O filme estreia evocando a emoção por trás da mensagem que o músico jamaicano carregava em suas canções
A produção é assinada por Rita Marley, viúva de Bob, e dois dos 12 filhos do cantor, Cedella e Ziggy Marley (Divulgação)
Bob Marley teve uma passagem muito breve no mundo. Ele faleceu bastante jovem em 1981, aos 36 anos, em decorrência de um câncer, mas o tempo que teve aqui foi o bastante para transformar o cenário musical mundial. O reggae e a Jamaica foram colocados no mapa da música definitivamente, e as composições de Robert Nesta Marley reverberam em 2024 como se ele ainda estivesse aqui. A cinebiografia “Bob Marley: One Live”, que entra em cartaz nos cinemas, tenta trazer para as telonas um retrato do artista em alguns dos momentos mais emblemáticos de sua carreira.
A produção é assinada por Rita Marley, viúva de Bob, e dois dos 12 filhos do cantor, Cedella e Ziggy Marley, que chegou a ser cogitado para viver o pai no filme. Por fim, o escolhido para o papel foi o inglês Kingsley Ben-Adir (de “Barbie” e “Uma Noite em Miami”). O longa – com 1h47 de duração – começou a ser desenvolvido em 2018, contando com a direção de Reinaldo Marcus Green (o mesmo de “King Richard: Criando Campeãs”).
O CORREIO JÁ VIU
O recorte do roteiro é interessante e bastante acertado. Em vez de navegar por toda a vida de Bob, ele é mais sucinto ao cobrir o período de mais ou menos dois anos que foram bastante decisivos. Vemos o músico a partir de 1976, quando sofre um atentado violento na Jamaica e decide se exilar em Londres. Esse período vivendo na Europa resultou em um dos seus álbuns mais potentes, o “Exodus”, e culmina no show “One Love Peace Concert”, no National Stadium em Kingston, capital jamaicana, em 1978.
Logo no início da projeção, o artista que pregava união e amor é confrontado com a violência decorrente dos conflitos políticos em seu país natal, deixando-o momentaneamente confuso, mas também inspirado a criar um novo álbum que pudesse atingir um público mais amplo. Enquanto isso, uma série de flashbacks tenta nos situar sobre o passado do cantor, especialmente o impacto de ter crescido sem uma figura paterna, a influência do movimento e da religião Rastafári em sua vida e a profundidade do seu relacionamento com Rita.
A maior parte dos temas abordados no filme se mantém na superficialidade. O que importa, como era de se esperar de uma produção que envolve a família do retratado, é fazer um tributo a Bob e para a mensagem de amor e união que ele incansavelmente carregou consigo. E isso “Bob Marley: One Love” consegue, principalmente graças à interpretação de Kingsley Ben-Adir. O ator não tenta copiar o cantor, como os registros reais incluídos nos créditos ressaltam, mas propõe sua própria compreensão da figura icônica com uma grande sensibilidade. Também não lhe falta carisma.
A excelente Lashana Lynch (de “A Mulher Rei”) também merece destaque como Rita. Quando a câmera foca nas interações entre o casal e sua complexa dinâmica, o filme ganha camadas mais interessantes.
As canções são um ponto alto do filme, que soube encaixar cada composição no momento adequado. O que não cabe na história graças ao tempo da narrativa, entra nos créditos, e a sua obra musical é bem contemplada. Com faixas tão arrebatadoras como “Don’t Worry About A Thing”, “Is This Love” e “One Love”, título que também nomeia o filme, é bem difícil sair do cinema sem estar emocionalmente embalado pela música.
Quando se trata de cinebiografias, sempre há uma expectativa de que a obra seja tão grandiosa quanto a figura retratada, mas muitas vezes não existe essa sincronia. Não é diferente com “Bob Marley: One Love”. Ele pouco se destaca em qualidade narrativa. Falta profundidade nas discussões levantadas, o corpo de personagens coadjuvantes (fora Rita) só está ali para reagir ao protagonista e a direção de Green não é muito inspirada. Mas existe claramente um coração pulsando dentro da produção que nos leva a entender, mesmo que parcialmente, a energia intensa e bonita que existia em torno de Bob Marley e que transbordava em sua música. O filme dificilmente será memorável já em um futuro próximo, mas oferece quase duas horas de uma imersão bem agradável e até emocionante.
O mundo Marvel está de volta e o universo da vez é novamente o do Homem-Aranha. Mas nada de Peter Parker ou Miles Morales. O novo lançamento da Sony acompanha Cassandra Webb (Dakota Johnson) na pele da Madame Teia, que nos quadrinhos foi aliada ocasional do super-herói. A protagonista é uma paramédica com habilidades de clarividência que, quando confrontada com traumas do passado, precisa ajudar três jovens também super-poderosas. O longa se passa no mesmo universo de “Morbius”, “Venon” e “Kraven”, que ainda não foi lançado. A atriz principal e a diretora de “Madame Teia”, S. J. Clarkson, estiveram recentemente no Brasil, no Rio de Janeiro, promovendo o filme.