MEMÓRIA

Centro de Cultura Caipira é inaugurado em Campinas

Local abre com o pé direito, trazendo uma exposição do acervo de Tonico e Tinoco

Delma Medeiros
09/11/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 11:54

Um espaço para preservar, estudar e difundir a cultura caipira, uma das mais marcantes no Interior de São Paulo. Esta é a proposta do Centro de Cultura Caipira e Arte Popular de Campinas, que tem sua pré-inauguração hoje, com uma exposição do acervo artístico de Tonico e Tinoco, conhecidos como a Dupla Coração do Brasil. O acervo foi cedido por José Carlos Perez, filho de Tinoco e sobrinho de Tonico. São CDs, LPS, discos de 78 rotações, livros, diplomas, quadros, instrumentos, fotos e troféus conquistados pela dupla em cerca de 70 anos de carreira e aproximadamente 150 milhões de discos vendidos. A exposição traz ainda vídeos e músicas da dupla. José Carlos Perez conta que o músico Mazinho Quevedo, seu amigo e com bons contatos na Secretaria de Cultura, fez a ponte para a cessão do acervo. “Todo o material da dupla ficou comigo e achei que seria interessante que o povo conhecesse melhor essa história. Com a intermediação do Mazinho, a Secretaria de Cultura fez contato comigo e acertamos a exposição. Acho importante esse aproximação com a população que amava o trabalho deles”, afirma Perez.Ele lembra que Tonico e Tinoco lançaram 230 discos de 78 rotações, 83 de 33 rotações, além de CDs e DVDs. “Eles têm pelo menos 1,6 mil músicas gravadas. Foram 76 anos de trabalho”, conta, citando que depois da morte de Tonico, em 13 de agosto de 1994, seu pai, Tinoco, continuou em carreira solo até sua morte, em 4 de maio de 2012.Além das músicas e composições pelas quais a dupla é mais conhecida, Tonico e Tinoco têm passagem por outras áreas artísticas, como cinema, circo e fotonovelas. A mostra é uma oportunidade para a população relembrar e matar saudade da dupla que marcou época arrebatando multidões.De acordo com o secretário de Cultura, Ney Carrasco, o Centro de Cultura Caipira e Arte Popular — que vai funcionar em duas salas da Subprefeitura de Joaquim Egídio, que pertencem à Secretaria de Cultura e estavam desativadas — é um projeto amplo, que tem por objetivo fortalecer e divulgar a cultura caipira na região, oferecendo um conjunto de ações culturais como cursos e oficinas, apresentações musicais e de espetáculos, promoção de eventos e a criação de uma linha editorial voltada aos estudos, divulgação e preservação desse patrimônio cultural. “O projeto está sendo elaborado. A exposição é uma pré-inauguração, uma forma de lançar a ideia. A inauguração mesmo será no ano que vem”, afirma.ConvergênciaA ideia, segundo ele, é criar um espaço fora do ambiente acadêmico. “Teses sobre a cultura caipira as universidades fazem. O Centro será um espaço de discussão num plano mais popular, de convergência de ações que já existem”, explica Carrasco, citando os muitos violeiros, companhias de Folias de Reis e a forte culinária caipira, entre outras manifestações.“A cultura caipira e a arte popular entram na discussão do patrimônio imaterial brasileiro, que trata dos costumes e tradições de um povo. A criação do Centro, com certeza, vem ao encontro dessa demanda e por meio de ações a preservação do patrimônio imaterial de nossa região será muito facilitada”, afirma Carrasco, frisando que, mesmo não sendo caipira, a arte popular complementa o leque de manifestações culturais brasileiras que são patrimônio imaterial como o afoxé, o maracatu e a capoeira. A exposição de Tonico e Tinoco tem curadoria da coordenadora de museus da Secretaria de Cultura, Iracema Salgado. ServiçoExposição do acervo da dupla Tonico e TinocoAbertura neste sábado (9), às 17h. Visitação às quintas e sextas-feiras, das 15h às 20h; e sábados e domingos, das 10h às 18hNo Centro de Cultura Caipira e Arte Popular (Rua José Ignácio, 14 - Joaquim Egídio) - CampinasDe graça

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