Campinas recebe relançamento da autobiografia do cantor Júpiter Maçã

A versão definitiva da autobiografia do cantor Júpiter Maçã terá um lançamento neste sábado (30) em Campinas. O livro "A Odisseia - Jupiter Apple History", resultado das conversas do artista em seus últimos meses de vida com o jornalista e músico Juli Manzi, será o foco do evento marcado para às 14h na Livraria Pontes, no Centro. Co-autor, Manzi estará presente para um bate-papo com o público, uma apresentação musical em que ele mesmo tocará canções de Júpiter ao som do violão, seguida da sessão de autógrafos.

Essa, na verdade, é a terceira edição do livro que estava esgotado há anos, mas de acordo com Manzi, agora, com uma nova editora, a campineira PSICO BR Discos & Posters, que a publicação foi recriada do jeito que o próprio Júpiter queria quando os dois idealizaram a biografia em suas conversas. O volume ganhou uma nova diagramação, uma capa dura com textura de couro, título vermelho brilhante e alguns adicionais bastante especiais: QR Codes levam o leitor diretamente para arquivos de áudio com trechos selecionados das histórias que o cantor narrou nos bate-papos e que deram origem a "A Odisseia". "São 23 fonogramas, com uma duração média de três minutos cada um", conta o jornalista, ao explicar que foi desafiador selecionar os trechos ao longo das 30 horas de material bruto das gravações. "Era uma ideia do próprio Júpiter lançarmos uma espécie de audiobook", relembra.

Flávio Basso, o Júpiter Maçã, foi um ícone para o rock gaúcho e da música psicodélica. Ex-integrante das bandas TNT e Os Cascavelletes, ele lançou-se para uma carreira solo com o aclamado álbum "A Sétima Efervescência" (1997), que trazia as canções "Um Lugar do Caralho" e "Miss Lexotan 6mg Garota". Segundo Manzi, o disco é um divisor de águas na psicodelia brasileira, mas ele entende que ainda falta reconhecimento. 

"O Júpiter era um cara multitalentoso. Era um bom compositor, excelente instrumentista, um grande performer de palco, um grande ator que contracenou com Sônia Braga e José Wilker, e é um cara que na literatura conseguiu imprimir uma marca com a mesma qualidade com essas outras de expressão que ele exerceu. Ele é um artista que vai atravessar gerações e estamos somente começando o processo de reconhecimento da sua obra". Júpiter faleceu em 2015, aos 47 anos, poucos meses após os encontros com Manzi.

Desenvolvendo "A Odisseia"

Manzi e Júpiter Maçã se conheceram após um show do artista gaúcho e se aproximaram quando o ex-TNT revelou que buscava alguém para escrever sua biografia, afinal, ele "já tinha tudo na cabeça, mas precisava de um ghostwriter". Seguiram-se encontros ao longo de 13 meses. "Cada vez que nos encontrávamos, ele contava essas histórias inspiradas na vida dele. Mas claro, como artista, dava todo um acabamento literário para essas narrativas e eu percebi que ele tinha um estilo muito marcante como narrador. Foi o meu papel uniformizar isso para o livro, ajustando para fazer com que o ritmo ficasse sempre interessante", conta o jornalista. 

O livro é narrado em primeira pessoa, pois o trabalho de Manzi como escritor foi transpor as ideias de Júpiter da forma mais autoral possível. Ele lembra que na época de seus encontros, o artista já não estava tão interessado em fazer música, mas queria fazer cinema e literatura. "A Odisseia foi a última criação artística do Júpiter em vida", reforça Manzi, sobre a importância da publicação.

PROGRAME-SE 

Lançamento da nova edição do livro "A Odisseia - Jupiter Apple History" 

Quando: sábado, 30/07, às 14h 

Onde: Livraria Pontes - Rua Doutor Quirino, 1223, Centro 

Entrada franca