dia do médico

Campinas, um profissional para cada 155 habitantes

Não é o ideal, mas taxa municipal é três vezes maior que a média brasileira

Da Agência Anhanguera
15/10/2020 às 10:07.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:45
Campinas foi classificada como uma das cidades brasileiras com maior concentração de profissionais, junto com Botucatu e Ribeirão Preto (Pixabay/Banco de Imagens)

Campinas foi classificada como uma das cidades brasileiras com maior concentração de profissionais, junto com Botucatu e Ribeirão Preto (Pixabay/Banco de Imagens)

Um estudo divulgado no segundo semestre deste ano pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cresmesp) evidenciou ainda mais a importância do trabalho realizado pelos profissionais da área médica tanto em Campinas quanto nas demais cidades brasileiras, ainda mais em tempos de pandemia do novo coronavírus. O levantamento apontou que a concentração desses profissionais atingirá ao final deste ano a razão de 6,42 médicos para cada mil habitantes em Campinas, o que significa dizer que para cada 155 moradores existirá apenas um médico. Até junho, o município contava com 6.845 doutores para uma população aproximada de 1,08 milhão de habitantes. Segundo o estudo, mesmo com um cenário longe do ideal, o índice municipal é praticamente três vezes maior do que a média projetada para o Brasil: de 2,2 médicos para cada grupo de mil pessoas. Até por causa disso, Campinas foi classificada pela pesquisa como uma das cidades brasileiras com maior concentração de profissionais. A lista também incluiu Botucatu (11,06) e Ribeirão Preto (7,21), ambas no Interior paulista, além de Pelotas (RS) e Criciúma (SC), com taxas de 5,23 e 4,47 médicos por mil habitantes, respectivamente. A pesquisa também destaca que nos últimos anos o Brasil até vem registrando consecutivos aumentos nas taxas de médicos por habitantes, mas que o problema está longe de ser resolvido. De acordo com o levantamento, entre os anos de 1990 e 2010, o índice passou de 1,49 para 1,89 médico para cada mil habitantes. A previsão é de que até 2028 o número subirá de 2,20 para 2,53. Porém, segundo a projeção, o crescimento acentuado vem ocorrendo com força dentro do setor privado, o que desautorizaria a afirmação de que novas vagas irão necessariamente solucionar a falta de médicos no Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, apenas 25% da população se beneficia dos médicos disponíveis no setor privado. “Em outras palavras, mais vagas e mais escolas, sem mudanças no financiamento em saúde no Brasil, significarão maior distância entre o atendimento público e o privado, com prejuízo sempre maior para o público”, reforçou o estudo, baseado em dados do Banco de Dados do Conselho Federal de Medicina e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se mantido o panorama atual, o Brasil terá até o final deste ano 455.892 médicos em atividade para atender a uma população estimada de 207,1 milhões. Em 2010, o número era de 364.946 para 193,2 milhões de habitantes, o que correspondia a uma taxa de 1,9 médico por grupo de mil pessoas. Naquele ano, 16.058 profissionais recém-formados deixaram a faculdade para ingressar no sistema de saúde. Há quatro anos, em 2016, esse número chegou a 18.753. A expectativa agora é de que até 2024 o índice supere a barreira dos 28 mil formandos.

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