Evento terá programação intensa, a maioria gratuita, em vários locais da cidade
A Campinas Jazz Big Band é uma das atrações do encerramento da VIII Mostra Jazz Campinas 2022, em 12 de novembro, na Concha Acústica do Taquaral (Arthur Amaral)
Durante oito dias, a partir do próximo sábado, 5, Campinas se tornará um polo de jazz com a realização de 36 atividades - entre shows, performances de DJs, exibição de documentário, encontros, feiras e whorkshops - tudo relacionado ao melhor do jazz e suas vertentes. É a VIII Mostra Jazz Campinas 2022, a primeira presencial pós-pandemia e que vem com novidades. A maioria dos eventos (23 deles) será gratuita e em locais públicos. O produtor cultural Arthur Amaral, organizador da mostra, explica que "a ideia é levar o jazz para praças, ambientes informais e periferias, para tornar esse estilo musical acessível e apreciado por todos os segmentos da sociedade".
Para alcançar diferentes públicos, a programação está bem eclética e formada por músicos locais e alguns de fora. "O público pode esperar muita música de qualidade", afirma o produtor. Na abertura, que será no sábado a partir das 15h na Praça Durval Pattaro, em Barão Geraldo, se instala o clima de festival que vai muito além da música. "Teremos um ambiente bem descontraído, com famílias, bazar, gastronomia e vários grupos se apresentando", conta Arthur. Depois a programação segue durante a semana se alternado em praças, espaços culturais e bares, até o encerramento no dia 12, quando três big bands se encontram na Concha Acústica do Taquaral.
A Mostra Jazz foi realizada em Campinas pela primeira vez em 2015, quando o produtor se surpreendeu com a qualidade dos músicos locais nesse estilo, além do grande público interessado. Por isso o evento teve continuidade e durante os dois anos de pandemia foi realizado de forma virtual. "A cidade tem poucos espaços abertos para o jazz porque não é um estilo comercial, com preferência de massa, mas é uma música que quando é oferecida, agrada", explica. Neste ano as apresentações gratuitas serão viabilizadas pela co-participação da Secretaria de Cultura e outras parcerias. Serão 24 shows, seis performances de DJs de jazz e vertentes, dois workshops de música, exibição de um documentário, feiras de discos, arte, moda e gastronomia.
Popularizando o estilo musical
"O Jazz não é elitista", ressalta Arthur Amaral, "ele nasceu nos guetos, na música preta, mas foi elitizada pela sociedade". Por isso, ele faz questão de diversificar os artistas, as vertentes e os locais de apresentação. Uma delas, por exemplo, será na Praça da Juventude, no DIC5, com o Marcos Paiva Sexteto, que traz uma mistura entre o jazz afro-brasileiro e o hip-hop. "É bacana poder conhecer todas as vertentes do jazz", comenta. Nessa mescla tem também a apresentação, na quinta-feira, 10, na Praça Carlos Gomes, no Centro, da 'Balada Negra' com Ieda Cruz e na sequência 'Baden Powell - lado B' com Marcel Powell, filho do compositor.
Outro destaque desta mostra será a maior presença de mulheres, negros e LGBTQIA+, que se inscreveram por meio de um chamamento público. Nessa linha há destaques como o grupo Mulher Baobá, que interpreta canções populares dentro do conceito jazzístico, e o Du Kiddy Artivista Quarteto, conhecido pelo posicionamento antirracista. Há ainda, nas diferentes vertentes, a presença do Combo Anelo Gafieira Jazz, formado por alunos do Instituto Anelo que focam na música de gafieira com improvisação e sonoridade das big bands, inaugurando o estilo 'gafieira jazz'.
Na sexta-feira, 11, será exibido o documentário 'Samba & Jazz - Rio de Janeiro - New Orleans', que expõe a similaridade dos aspectos musicais e comportamentais das cidades do Rio de Janeiro e de Nova Orleans, nos Estados Unidos, sob a perspectiva de sambistas e jazzistas, todos com um sentimento em comum: a paixão pela música. Com 86 minutos, sob a direção de Jefferson Mello, será exibido às 15h no Museu da Imagem e do Som (MIS), no Centro, com entrada gratuita. Nesse mesmo dia acontecem às 16h os workshops de música "Linha de contrabaixo, criação e improvisação" com Felipe Fidelisno e "Ritmos brasileiros na música instrumental" com Maria Cecília Collaço, ambos também no MIS.
PROGRAME-SE
VIII Mostra Jazz Campinas
Quando: de 5 a 12/11 em diferentes horários e locais.
Programação completa: www.mostrajazzcampinas.art.br ou Instagram: @mostrajazzcampinas