ENTREVISTA

Atrizes elogiam Tom Cruise por atuação em 'Oblivion'

A ucraniana Olga Kurylenko e a britânica Andrea Riseborough vieram ao Brasil divulgar o filme

Fábio Trindade
31/03/2013 às 15:36.
Atualizado em 25/04/2022 às 22:22
Tom Cruise ladeado pelas atrizes Olga Kurylenko e Andrea Riseborough, que atuam com ele no filme 'Oblivion' (Divulgação)

Tom Cruise ladeado pelas atrizes Olga Kurylenko e Andrea Riseborough, que atuam com ele no filme 'Oblivion' (Divulgação)

Tom Cruise é sempre tão disponível e atencioso com os fãs por onde passa, que não é surpresa para ninguém o fato de o ator ter dedicado cerca de 90 minutos aos seus admiradores no tapete vermelho de 'Oblivion' (idem, EUA, 2013), na última quarta-feira (27), no Rio de Janeiro. Exatamente por isso, também não é espantoso ressaltar que suas colegas de elenco, a ucraniana Olga Kurylenko e a britânica Andrea Riseborough, tenham sido engolidas pela fama e simpatia do astro na mesma pré-estreia. Nada mais justo, portanto, que as duas tivessem um dia só delas para atender a imprensa e, assim, promover o novo filme de ficção científica, com lançamento no dia 12 de abril, do qual também fazem parte. Enquanto Tom passeava pela capital fluminense conhecendo o Maracanã e distribuindo mais sorrisos, as atrizes participaram de uma bateria de entrevistas no luxuoso Copacabana Palace, extremamente entrosadas e à vontade. Algo novo até para elas, que confessaram estar passando mais tempo juntas agora, nos eventos de lançamento pelo mundo, do que no período de filmagem.

“Deveria ter sentado do seu lado, Olga, porque eu não tinha ninguém para agarrar”, brincou Andrea ao lembrar da primeira vez que viu o filme. A ucraniana acabara de contar que, por mais que tenha lido diversas vezes o roteiro e rodado boa parte do filme, se surpreendeu com o tamanho da produção e como tudo se transformou em realidade na telona. “Precisei agarrar a mão da minha agente de tão entusiasmada que eu estava, alucinada e conectada com a história, ao ponto de ela virar e me dizer: ‘Você sabe o que vai acontecer, calma’. Mas, por mais que você saiba que tudo é falso, conheça a história, por mais que eu conheça o Tom e saiba o que ele está fazendo, é tão fantástico que segurei o fôlego na cena em que ele cai em um buraco aberto na superfície”, comentou Olga, a bond girl de 007 - Quantum of Solace.

A troca de confidências entre as “novas amigas” continuou. “Tinha uma senhora muito simpática do meu lado, mas eu a tinha conhecido há cinco minutos. Ou seja, não tinha como eu segurar a mão dela ou ficar comentando. Eu te via, Olga, pulando na cadeira e só queria dizer: ‘eu estou pulando também’”, exclamou, aos risos, a inglesa conhecida principalmente pelo filme W.E., dirigido por Madonna. “O que queremos dizer é que o roteiro é só o começo de uma história. Você não tem como saber o que ele se tornará”, resumiu Andrea.

E é aí que as inúmeras qualidades de Tom Cruise voltam à tona, dessa vez, longe dos holofotes. “É fantástico o fato de ele sempre tentar fazer novas coisas. Ele nos leva para caminhos diferentes o tempo todo, dizendo para tentar fazer de um jeito, depois de outro, agora assim, agora vamos mudar. Com isso, ele dá todas as opções possíveis para o diretor, que terá um enorme leque de alternativas para chegar ao melhor trabalho possível. É um ator tão disponível que poderia vê-lo atuar o dia todo”, lembra Olga.

Porém, mais do que vê-lo em ação, a forma como as pessoas ao seu redor retribuem a tanta generosidade, complementa Andrea, é o que torna Tom único nessa indústria sobrecarregada de egos inflados. “Todos perguntam para nós como ele pode ser tão especial, qual o segredo, porque é algo que todos querem saber. É difícil entender o que é tão cativante. Mas ele é simplesmente uma pessoa que te apoia o tempo todo, um ator muito benevolente. E como a Olga disse, ele é tão disponível ao atuar, que consegue tomar conta de toda a equipe. Nos sentimos em boas mãos.”

