CULTURA

Campinas duplica oferta de teatros em apenas um ano

Com novas salas públicas e privadas de teatro, cidade dobra a capacidade de público

Delma Medeiros
10/03/2013 às 08:55.
Atualizado em 26/04/2022 às 01:23
Orquestra Sinfônica municipal de Campinas (Leandro Ferreira/AAN)

Orquestra Sinfônica municipal de Campinas (Leandro Ferreira/AAN)

O número de assentos teatraiS mais que dobrou em Campinas em um ano, colocando a cidade novamente no circuito de grandes espetáculos e abrindo a possibilidade de temporadas teatrais. Em janeiro do ano passado, considerando os espaços com programação regular, Campinas contava com 1.885 assentos em teatros, sendo que desses, 1.549 em salas particulares ou de entidades como Sesc e Sesi.

No período de um ano, cinco salas de espetáculo foram — ou serão — inauguradas na cidade, com mais 1.965 lugares disponíveis, mais espaço para cadeirantes, sendo 1.195 em salas particulares e 770 no Teatro Municipal José de Castro Mendes, reaberto em dezembro depois de uma reforma que durou cinco anos. No total, Campinas possui 3.850 assentos — isso sem contar os auditórios privados que, eventualmente, abrem para eventos públicos.

Para o produtor teatral Edgar Rizzo, diretor do Grupo Téspis, essa avanço é motivo de comemoração, mas ainda está muito abaixo do ideal. “A reforma que parecia interminável do Castro Mendes e o fechamento do Centro de Convivência Cultural levaram a iniciativa privada a atentar para a questão cultural e a necessidade de novos espaços, o que é ótimo. É superpositiva essa mobilização da rede privada. Mas ainda é pouco. É urgente reformar o Convivência e criar novos espaços, públicos e privados”, avalia. “Campinas tem em torno de 1,2 milhão de habitantes. O ideal, em termos proporcionais, seria temos 10% desse número em cadeiras de teatro. Cerca de 4 mil é muito pouco. Veja o tanto de salas de cinema existentes e que sempre tem público”, reforça.

O secretário de Cultura, Ney Carrasco, afirma não ter estudos sobre o número ideal de salas ou assentos para espetáculos. “Mas, com a perspectiva de reforma do Convivência (500 lugares) e construção do Teatro de Ópera Carlos Gomes (918 lugares), alcançaremos número suficiente para suprir à demanda atual. Também temos a expectativa de fazer outras salas pequenas”, adianta. “A questão não pode ser considerada apenas pelo aspecto quantitativo, mas também qualitativo. Mais que a questão numérica, há que considerar a que público se destina, onde se localiza, que população abrange”, explica o secretário.

Para Carrasco, é imprescindível a participação da iniciativa privada nesse processo.

“Nas grandes cidades do mundo todo há espaços públicos e privados. Atualmente, Campinas tem carência de espaços públicos e a iniciativa privada chega para suprir. As salas privadas dão lucro, são um bom negócio. Em São Paulo, por exemplo, para fazer temporada em salas comerciais, é preciso agendar com meses de antecedência, porque a demanda é grande.”

Carrasco avalia ainda que o setor privado é o principal responsável por colocar a cidade novamente no circuito artístico. “O poder público deve incentivar novas produções locais, mas não tem como sustentar grandes shows e espetáculos teatrais. Pode quando muito promover um ou dois grandes eventos, o que não significa por a cidade no circuito. Isso depende da iniciativa privada. A abertura de novas salas é excelente nesse sentido”, afirma, citando que essa atuação público-privado deve integrar a política cultural do município.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por