LITERATURA

Carnavalesco mostra os bastidores dos desfiles em livro

Em 'Carnaval é Cultura', Milton Cunha conta como é o trabalho nos 11 meses que precedem a festa do Momo: lançamento este mês pela Editora Senac

Marita Siqueira
marita.siqueira@rac.com.br
14/02/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 00:05
'Carnaval é Cultura', de Milton Cunha: livro também comemora os 25 anos de avenida e quer preencher uma lacuna de publicações do gênero (Divulgação)

'Carnaval é Cultura', de Milton Cunha: livro também comemora os 25 anos de avenida e quer preencher uma lacuna de publicações do gênero (Divulgação)

Que o Carnaval é a maior festa popular do Brasil, disso ninguém duvida. E livros que se propõem a pensar e a contar histórias sobre os festejos de Momo não faltam nas livrarias. Entre os títulos mais recentes está 'Carnaval é Cultura', do ex-carnavalesco Milton Cunha, lançado este mês pela Editora Senac, com o qual celebra seus 25 anos de carreira. Na publicação, estão cerca de 500 imagens que mostram o trabalho realizado pelo paraense nos barracões, quadras e ensaios de algumas das principais escolas de samba do País. Nascido em Belém, no Pará, Cunha trabalhou na Beija-Flor, União da Ilha, Unidos da Tijuca, São Clemente, Porto da Pedra, Viradouro e Cubango, no Rio; e Leandro de Itaquera, em São Paulo. Segundo ele, a intenção, com o livro, é deixar registrados para a posteridade o que chama de seus “highlights”.   Reunir a obra “Me preocupava em deixar a obra dispersa, pois a dificuldade era casar texto com imagens da (Marquês de) Sapucaí e desenhos, um trabalho que só eu poderia fazer. Também queria preencher uma lacuna, que é a pouca bibliografia dos carnavalescos sobre a cadeia produtiva. Ninguém escreve sobre o passo a passo, e o público só sabe da avenida. Era urgente publicar algo sobre os 11 meses que antecedem o desfile”, diz.   Isso foi possível porque o autor guardou documentos ao longo de 20 anos. “O mais importante era manter as caixas nas mudanças e defendê-las do mofo e das traças”, conta.   Organização Em 2010, ele abriu os baús e começou a organizar texto e imagens. Cunha lembra que foi peneirando o conteúdo até que, no ano passado, a Editora Senac entrou no projeto e sugeriu ideias sobre quesitos e outros aspectos ao final de cada capítulo.   “Aí ficou redondinho e pronto para publicação. Quando eu não tinha a imagem desejada, ia até os bancos de imagens da imprensa e rezava para encontrar exatamente aquela cena, alegoria ou ala que eu queria. Dei muita sorte, mas deu muito trabalho.”Vitrine cultural Para ele, o Carnaval representa a melhor vitrine cultural do País ao mundo. “Esta ópera popular nos vende como um povo criativo, alegre, colorido. De dimensões gigantescas, é um espetáculo artístico que nos fornece identidade. Somos aquela gente que sabe fazer escola de samba, blocos, folia. Combina com nosso jeitinho, com nosso sorriso, simpatia, hospitalidade.   O Carnaval serve para nos fazer melhor e conscientizar que mesmo vivendo num país cheio de problemas, nós somos um povo bacana, democrático. A diversão nos iguala”, afirma.

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