Árvore brasileira batiza primeiro CD de Álvaro Petersen

De amarelo vibrante, alta, larga e imponente, a sibipiruna, uma árvore nativa do Brasil encontrada principalmente em São Paulo e no Paraná, é o mote da canção-título do primeiro CD de Álvaro Petersen. O músico nasceu em Ribeirão Preto, morou por anos numa avenida repleta dessa espécie de árvore, radicou-se em São Paulo, mas foi em Campinas que passou parte da vida, onde estudou física na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e arquitetura na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e desenvolveu o gosto pela música nos tempos áureos da noite campineira, tendo participado da banda Luz Azul, nos anos 90.   O cantor e compositor volta nesta quarta-feira (18) à cidade para lançar o disco num show que ocorre no Almanaque Café, em Barão Geraldo, e no qual estará acompanhado pelos músicos campineiros Nenê Silva (baixo) Pepa D’Elia (bateria). “Conheci o Nenê quando ele estava começando, depois o Pepa. São amigos e excelentes músicos, queria que estivessem presentes no show em Campinas”, diz Petersen, revelando ainda a participação especial da cantora paulistana Gigi Turjillo em três músicas. O álbum 'Sibipiruna', indicado ao Latin Grammy 2014 nas categorias melhor disco, melhor produção, artista revelação e melhor disco de MPB, foi gravado no Brasil, França e Bélgica, com produção de Edmundo Carneiro, percussionista brasileiro radicado na França. “Em 2007, ele me disse: ‘Poxa, meu velho, vamos fazer o seu disco? Já passou da hora’. Foi então que eu comecei a pensar nisso e compilei o que era mais autoral, na contramão do que é produzido hoje em dia”, conta.O resultado foi um conjunto de 11 canções feitas em diferentes épocas e com diferentes influências que fazem parte de sua formação. Entre elas, cita do grupo inglês The Who ao movimento musical mineiro Clube da Esquina, passando por Secos & Molhados, bossa nova, o álbum Transa, de Caetano Veloso, discos de Beto Guedes, James Taylor, Led Zeppelin e o cubano Bola de Nieve.O contato com essas músicas e artistas veio ainda na adolescência, em Ribeirão Preto. “Nos reuníamos numa praça para trocar ideias, discos, impressões. Foi um tempo muito rico, de descobertas: o Brasil saía da ditadura militar, o movimento punk começava a trazer o ‘essencial’ da música, artistas partiam para lançamentos independentes, enfim, o início de um novo tempo”, lembra ele, que foi parceiro de Kiko Zambianchi e do cartunista Glauco (1957-2010) nessa época.Apesar de só estrear agora em disco, a arte está na vida de Petersen desde sempre — pouco trabalhou como arquiteto e nem concluiu a faculdade de física. Foi um dos manipuladores de bonecos da série Castelo Rá-Tim-Bum, da TV Cultura, por 27 anos; teve músicas suas gravadas por Bebeto, Vera Negri e grupo Heartbreakers; e teve parceiros como a cantora Fortuna e o poeta Paulo Leminski. Também participou de discos de Hélio Ziskind e Fernando Salém. “Compondo é como me expresso melhor”, afirma.[INTERTITULO]Unidade[/INTERTITULO]Em Sibipiruna, ele diz que não se comprometeu em ter a natureza como fio condutor, apesar do título do trabalho, mas buscou uma unidade melódica e harmônica. O disco tem aparência de pop, porém figura-se mais apropriadamente em música popular brasileira.   AGENDE-SE{SUMMARY}4 O quê: Show de lançamento do CD Sibipiruna, de Álvaro Petersen4 Quando: Hoje, às 21h4 Onde: Almanaque Café (Av. Albino J. B. de Oliveira, 1.240, Barão Geraldo, Campinas, fone: 3249-0014)4 Quanto: R$ 20,00