Com produção do coletivo de cineclubistas da cidade, serão exibidos 15 filmes no Museu da Imagem e do Som(MIS) de Campinas
(Divulgação)
O coletivo de cineclubistas atuante no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas produziu o Ciclo Fernanda Torres, iniciado nesta semana. Serão exibidos os 15 filmes que mais se destacaram no cinema nacional, com a atuação marcante da atriz, durante seus 40 anos de carreira.
As exibições acontecem às 19h30, de terça a sexta-feira, e às 16h aos sábados, com entrada gratuita. A atividade acompanha os holofotes voltados ao cinema brasileiro depois das conquistas do Globo de Ouro de Melhor Atriz por Fernanda Torres e do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por “Ainda Estou Aqui”, longa dirigido por Walter Salles e fenômeno de bilheteria no Brasil e no exterior.
Os filmes serão exibidos seguindo sua ordem cronológica, evidenciando o crescimento e desenvolvimento das atuações de Fernanda nas décadas de 80, 90 e nos anos 2000. O Ciclo teve início ontem, dia 11, com “Inocência”, filme de 1983, que marcou a estreia da atriz no cinema, e seguirá até o dia 29 deste mês, com produções instigantes e responsáveis por debates contemporâneos.
Hoje (dia 12), às 19h30, será exibida “A Marvada Carne” (1985), e amanhã (dia 13), no mesmo horário, “Eu Sei Que Vou Te Amar”, que rendeu o prêmio de Melhor Atriz a Fernanda Torres no Festival de Cannes em 1986, com direção de Arnaldo Jabour.
A programação inclui, no dia 22, às 16h, o terceiro filme brasileiro a receber indicação ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, “O Que é Isso, Companheiro?”, de 1997, com direção de Bruno Barreto, e que se tornou um dos trabalhos mais importantes na carreira da atriz. Ele conta com a participação de Selton Mello, parceria reverenciada em "Ainda Estou Aqui”.
O último longa do Ciclo será “Saneamento Básico” (de 2007), com exibição no dia 29 deste mês, às 16h.
Todos os filmes serão apresentados em uma das salas do 2º andar do MIS, o que torna o acesso possível apenas por escadas. Os assentos serão distribuídos conforme a ordem de chegada. Cada filme– nos gêneros de comédia, drama e romance–respeitará a classificação indicativa, que varia entre 10 e 18 anos.
BOOM DO CINEMA NACIONAL
Segundo a comunicóloga, idealizadora do Ciclo Fernanda Torres e curadora do Cineclube Mulheres na Direção, Nayara Lopes, a ideia surgiu logo na sequência da premiação de Fernanda Torres no Globo de Ouro. A proposta é potencializar o alcance das obras em que a atriz participa e, por consequência, a grandeza de seu trabalho, aproveitando o boom do cinema nacional.
O sucesso do filme de Walter Salles gerou um movimento de procura pelos filmes brasileiros, para além de “Ainda Estou Aqui”. De acordo com dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), entre 2018 e 2025, a arrecadação nominal dos filmes estrangeiros caiu 33%, enquanto a dos filmes nacionais aumentou 289%.
Nayara Lopes se esforçou para que o Ciclo ocorresse em março, na semana seguinte à celebração do Dia da Mulher, pois é “também uma homenagem à Fernanda enquanto mulher e brasileira, que representou de maneira tão honrável o Brasil e a força dos talentos e produções nacionais mundo afora”. A comunicóloga afirma que o diferencial da atriz é a forma absoluta como se transforma e se doa ao personagem. “Além do cuidado com a escolha de seus personagens e com a carreira, Fernanda interpreta de maneira absoluta. Por isso, tem sido ovacionada. Como Walter Salles mencionou, ela é a alma de ‘Ainda Estou Aqui’”.
Na seleção dos filmes, Nayara optou pelos mais relevantes para o cinema nacional e um título internacional, “A Guerra de Um Homem”, de 1991, no qual Fernanda Torres atua com Anthony Hopkins e Norma Aleandro, sob direção de Sérgio Toledo.
Para Nayara, o Oscar inédito para o Brasil abre portas para o cinema nacional. Como consequência, há mais oportunidades para incentivos financeiros, o que resultará em mais produções e, portanto, geração de empregos. "Agora, o mundo começou a entender que as nossas produções são tão boas quanto as de outros países. Com mais investimentos no setor, teremos mais oportunidades de exibir tantos talentos e tamanha qualidade”.
MOVIMENTO CINECLUBE
Os ciclos de filmes exibidos no MIS são desenvolvidos por cerca de 30 cineclubes atuantes no local. As dinâmicas ganham temáticas de acordo com o enfoque de cada grupo, que se divide no uso da sala Glauber Rocha e de outros espaços no MIS.
Outros ciclos que reverenciam grandes personalidades das telas acontecem mensalmente, como o que está em andamento com obras do cineasta David Lynch, que morreu em janeiro deste ano.
O movimento Cineclubista surgiu há 30 anos, lembrou, feito por pessoas que se identificam pela sétima arte com amor.
O MIS cedeu a sala Glauber Rocha para as exibições dos coletivos em 2015 e, atualmente, se tornou o palco desses encontros e de inúmeras atividades culturais. Os cineclubes estabelecem sua programação anual no início de cada ano. “Nós contamos com a nossa autogestão e tem dado muito certo.”
PROGRAME-SE
Ciclo Fernanda Torres
Quando: De 11 a 29 de março. De terça a sexta-feira às 19h30 e aos sábados, às 16h.
Onde: Museu da Imagem e do Som(MIS) de Campinas, na sala de exibição localizada no 2º andar. Rua Regente Feijó, nº 859, Centro.
Entrada gratuita, por ordem de chegada
Informações: (19) 2515-7259 ou (19) 2515-7264 mis@campinas.sp.gov.br
OS FILMES:
Dia 11- ‘Inocência’ (1983)
Dia 12- ‘A Marvada Carne’ (1985)
Dia 13- ‘Eu sei que vou te amar’ (1986)
Dia 14- ‘Kuarup’ (1989)
Dia 15- ‘A Guerra de Um Homem’(1991)
Dia 18- ‘Capitalismo Selvagem’ (1993)
Dia 19- ‘O Judeu’ (1995)
Dia 20- ‘Terra estrangeira’ (1995)
Dia 21- ‘Miramar’ (1997)
Dia 22- ‘O Que É Isso, Companheiro?’ (1997)
Dia 25- ‘O Primeiro Dia’ (1998)
Dia 26- ‘Gêmeas’ (1999)
Dia 27- ‘Redentor’ (2004)
Dia 28- ‘A Casa de Areia’ (2005)
Dia 29- ‘Saneamento Básico’ (2007)
Siga o perfil do Correio Popular no Instagram