Centro de Convivência só reabrirá ao público no segundo semestre

A aguardada inauguração do Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes, em Campinas, ainda vai demorar alguns meses. Embora houvesse uma expectativa de que a obra seria entregue no primeiro semestre, a Administração Municipal informa que ela será finalizada dentro do prazo contratual, mas que depois haverá um período de treinamento de equipes para operar os novos equipamentos, licitações para ocupação do café cultural, contratação de prestadores de serviços em áreas que não são cobertas pelos servidores públicos e uma série de outras providências internas, que só permitirão a abertura ao público entre setembro e outubro. 

Na última semana, as poltronas do auditório foram colocadas, a sonorização e a mesa de som testadas e as 27 varas cênicas automatizadas foram instaladas. Mas quem observa a fachada cheia de tapumes não imagina o quanto já está adiantada a finalização interna. A Secretaria de Cultura e Turismo será responsável pelas ações que viabilizarão a abertura do espaço ao público, e que só serão iniciadas após a entrega da obra, não só no aspecto da mudança e movelaria, mas também na parte administrativa, incluindo os processos licitatórios. 

O secretário municipal de Infraestrutura, Carlos José Barreiro informou que "a obra do Centro de Convivência será entregue no mês de julho, dentro do cronograma. O prazo é necessário para realização dos últimos ajustes e comissionamento (testes e verificações) antes da entrega final pela empresa contratada". A gestão da obra é da Secretaria Municipal de Infraestrutura e está a cargo da empresa Full Tec Engenharia Ltda, classificada em primeiro lugar na licitação. 

Entre as novidades já finalizadas, está o fosso abaixo do palco móvel, para permitir produções com música ao vivo — inclusive óperas —, mobiliário novo na sala de espetáculos com poltronas novas e confortáveis, sonorização com equipamentos modernos e um completo sistema de urdimento (estrutura automatizada para as conhecidas varas cênicas). Essa armação, posicionada ao longo do teto do palco, foi ampliada e automatizada (antes funcionava com cordas acionadas manualmente), o que permitirá fixar cenários suspenso e sustentar um conjunto de elementos cenográficos. 

O espaço do café cultural, cuja licitação para ocupação será divulgada em breve, tem a expectativa de ser ocupado por uma empresa que já tenha experiência e instalação na cidade, e que ofereça, além do recurso gastronômico, uma programação cultural paralela — com música, lançamentos, exibições, sala de leitura e outras —, capaz de manter o local em funcionamento diariamente, mesmo quando não houver apresentações no palco principal. A acústica do local, segundo o engenheiro Cláudio Orlandi, responsável pela obra, foi cuidadosamente planejada para não haver interferência entre as salas. 

Finalizando a obra e as instalações, a própria construtora comanda o que é chamado de "operação assistida", realizada pelo período de aproximadamente um mês, para treinamento das equipes que irão operar os novos equipamentos, testando e checando tudo. Hoje, a Secretaria de Cultura comanda três processos simultâneos: um é a licitação para cessão onerosa do café, a outra é o mobiliário dos camarins e da parte administrativa, e o terceiro é o das licitações para operacionalizar serviços de terceiros como sonorização, iluminação, segurança entre outros.

PRAZOS E EXPECTATIVAS 

A secretária Alexandra Caprioli evita falar em prazos, mas sonha com um grande evento para marcar a reabertura. "Fico pensando que seria ideal reinaugurar com um belo concerto no encerramento do mês Carlos Gomes (setembro), mas não sei se será possível. De qualquer forma, queremos que seja algo marcante, pois a cidade merece ver a vida voltar a esse teatro", comenta. Fechado desde 2011 em função de infiltrações e problemas estruturais, o Centro de Convivência está sendo restaurado em três etapas. 

A conclusão da primeira fase foi oficializada em 7 de novembro de 2023, com investimentos de R$ 23,5 milhões. A obra incluiu reforma da alvenaria, camarins, áreas de ensaio e de circulação, substituição hidráulica e elétrica, acessibilidade, drenagem e impermeabilização do Teatro de Arena. A segunda etapa da reforma, iniciada em maio de 2024 com prazo de 12 meses para entrega e orçamento de R$ 38,9 milhões, incluiu novas instalações da luminotécnica, acústica, áudio e vídeo, instalações elétricas e cenotecnia. A terceira etapa, que será iniciada após a entrega da obra em julho, tem a expectativa de ser finalizada em cerca de três, segundo Alexandra Caprioli.

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