CADERNO C

Beto Mallmann abre nova exposição mostrando que ‘Nem Tudo é Azul’

O Espaço 800 inaugura nesta sexta, dia 28, a nova exposição com 11 telas do artista plástico, que exibe um momento de transição em experimentações com essa cor

Cibele Vieira/[email protected]
26/03/2025 às 15:24.
Atualizado em 26/03/2025 às 15:24
As pinturas são divididas ao meio pela linha do horizonte, com uma espuma que se transforma em palavras que escorrem pela tela (Divulgação)

As pinturas são divididas ao meio pela linha do horizonte, com uma espuma que se transforma em palavras que escorrem pela tela (Divulgação)

No céu ou no mar, onde voar ou mergulhar, tanto faz! Essa reflexão do artista Beto Mallmann indica que ele escolheu como veículo de sua angústia a experimentação da cor azul, entremeada por versos de um poema sem fim. Sua nova série, batizada de “Nem Tudo é Azul”, é formada por 11 quadros que têm em comum, além da mesma cor em vários tons, a divisão ao meio pela linha do horizonte, com uma espuma que se transforma em palavras e escorrem pela tela. 

Cada tela é única, afirma o artista, porque o esforço foi o de criar vários azuis, em movimentos, traços e camadas com diferentes intensidades e tratamentos. “Fui atrás do estudo da cor, da linguagem da cor, da pesquisa estética para encontrar diversos tons, alcançar os vários azuis do céu e do mar. Por isso, cada tela é sem igual”, explica. Logo, o azul – que, tecnicamente, está relacionado à liberdade, à imortalidade, à leveza – revela uma ruptura no processo criativo, em que o artista mergulha de maneira intensa em busca de novas asas. 

Nesse processo, que envolveu uma forte carga emocional pelos enfrentamentos e travessias, Beto Mallmann revela que se dedicou à criação com entrega absoluta. Nessa nova fase, o redator e diretor de arte publicitária – sua origem profissional – parece ter cedido lugar de maneira definitiva ao poeta e ao pintor em busca do estado da arte. O jornalista Andre Nishisaki, curador da exposição, define o resultado exposto nas telas como “um encontro catártico entre Mallmann, Ícaro e Netuno, cada qual com os seus imponentes azuis, na presença magistral de Afrodite”. 

E assim como o pintor abusa da mesma cor para expressar suas experimentações estéticas, o poeta faz uso obsessivo e recorrente das palavras mar e amar que flutuam construindo frases que explicitam e explicam a razão de cada obra. Para Nishisaki, “é a parte de uma transição em que se bota para fora tudo o que incomoda. É o momento em que se descobre que nem tudo é azul, fazendo emergir das espumas uma figura de tamanha beleza, como no nascimento de Afrodite, deusa e símbolo da paixão, fertilidade e perpetuação da vida (segundo a mitologia grega, Afrodite foi nascida da espuma do mar)”. É o que propõe a exposição.

PROGRAME-SE 

Exposição ‘Nem Tudo é Azul’ 

Quando: Abertura na sexta-feira, dia 28, às 19 horas. 

Visitação até 25 de abril de segunda a sexta das 14h às 18h, ou sob agendamento pelo whatsapp (19) 99773-3120 

Onde: Espaço 800 - Rua Frei Antonio de Pádua, 800, no Guanabara, Campinas 

Entrada Gratuita 

Informações: Instagram @betomallmann @espaco800.art

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