Começa a festa da uva. E do caqui, da goiaba etc

Louveira recebe, a partir deste sábado, a 46ª edição do evento que celebra a produção das frutas

Patrícia Azevedo

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10/05/2013 às 09:15.

Atualizado em 25/04/2022 às 16:52

Repórter Patrícia Azevedo, visita a Casa San Fior e experimenta o suco de uva niágara rosada (César Rodrigues/AAN)

Durante o mês de maio, Louveira se transforma na capital nacional da uva e do caqui com a 46ª Festa da Uva e 3ª Festa do Caqui. Doze produtores da cidade e da região irão expor seus melhores frutos e vender os produtos que fazem a fama da região. Um público de 80 mil pessoas é esperado durante todos os dias do evento, que acontece de 11 a 26 de maio. Mas nem só de fruta vive a festa: a criançada terá um parque de diversões e os adultos contam com uma série de shows e atrações culturais. Irão se apresentar nos oito dias de evento artistas como Zeca Pagodinho, Capital Inicial, Teatro Mágico, Família Lima e até o Patati Patatá — quem tem filhos sabe o quanto os palhaços são um sucesso.

Uma das novidades da festa esse ano é a Vila Italiana. Segundo o organizador do evento, Jaílson Marinho, 12 entidades assistenciais da cidade irão vender seus produtos no espaço. Um coreto foi montado no Centro da vila para receber apresentações culturais e peças de teatro. A intenção dos organizadores é resgatar a tradição italiana na cidade.

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Além de visitar a exposição, comprar frutas e produtos típicos, a festa oferece um passeio por pontos de turismo rural de Louveira. O roteiro passa por locais que mostram a história da cidade. O cenário inclui campos cultivados com plantações de uva, caqui e outras frutas. O visitante poderá conferir ainda como é feita a fabricação do vinho, da cachaça e vinagre.

A cidade, que é conhecida pela diversidade e qualidade das frutas, tem uma produção anual de 10 mil toneladas da uva niágara rosada, o diferencial da cidade. Um dos produtores é Moisés Pagotto. Colecionador de mais de 1,2 mil prêmios conquistados em festas da uva de todo o Brasil, Pagotto diz que suas uvas são as mais doces. E ele não exagera. A segunda safra da uva, colhida agora em maio para a festa, não deixa nada a desejar à tradicional safra colhida no final do ano. “As pessoas duvidam da qualidade porque acham que não é época, mas a minha uva é uma das melhores”, afirma.

Pagotto conta que sua família veio da Itália e se estabeleceu na região no século 19. Desde então a uva tem sido o ganha-pão de gerações inteiras. Não há ninguém que não trabalhe com a uva, seja no campo ou na produção de doces e sucos. “Toda a família trabalha com isso. Eu só produzo uva, mas tenho um primo que faz sucos e as mulheres vendem os doces”, conta.

Quem quiser estender um pouco o passeio pode visitar a Chácara Alvorada e conhecer um pouco da vida no sítio. Em uma área de mais de 30 mil metros, a família do sitiante Adalberto João Daroz planta uma infinidade de frutas: morango, caqui, uva, pitaya, physalis, laranja, pêssego, goiaba, figo e ameixa. “A proposta aqui é que as pessoas conheçam como é a vida em um sítio e vejam como as frutas que chegam à sua mesa são produzidas”, conta Vera Lúcia Daroz.

A produção colhida no sítio é vendida para os visitantes. Cozinheira de mão cheia, Vera produz geleias e doces caseiros que vende na chácara. É também a comandante do restaurante Cozinha de Sítio, que serve comida caseira feita em fogão a lenha. Os almoços nos finais de semana incluem suco (natural) e sobremesa e custam R$ 30,00. A entrada na Chácara Alvorada não é cobrada e uma turismóloga explica a história da cidade. Além do pomar, um orquidário impressiona os visitantes pela beleza.

Arte sacra

Quem gosta de arte sacra não pode deixar de visitar a imponente igreja de São Sebastião, padroeiro da cidade. Inaugurada em dezembro de 1957, a igreja é repleta de obras de arte. Os vitrais e as pinturas no teto, bem como os detalhes em madeira entalhada, são de beleza ímpar. A igreja, que foi restaurada na década de 90 e se converteu em um dos símbolos da cidade, fica aberta à visitação diariamente.

Ecologia

A Estrada da Servidão, que liga o Sítio Registro até a estrada Nossa Senhora da Abadia, é outro destino do roteiro rural feito na cidade. Em uma área de proteção de mananciais, o local tem uma área de mata ciliar e o córrego Engenho Seco. Durante o percurso podem ser vistas nascentes, uma série de espécies nativas e alguns exemplares da fauna da região, como bugios, saguis, sauás, esquilos e diversas espécies de aves.

DICA DA REPÓRTER

Uma passagem por Louveira não é completa se você não parar na Casa San Fiori e experimentar o suco de uva niágara rosada. Diferente de todos os sucos de uva que se encontram por aí, o produzido por Nelson Pagotti tem uma coloração rosada e um sabor mais suave e adocicado. O suco tradicional, explica ele, é feito com a uva Isabel. A Casa fica em um terreno com estacionamento próprio e um agradável jardim. Parreiras foram plantadas para que o visitante possa ver como é a fruta na natureza. Lá a família do seo Nelson produz toda sorte de guloseimas, com destaque para a geleia de pimenta com frutas, o vinagre de caqui com ervas e os tradicionais licores. Quem for bem curioso pode acompanhar o proprietário da Casa em um tour para conhecer o processo de produção dos sucos, do caqui desidratado e do vinagre. Não deixe de levar para a casa a geleia de pimenta com abacaxi e outras frutas. Não tem igual!

Agende-se

O quê: Festa da Uva e 3ª Festa do Caqui

Quando: sábado, domingo e dias 17, 18, 19, 24, 25 e 26/5

Onde: Rodovia Romildo Prado, Km 1, Louveira

Ingressos: 10,00, cobrados somente aos sábados para quem chegar após as 17h

PROGRAMAÇÃO DE SHOWS

11/05: Capital Inicial (20h)

12/05: Família Lima (16h)

17/05: Nívea Soares (20h)

18/05: Gaby Amarantos (20h)

19/05: Patati Patatá (16h)

24/05: Rosa de Saron (20h)