Enredo

'Oblivion' se passa no ano de 2077, 60 anos após uma invasão alienígena que destruiu a Lua e, consequentemente, a Terra. Andrea Riseborough é Victoria, uma misteriosa mulher que vive em uma torre no espaço e ajuda Jack Harper (Cruise) na missão de reparar pequenas aeronaves que vigiam o planeta quando elas são danificadas pelos Scavs, os invasores. Enquanto Jack desce até a Terra para o trabalho prático, Victoria coordena a missão da torre com a ajuda de eficientes computadores e de uma misteriosa chefe, chamada Sally, que nunca viram pessoalmente.

Após cinco anos, faltam duas semanas para ambos encerrarem o compromisso de proteger a operação de extrair os recursos vitais que restam no planeta e voltar para casa, que agora fica no espaço. Mas tudo muda quando uma espaçonave cai no planeta e tem apenas uma sobrevivente, Julia (papel de Olga). “Minha personagem tem no DNA que Julia precisa desaparecer, e bem rápido. Ela sabe que há algo errado e tudo o que ela quer é encerrar essa missão, sem fazer perguntas ou questionar o porquê”, diz Andrea.

Conforme Jack tenta entender o que Julia representa, diversas reviravoltas o fazem pensar que tudo o que ele fez até agora é errado, um difícil jogo de tentar entender quem é o vilão da história. “As reviravoltas são o que me fazem achar o filme interessante. Eu acho ótimo os produtores trabalharem com a perspectiva de que o público é realmente esperto para acompanhar a trama. O filme te desafia. A partir da última hora de Oblivion, você não tem ideia alguma do que vai acontecer, e isso é uma grande conquista”, responde Andrea ao ser questionada pela reportagem se o público acostumado a ver apenas ação pode ter dificuldades em acompanhar um elaborado, e por vezes confuso, enredo.

Olga, claro, também defende a produção. “Isso acontece porque temos um roteiro inteligente e foi exatamente isso que me conquistou. É tão original que quando você começa a entender o que está acontecendo, depois de mudar e mudar e mudar, fica ainda mais fantástico, porque nos faz repensar tudo o que a gente viu. O público não pode ser subestimado, e tudo acaba sendo explicado também. Saímos do cinema com tantas questões sobre a vida, sobre quem a gente é, sobre os inúmeros tipos de identidades que existem.” Os melhores exemplos disso, garante a ucraniana, são os personagem Jack e Victoria. “Um fecha os olhos para tudo e afirma que devemos apenas concordar, enquanto o outro questiona a situação. São pessoas que refletem o mundo que nós vivemos.”

Estereótipos

Apesar do eterno título que irá carregar após atuar em um filme da franquia 007, além de ter no currículo 'Hitman: Assassino 47', Olga Kurylenko não quer ser considerada uma atriz de ação. “Os filmes de ação que eu fiz acabaram por ser todos famosos, mas eu atuei mais em drama na minha carreira. Eu comecei na indústria na França, então a maioria das minhas produções é francesa. Ou seja, o grande público provavelmente nunca viu esses filmes. O que acaba sendo engraçado, porque eu me vejo com um estilo e as pessoas me relacionam com James Bond e, agora, 'Oblivion'.” A única explicação para isso, continua Olga, é que os filmes de ação são comerciais, encobrindo os demais longas. “São filmes que participam de muitos festivais, mas não dão dinheiro. Mas sempre se aprende coisas novas quando você faz um filme, indiferente do gênero. Mesmo se eu fizer mais dez produções de ação, cada um vai me proporcionar novas experiências.”

O mesmo acontece com Andrea, mas de outra forma, já que esse é o primeiro filme de ação e norte-americano da atriz. “Eu tenho feito trabalhos clássicos desde os 9 anos. Entretanto, se você está em um grande filme, em um grande estúdio, ou em produções com pouco dinheiro e bem mais simples, a similaridade é a busca pela verdade. Digo isso no sentido, pelo menos para mim, de buscar transformar o personagem em alguém real, explorando diferentes características físicas, idade, nacionalidade. Eu sempre procuro pela mais verdadeira forma de entregar o que estou fazendo.”

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