LUTO

Campinas se despede de Fernando Abrahão

Historiador e escritor deixa como legado um grande trabalho de resgate da memória brasileira e muitos livros publicados

Da Redação
27/06/2022 às 21:54.
Atualizado em 27/06/2022 às 21:54
O historiador faleceu em casa (Arquivo Pessoal)

O historiador faleceu em casa (Arquivo Pessoal)

Uma pessoa cordial, alegre e que valorizava a vida. Um profissional ético, dedicado e preocupado com a preservação da memória. Essas são as lembranças que colegas de trabalho têm de Fernando Antonio Abrahão, que faleceu no domingo, em casa, aos 59 anos. Ele lutou por sete anos contra um câncer, era casado com Eliane Morelli Abrahão e não deixa filhos. O velório foi realizado na segunda-feira (27) no Cemitério da Saudade e, a seguir, aconteceu a cremação.

Seu legado fica no extenso trabalho como acadêmico, escritor, pesquisador e historiador. Fernando era titular da Academia Campinense de Letras (cadeira 1) e do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas (cadeira 11). Várias entidades, universidades e acadêmicos publicaram  segunda-feira notas de pesar. 

Com sólida e respeitada carreira acadêmica, Fernando era aposentado do Centro de Memória da Unicamp, onde coordenou a área de Arquivos Históricos e, por mais de 30 anos, ajudou na formação de alunos. Em 2015, assumiu uma cadeira junto à ACL e, em 2017 a presidência do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas. Suas contribuições à sociedade foram reconhecidas com o título de Cidadão Campineiro (ele nasceu em São Paulo), concedido pela Câmara Municipal de Campinas em 2021.  Segunda-feira, na abertura da sessão, os vereadores fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao historiador. 

Fernando era graduado pela PUC-Campinas, mestre pela Unicamp e doutor pela USP. A escritora e vice-presidente da ACL, Ana Maria Negrão, escreveu um necrológio onde conta que ele viveu intensamente, tinha espírito inquieto, era um escritor respeitável e sua realização profissional foi esculpida com dedicação e contínuo estudo, amor pelos saberes históricos e científicos.

Ele publicou vários livros, entre eles "Riqueza e Mobilidade Social na Economia Cafeeira", "Crimes e Criminosos da Campinas Cafeeira (1880 à 1930)", "Delícias das Sinhás: História e Receitas Culinárias da segunda Metade do Século 19 e Início do Século 20", "As Ações de Liberdade de Escravos do Tribunal de Campinas", e "XXV de Agosto Futebol Clube - Uma História do Futebol Amador em São Paulo".

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