CADERNO C

Celebração aos museus

Esta é a Semana Nacional dessas instituições, que guardam patrimônios históricos, cultura indígena e africana, exposições de obras contemporâneas e até espécies da fauna e flora brasileiras

Mariana Camba/cadernoc@rac.com.br

14/05/2025 às 15:11.

Atualizado em 14/05/2025 às 15:11

O Museu de Arte Contemporânea (foto), o Museu da Cidade, o Observatório e o Museu da Imagem e do Som são algumas das instituições mantidas pelo município (Firmino Piton/Secretaria Municipal de Cultura e Turismo)

Exemplares da fauna e flora dos seis biomas brasileiros, peças que remetem ao Brasil colonial, objetos da cultura indígena e africana, e até mesmo fragmentos de materiais celestes. Estes e muitos outros elementos compõem os acervos dos seis museus existentes em Campinas e do Observatório ‘Jean Nicolini’ – o primeiro municipal do País e único desse porte na Região Metropolitana de Campinas. Esses locais preservam o patrimônio histórico, cultural e artístico de regiões e povos e reservam muitas curiosidades a quem tiver interesse em visitá-los.

A importância dessas instituições é celebrada nesta 23ª Semana Nacional dos Museus, que reúne atividades gratuitas e culturais até domingo (18) – Dia Internacional dos Museus. A programação organizada pela Prefeitura inclui um tour pelo Museu de História Natural, Museu da Imagem e do Som (MIS) e Museu da Cidade (Casa de Vidro). As inscrições para o passeio vão até amanhã (dia 15), pelo link https://campinas.sp.gov.br/sites/turismo/inicio.

Segundo a gestora dos Museus de Campinas, Adriana Barão, essas instituições têm como diferencial o trabalho educativo desenvolvido em atividades escolares e oficinas. Em 2024, os museus receberam 29.412 visitantes e promoveram 48 eventos que, para Adriana, traduzem a força dos espaços culturais como agentes de acolhimento e conhecimento. “Visitar um museu é um ato de cuidado.”

MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL

Fundado em 1938 e localizado no Bosque dos Jequitibás, o Museu de História Natural (MHN) tem um acervo de 6 mil itens da fauna e flora dos principais biomas do Brasil, como a Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Há peças anatômicas de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes, insetos e invertebrados, além de amostras de fósseis e minerais. Dentre os animais taxidermizados, há um leão. Junto ao museu há ainda dois espaços: a Casa dos Animais Interessantes, com exposição de répteis e invertebrados vivos, e o Aquário Municipal, que abriga várias espécies de peixes e outros animais de água doce e marinhos.

MUSEU DA CIDADE

O Museu da Cidade situa-se atualmente na Casa de Vidro como resultado da fusão dos Museus Histórico, do Índio e do Folclore, que funcionavam no Bosque dos Jequitibás. Em 2015, passou a integrar também o Centro de Cultura Caipira e Arte Popular. O Museu da Cidade conserva peças do século XIX, como as que marcaram a época do café no Brasil. No acervo, há uma liteira antiga – tipo de cadeira portátil usada para transporte no Brasil Colonial, as estátuas do Teatro Carlos Gomes, o primeiro brasão de Campinas, obras de arte de renomados artistas campineiros, como Thomaz Perina e Antônio Roseno de Lima. Há também objetos da cultura popular, como uma carranca da região do Mato Grosso, além de utensílios da cultura indígena, coletados na década de 70, como cocar, arco, flecha e cestarias.

MUSEU DA IMAGEM E DO SOM

O Museu da Imagem e do Som (MIS) iniciou suas atividades em 1975 e contém o acervo da memória audiovisual de Campinas, com centenas de equipamentos de produção e reprodução de imagens e sons – de cinema, fotografia e música. Há ainda fotografias que registram a história de Campinas. O espaço abriga grupos de cineclubismo que se reúnem para debater as produções cinematográficas tanto atuais como as que marcaram época. No mês passado, foi inaugurada no museu a exposição permanente sobre os 100 anos da história do cinema no município. A mostra é composta por 13 painéis informativos, 4 instalações interativas e o Cine Fênix – a menor sala de cinema da cidade.

MUSEU DINÂMICO DE CIÊNCIAS

Localizado no Parque Portugal, engloba quatro espaços: o Planetário “Prof. Romildo Póvoa de Faria” (portão 7, onde ocorrem exposições astronômicas); os Laboratórios de ensino de Ciências (portões 3 e 5); o Espaço de Convivência e Salas de Exposição (para eventos e mostras de ciências – portões 3 e 5).

OBSERVATÓRIO

O Observatório Municipal de Campinas "Jean Nicolini" – montado no Pico das Cabras, em Joaquim Egídio – foi inaugurado em 1977 como primeira Estação Astronômica de Campinas. No local, são desenvolvidas atividades de pesquisa e observação por meio da utilização de instrumentos, como telescópios, lunetas e astrógrafos (telescópio fotográfico), além de ações de educação científica. Nos espaços de exposição, há miniaturas de aeronaves, foguetes e planetas, fragmentos de materiais celestes, fotografias e instrumentos de observação.

MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA (MACC)

Fundado em 1965, exibe obras contemporâneas, como as dos artistas Egas Francisco, José Roberto Aguilar e Grupo Vanguarda, entre outros.

MUSEU DO CAFÉ

Está fechado a visitações.

ESPAÇO ARTE AFRICANA

Além dos museus municipais, o Espaço Arte Africana conta com acervo rico em peças originais vindas da África, como esculturas, máscaras, portas entalhadas, pinturas e roupas cerimoniais. São elementos representativos de diversos povos, elaborados com madeira, metal, marfim, ébano, penas, dentes de animais e tinturas diversas, e com diferentes finalidades, como a louvação aos deuses e a celebração da fertilidade.

PROGRAME-SE

23ª Semana Nacional dos Museus

✔ Dia 16 (sexta-feira)

Visita noturna monitorada à Catedral Metropolitana de Campinas — maior construção de taipa de pilão do mundo

Local de encontro: em frente à Catedral Metropolitana, das 19h às 21h

✔ Dia 17 (sábado)

Palestra da professora doutora Viviane Comunale sobre o patrimônio cultural funerário, das 10h às 12h

Onde: Casa de Vidro, Av. Dr. Heitor Penteado, 2.145, Parque Taquaral

✔ Dia 17 (sábado)

Visita ao Cemitério da Saudade, com mediação de Thiago de Souza, com foco nos aspectos históricos e simbólicos do local, às 14h

Onde: Cemitério da Saudade, Praça Voluntários de 32, s/n, Swift

Inscrições pelo link (https://campinas.sp.gov.br/secretaria/cultura-e-turismo/pagina/museus-e-observatorio)