
Pixinguinha, que misturou música negra africana e americana com acordes nacionais, será celebrado em concerto da OSMC na Concha Acústica (Divulgação)

Pixinguinha, que misturou música negra africana e americana com acordes nacionais, será celebrado em concerto da OSMC na Concha Acústica (Divulgação)

Os 120 anos de nascimento do compositor, arranjador, maestro e multi-instrumentista Pixinguinha, considerado o maior gênio da música brasileira, foram objeto de diversas homenagens. Na esteira desses tributos, a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) apresenta um concerto especial neste domingo (26), na Concha Acústica do Taquaral. O evento marca ainda a série de programação do Mês da Consciência Negra. Com regência de João Maurício Galindo, maestro da Orquestra Jazz Sinfônica, de São Paulo, os músicos interpretam grandes sucessos do artista que foi um dos pioneiros do choro e criou as bases da música brasileira, como Carinhoso, Lamentos, Rosa, Um a Zero, Choro de Gafieira. As obras do repertório têm arranjos de grandes nomes da MPB, como Nelson Ayres, Proveta, Edson Alves, além do diretor administrativo da Sinfônica, Rodrigo Morte, que assina a instrumentação de Rosa. Além das obras de Pixinguinha, a Orquestra apresenta peças de Tiago Costa (Pixinguinhando - Fantasia sobre temas de Pixinguinha) e Cyro Pereira (O Fino do Choro), entre outros clássicos. Precursor Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, nasceu no Rio de Janeiro em 23 de abril de 1897. Pixinguinha era precursor em tudo que fazia. Com 13 anos compôs seu primeiro choro, Lata de Leite, que revolucionou a música daquela época. Filho de um flautista, ganhou uma flauta e foi encaminhado para aulas de música. Estudou no Colégio São Bento, mas seu interesse era a música. Com 15 anos já era músico da orquestra do Teatro Rio Branco. Em 1917 gravou um disco com o choro Sofres e a valsa Rosa. No ano seguinte, ele e o compositor Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos, 1890-1974, coautor do lapidar samba Pelo Telefone) foram convidados pelo proprietário do Cinema Palais, na Avenida Rio Branco, Rio de Janeiro, para formar uma orquestra e tocar na sala de espera. Foi o primeiro maestro arranjador contratado por uma gravadora no Brasil. Pesquisador incansável de sonoridades e livre de preconceitos, misturou ritmos africanos e música negra americana com os novos acordes nacionais de Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga. Reuniu como poucos os instrumentos de percussão africana com os europeus. Um destaque em sua trajetória foi o grupo Oito Batutas, formado por Pixinguinha na flauta, Donga e Raul Palmieri no violão, Nelson Alves no cavaquinho, Jacob Palmieri e Luís de Oliveira na bandola e reco-reco, China (irmão de Pixinguinha) no vocal e violão e José Alves de Lima no Bandolim e ganzá. O grupo passou a viajar pelo Brasil e, em 1921, foi convidado pelo milionário Arnaldo Guinle para uma turnê em Paris. Na época ganhou de Guinle o saxofone que, mais tarde, iria substituir a flauta. A velha guarda o chama de mestre dos mestres. Entre seus fãs se destacam o músico americano Louis Armstrong, o maestro Heitor Villa-Lobos, o maestro e compositor Tom Jobim, que o chamava de “um gênio da raça”, e o poeta Vinicius de Moraes, que dizia que Pixinguinha era o “ser humano perfeito”. Pixinguinha morreu na tarde de um sábado de Carnaval, em 17 de fevereiro de 1973, durante um batizado na igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro carioca de Ipanema. Para homenageá-lo, a banda de Ipanema tocava suas composições na praça em frente à igreja. Ele deixou pelo menos duas mil músicas entre choros, sambas, marchas, baiões, foxtrotes e maxixes. Em 2000, O Instituto Moreira Salles (IML) assumiu a guarda de seu arquivo pessoal, composto por documentos, medalhas, troféus, álbuns com recortes de jornal, fotos, roupas, registros de memória oral e a flauta utilizada durante muitos anos. No primeiro semestre deste ano, já em comemoração aos 120 anos de nascimento do músico, o IMS inaugurou o portal Pixinguinha, que disponibiliza para consulta na internet, além de todo seu acervo, farto material sobre a vida e obra do compositor. AGENDE-SE O quê: Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas - Concerto pelos 120 anos de nascimento de Pixinguinha Quando: Domingo (26), às 18h Onde: Concha Acústica do Parque Taquaral (Av. Heitor Penteado, s/nº, portão 7, Taquaral) Quanto: Entrada franca

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