ENTREVISTA

Ator campineiro relembra início de sua carreira

No ar em "Êta Mundo Bom!", novela das 6h da Globo, Anderson Di Rizzi interpreta o Zé dos Porcos: sua estreia na tevê foi em "Morde & Assopra", de 2011

TV Press
correiopontocom@rac.com.br
26/03/2016 às 20:59.
Atualizado em 23/04/2022 às 01:25

O ator campineiro Anderson Di Rizzi, o intérprete do Zé dos Porcos na novela 'Êta Mundo Bão!' (Divulgação)

O ator campineiro Anderson Di Rizzi é do tipo que se orgulha de seu ofício. O intérprete do Zé dos Porcos, de "Êta Mundo Bom!", novela das seis da Rede Globo, garante que mergulha nos projetos sem se importar com o tamanho que o personagem tem na trama. "Minha dedicação é sempre a mesma porque gosto de trabalhar. Entrar no universo do personagem, descobrir coisas sobre ele e criar", diz, com um certo brilho no olhar. Tanto empenho gerou bons frutos para o ator. Na sua estreia na tevê, em "Morde & Assopra", exibida pela Globo em 2011, ele interpretava o policial Xavier. De uma pequena participação, o personagem acabou se tornando um dos principais da trama. O mesmo aconteceu em "Amor à Vida", quando viveu o "palhaço" Carlito. "Tive trabalhos de sucesso e reconheço isso. Mas não caio na armadilha de esperar que seja sempre assim. Sou muito crítico comigo e acho que isso me dá ferramentas para me desafiar sempre", argumenta. Anderson tinha outro sonho quando criança: ser jogador de futebol. E o desejo quase se realizou. Até os 17 anos, ele jogou por times como Guarani e Ponte Preta antes de se lançar no universo das Artes Cênicas. "Descobri que poderia ganhar um dinheiro com figuração e acabei me apaixonando", diz, lembrando que sua primeira "ponta" foi ao lado de Tony Ramos em "Torre de Babel". Entre participações na tevê e peças de teatro, o primeiro convite para a tevê veio 15 anos depois de já trabalhar com isso. "Teve épocas em que desisti, pensei em seguir outro rumo. A vida de ator é muito difícil. Vinha para o Projac (estúdios da Globo no Rio de Janeiro) e ficava na porta esperando para entregar meu material. Uma hora, aconteceu", relembra, orgulhoso. TV Press - "Êta Mundo Bom!" é a sua quarta novela na Globo e seu quarto trabalho do autor Walcyr Carrasco. Como você enxerga esses convites? Anderson Ricci - O Walcyr é um excelente autor e acho incrível trabalhar com ele. "Morde & Assopra", "Gabriela", "Amor à Vida" e agora "Êta Mundo Bom!" foram projetos incríveis e de sucesso. E ele tem um carinho grande por mim e confia no meu trabalho. Eu soube que estaria nessa novela um ano antes da estreia. Ele me deu bastante tempo para me preparar, fiquei sete meses mergulhado em um universo caipira para entender quem seria o Zé dos Porcos naquela época. Conta um pouco sobre essa preparação... Já tinha feito um caipira, um jeca. Então, me esforcei muito para fazer tudo diferente. Claro que as comparações vão sempre existir, até porque são personagens parecidos, mas queria me desafiar como ator. Trabalhei muito com a Bia Oliveira, minha preparadora lá de São Paulo. Assisti a muitos filmes do Charles Chaplin e do Mazzaropi. Fiz um trabalho de corpo, voz, prosódia. Fiz um curso de "clown", pesquisei sobre palhaços de circo. Achei que tinha uma pegada por aí... Além disso, fui para Piracicaba e fiquei lá trabalhando com os bichos. Tirei leite de vaca, dei comida para os porcos, cuidei das galinhas. Você sempre tem a preocupação de entrar tanto no universo do personagem? Sempre! Não me importa se o personagem é grande ou não. Minha dedicação é sempre a mesma. Eu arrisco possibilidades, trago uma proposta diferente. E isso deu certo em outros trabalhos. Em "Morde & Assopra", a sinopse do Xavier tinha só uma linha. E eu não me acomodei, fui atrás de fazer o meu melhor e deu no que deu. Ele virou um dos protagonistas da história. Então, sempre acredito que a minha dedicação é proporcionalmente direta ao sucesso do personagem. E como é o que eu gosto de fazer, vou sempre mergulhar fundo nesses universos. Ter interpretado personagens de sucesso em outros folhetins faz com que você se cobre mais? Sou muito crítico com o meu trabalho. Acho que poderia ser até mais bonzinho (risos). Mas não coloco uma pressão grande sobre mim. Até porque acredito que o sucesso é mérito da obra e não de um personagem. Por isso, vou para o "set" livre, sem o peso de ter de ser um sucesso. Gosto de saborear o texto e torcer pelo personagem, para que eu me divirta e para que o público goste. Tive trabalhos de sucesso e reconheço isso. Mas não caio na armadilha de esperar que seja sempre assim. Sou muito crítico comigo e acho que isso me dá ferramentas para me desafiar sempre. Na tevê, todos os seus personagens sempre foram ligados à comédia. Você tem vontade de explorar outros gêneros? Muita vontade! E é até engraçado isso. Porque, se na tevê só faço comédia, no teatro, só faço dramas pesados. As pessoas estão acostumadas a me ver no papel da comédia. Quero muito ter a oportunidade de fazer uma coisa mais "dark", mais obscura. Talvez, um vilão psicopata (risos). Mas, se me chamarem para outra comédia, tudo bem. Não sou de escolher trabalho. Sou um ator para todo tipo de papel e falo isso com convicção.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por