Sobre dores e saudades

Breno Ruiz e Roberto Leão lançam o álbum 'Alegria'

Agência Anhanguera de Notícias
14/07/2020 às 13:18.
Atualizado em 28/03/2022 às 21:37
O brasileiro Breno Ruiz e o português Roberto Leão se unem para resgatar canções que revelam a melancolia presente na música brasileira (Divulgação)

O brasileiro Breno Ruiz e o português Roberto Leão se unem para resgatar canções que revelam a melancolia presente na música brasileira (Divulgação)

Um repertório de delicadas canções que falam de temas como a tristeza, a saudade, um amor desfeito, a desilusão ou a dor de cotovelo, de compositores de gerações diferentes da música popular brasileira. Assim é o álbum Alegria, resultado do sonho de dois jovens músicos, o brasileiro Breno Ruiz (piano) e o português Roberto Leão (voz). Como uma homenagem de um português e de um brasileiro a 100 anos de música, com obras de Heitor Villa-Lobos, Tom Jobim, Dori Caymmi e do próprio Breno Ruiz, o disco fala pela poesia de Paulo César Pinheiro, Vinicius de Moraes, Dolores Duran e Nelson Motta. Um trabalho sobre um Brasil que, pela arte, ajuda o mundo a viver. Alegria está disponível mas plataformas digitais e previsão do lançamento no formato físico em breve, mas ainda sem data definida. Valter Hugo Mãe, assina um dos textos de apresentação do disco e diz: “Pensei por muito tempo que a melancolia brasileira era meio sem inverno. Uma melancolia de pura contemplação, como a síndrome de Stendhal aplicada ao sol, à paisagem natural e humana de um país. Seria uma melancolia pela demasia, como se amar exagerasse, a beleza exagerasse. Depois, há a música, com esse filão de pura elegância onde cantar é intensidade em contenção. Na música o Brasil vai ao limite dessa impressão de fazer som a partir do diamante, cintilação de luz que usa sol e água, acende na noite e dentro e corta. Tudo na cultura brasileira matura na sua própria maravilha mas a música tem instantes inacreditáveis, julgo eu que por ser a preferida de Deus...”. E finaliza: “Esta música brasileira acontece como acontecem as revelações aos sábios do oriente, profunda meditação, conhecendo afinal o segredo do possível transcendente. Há um inverno na melancolia brasileira, sim, talvez mais seco mas surpreendentemente frio. Não é uma estação à altura de todos. Abre no calendário apenas daqueles que acolhem os abalos mais puros. Tão bela voz, tão belo piano, esses compositores sagrados, é tão evidente que a melancolia brasileira é uma prece.” Estão no disco, as canções Viola de Bem Querer (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), Por causa de Você (Dolores Duran e Tom Jobim), Delicadeza (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro), O que tinha de ser (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), Roseira (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), Tati, a Garota (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro), Desprezo (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), Cristais de Poesia (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), De onde vens (Dori Caymmi e Nelson Motta) e Valsa da Dor (Heitor Villa-Lobos). Breno e Roberto conheceram-se por meio de Renato Braz e Mário Gil, com quem gravaram Mar Aberto. Juntos, participaram do disco Foru 4 Tiradente na Conjuração Baiana, de Dori Caymmi com textos de Mário Lago. Tocaram em Portugal, Espanha e Brasil. Roberto Leão, nascido em 1985 em Santa Maria da Feira, Distrito de Aveiro, em Portugal, se mudou para São Paulo em 2012. Apaixonado pela música brasileira, veio em busca de espaço na cena artística daqui. Estudou Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e fez teatro. Participou dos grupos Hepta, Orfeão Universitário do Porto, Vinícius e Outros Vícios, além de ter trabalhado com Caio Márcio dos Santos e Thaís Nicodemo. Foi através de Dori Caymmi que fez sua primeira gravação, com Renato Braz, Mário Gil e Breno Ruiz no disco Mar Aberto (2016). É letrista e parceiro de artistas como Ivan Lins. Breno Ruiz, nascido na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, tem parcerias com músicos como Rafael e Rita Alterio, Cristina Saraiva, Sergio Natureza e Paulo César Pinheiro. Suas músicas já foram gravadas por artistas como Tetê Espíndola, Renato Braz, Maogani, Celso Viáfora, MPB4, entre outros. Como pianista e arranjador, gravou com o grupo Garimpo e assinou os arranjos do álbum Terra Brasileira, da compositora Cristina Saraiva. Em agosto de 2016, logo após o lançamento de Mar Aberto, lançou o disco Cantilenas Brasileiras, resultado da parceria com Paulo César Pinheiro, e em 2019, o álbum Diferente, ao lado do compositor e violonista Miguel Rabello. (Da Agência Anhanguera)

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