José Eugênio Soares, o Jô, nasceu no Rio de Janeiro em 1938 e construiu ao longo de 60 anos uma carreira diversa e marcante (Divulgação)
O dia de ontem começou mais triste para o brasileiro. No início da madrugada de sextafeira Flávia Pedras, ex-esposa de Jô Soares, comunicou em seu perfil do Instagram o falecimento do apresentador, humorista, ator e escritor, que estava com 84 anos. A causa da morte não foi informada, mas o post relata que ele se foi "cercado de amor e cuidados" Aline Guevara C no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde estava internado desde 28 de julho.
José Eugênio Soares, o Jô, nasceu no Rio de Janeiro em 1938 e construiu ao longo de 60 anos uma carreira diversa e marcante. Ele criou mais de 200 personagens, alguns icônicos do humor brasileiro. Atuou em 25 filmes, sendo o primeiro "O Rei do Movimento" (1954) e o último "Giovanni Improtta" (2013). Como artista plástico, teve oito exposições de pintura. Realizou mais de 14 mil entrevistas, entre 1988 a 2015, em seus programas "Jô Soares Onze e Meia", no SBT, e "Programa do Jô", na TV Globo. Apaixonado por jazz, lançou quatro álbuns musicais, sendo o último "Jô Soares e o Sexteto (2000)". Ele escreveu, ao menos, 10 livros, entre eles "O Xangô de Baker Street" e "O Homem que Matou Getúlio Vargas" - desde de 2016, era o ocupante da cadeira número 33 da Academia Brasileira de Letras. Sua trajetória impressiona, mas o carisma e seus bordões, como o famoso "beijo do Gordo", devem ficar ainda mais firmes na memória coletiva.
O músico Derico Sciotti, um dos integrantes do Sexteto, banda que acompanhou Jô Soares por muitos anos, lamentou na TV a morte do apresentador e afirmou que o considerava como um pai. "É muito triste. Fiquei 28 anos lá, metade da minha vida trabalhando com o Jô. Tenho 56 anos e 28 foram trabalhando com ele", ressaltou emocionado o saxofonista que sempre era chamado no programa de "assessor de assuntos aleatórios”.
O velório foi reservado apenas para familiares e amigos próximos. "Assim, aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida. A vida de um cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor", escreveu Flávia em sua rede social.