Cantora Joyce Moreno lança CD com canções inéditas

O público pediu e a cantora e compositora Joyce Moreno atendeu. Ela acaba de lançar o CD 'Tudo', o primeiro de canções inéditas em dez anos. Como o nome diz, 'Tudo' remete à diversidade de gêneros musicais presentes no repertório, que traz samba, galope nordestino, jazz, choro, bossa nova. O álbum chega ao Brasil depois de ter sido escolhido pelo público da cantora. “Tenho lançado meus últimos trabalhos primeiro no Exterior e depois aqui. Além de 'Tudo', que é autoral, lancei também Rio, com canções sobre a cidade do Rio de Janeiro. Sabia que não dava para lançar os dois aqui, então decidi fazer uma pesquisa para ver o que o pública preferia”, conta Joyce.

A pesquisa foi lançada pela internet e também em três shows que ela fez nas unidades Sesc-Pompeia e Araraquara. “Eu cantava o repertório dos dois discos e pedia para as pessoas colocarem seus votos numa urna ao fim da apresentação. Tanto na pesquisa física quanto na virtual, deu 'Tudo' na cabeça”, explica Joyce. “O fato desse disco ter ganho de lavada, deixou claro para mim que as pessoas querem ouvir músicas novas, ninguém aguenta mais ouvir regravações, por mais legais que sejam.”

O novo álbum traz canções inéditas. Das 13 faixas, oito têm letra e música de Joyce, mas o disco também tem canções com parceiros habituais como Paulo César Pinheiro ('Quero Ouvir João' e 'Dor de Amor é Água') e Zé Renato ('Pra Você Gostar de Mim') e duas novas parcerias, com Nelson Motta ('Estado de Graça') e Teresa Cristina ('Sem Poder Dançar'). “O Nelsinho é um amigo de muitos anos, mas nunca tínhamos feito uma música juntos. Ele gostou do meu CD 'Slow Music', de 2009, de canções mais lentas, e disse que queria fazer algo nessa linha. Mandei a música e ele colocou uma letra linda. Ficou uma espécie de meta-canção, em que a canção fala de si mesma”, diz Joyce.

Já Teresa Cristina é uma amizade e parceria novas. “Fizemos um show juntas em Brasília, em homenagem a Clara Nunes, ela me sugeriu compormos algo juntas e me mandou essa letra que musiquei”, conta Joyce. Lançado primeiro no Japão, em agosto do ano passado, e na Europa e Estados Unidos no início deste ano, Tudo chega ao Brasil já acumulando boas críticas internacionais, num lançamento da gravadora Biscoito Fino.

No mês que vem Joyce volta a trabalhar o álbum no Japão e só depois inicia no Brasil os shows de lançamento, a partir de agosto. “Este é um CD deslavadamente cancionista, como sintetiza a faixa título, última do disco, que prega a tolerância na música e na vida”, resume Joyce.

Diálogo

O álbum 'Tudo' dialoga com o uso de vozes, seja com um naipe de instrumentos, como em Claude et Maurice (dedicada a Debussy e Ravel) e no galope Boiou, ambas com arranjos vocais de Maurício Maestro, ou na emblemática Puro Ouro, com a participação do coro do coletivo Segunda Lapa (João Cavalcanti, Pedrinho Miranda, Moyseis Marques e Alfredo Del Penho). “Adoro essa nova geração do samba, uma rapaziada de cabeça aberta, sem preconceitos musicais e que não fica discutindo para ver quem é o gênio da vez. Os quatro têm carreiras individuais bem-sucedidas, mas também se unem nesse coletivo. Puro Ouro virou meio que um hino deles, começaram a cantar nos shows, então foi natural o convite para que eles participassem da faixa”, diz Joyce Moreno.

O samba marca presença também em 'Quero Ouvir João', parceria com Paulo César Pinheiro, que traça uma espécie de mapa dos sons atuais do Rio de Janeiro, que mistura tanto o pancadão do funk quanto a levada do reggae. Em 'Dor de Amor É Água', um samba-blues, a participação especial é de Zé Renato, com quem Joyce divide também a parceria em 'Pra Você Gostar de Mim'. “O Zé é um parceiro com quem tenho feito muita coisa, grande cantor e compositor. Muito bom tê-lo no CD, dessas duas maneiras”, afirma a cantora.