TEATRO

Comédia fantasmagórica 'Campignólia' vai ocupar o MIS

Espetáculo vai ocupar as dependências do Palácio dos Azulejos, antiga residência do Barão de Itatiba e atual sede do Museu da Imagem e do Som

Delma Medeiros
23/06/2015 às 05:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 15:33
História do Barão Despenteado é contada pelos grupos Dupla Companhia e Família Burg (Paula Poltronix )

História do Barão Despenteado é contada pelos grupos Dupla Companhia e Família Burg (Paula Poltronix )

Um recorte da história campineira é o mote do espetáculo Campignólia, uma comédia fantasmagórica que vai ocupar as dependências do Palácio dos Azulejos, antiga residência do Barão de Itatiba e atual sede do Museu da Imagem e do Som (MIS). A história do Barão Despenteado, figura notória, invejosa e polêmica do fim do período da escravidão, é contada pelos grupos Dupla Companhia e Família Burg. Assina o texto e direção Pereira França Neto, o palhaço Tubinho, descendente de família tradicional de circo-teatro e referência no Brasil nesta estética teatral.A sugestão de ocupar o MIS com Campignólia partiu de Guga Burg Cacilhas. “Assisti a um espetáculo aqui há uns três anos e me deu vontade de fazer algo semelhante, aproveitar esse prédio, que acaba sendo mais um personagem”, diz Guga. Com a ideia na cabeça, chamaram Tubinho para desenvolver o espetáculo na estética do circo-teatro.“O ocupação do MIS contribui para que esse museu se torne cada vez mais conhecido e valorizado pelo público. A partir desse estímulo, fizemos algo original, trazendo a linguagem da encenação circense para um lugar que ela ainda não tinha visitado”, coloca a atriz Fernanda Zannuzzelli.Apesar de ter escrito as peripécias do Barão influenciado por visitas ao MIS e feito pesquisa a partir de figuras históricas e lendas campineiras, Tubinho soltou a imaginação para recriar personagens e situações cômicas. “É um espetáculo que tem cenas de suspense, de terror e de drama exclusivamente a favor da comédia. Há uma inspiração histórica da cidade, mas bem livre e com certa licença poética, até porque não procuramos contar as origens de Campinas ou ser didáticos”, aponta Tubinho.Segundo ele, o Barão Despenteado é um comendador que quer receber o título de nobreza e para isso imita os passos do verdadeiro nobre. Seu sonho é mudar o nome da cidade para Campignólia, para homenagear a mulher, a megera Magnólia. Ivens Burg Cacilhas dá vida ao Barão; Fernanda Jannuzzelli encarna Magnólia; Aline Olmos vive Bina, filha do Barão; Joana Piza é Benta, criada e tipo ama do Barão; e Guga circula por vários personagens.A ESTÉTICAApesar de não ser uma comédia da tradição do picadeiro ou escrita para o circo, Campignólia traz alguns traços da vivência do palhaço Tubinho sob a lona. A plateia identificará com facilidade alguns tipos clássicos do circo-teatro como a megera, a ingênua e o cômico. “Não existe a figura do palhaço de cara pintada, mas a graça está toda voltada ao Barão Despenteado”, explica Tubinho. Outro detalhe é o tom fantasmagórico, intimamente ligado à herança do circo-teatro. “O sobrenatural funciona bastante, a plateia se identifica. O palhaço já é desajeitado e atrapalhado por natureza. Quando se depara e enfrenta esses seres, a graça e as trapalhadas tendem a ser maiores e mais espontâneas”, diz Tubinho. Para reforçar o clima, o grupo optou por fazer duas sessões à meia-noite.AGENDE-SEO quê: 'Campignólia'Quando: nesta quinta-feira (25), às 20h; sexta-feira (26) e sábado (27), às 20h e à meia-noiteOnde: Museu da Imagem e do Som de Campinas - MIS - Palácio dos Azulejos (Rua Regente Feijó, 859, Centro, fone: 3733-8800)Quanto: entrada franca (as 60 senhas para o espetáculo serão distribuídas uma hora antes de cada sessão)

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