Instituto SER

Arte transformadora e inclusiva

A arte, em qualquer forma de expressão, é fator de desenvolvimento. Mas em alguns casos é ainda mais transformadora

Delma Medeiros
25/04/2019 às 11:47.
Atualizado em 04/04/2022 às 08:46

A arte, em qualquer forma de expressão, é fator de desenvolvimento. Mas em alguns casos é ainda mais transformadora. A expressão artística é uma ferramenta valiosa no tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Prova incontestável disso é o retorno obtido pelo Instituto SER – clínica escola de Campinas especializada no atendimento de pessoas com TEA, com 30 anos de experiência e que desde 2005 realiza espetáculos teatrais inclusivos a partir de obras importantes da literatura. Segundo Alexandre Castelli, diretor e responsável pelas artes cênicas do Instituto SER “a arte é um elemento fundamental para desenvolver atividades que configurem um estímulo para a inserção social e desenvolvimento da comunicação e linguagem corporal dos educandos da escola”. Este ano o tema escolhido não poderia ser mais apropriado: Quasímodo, baseado na obra clássica Notre-Dame de Paris, ou O Corcunda de Notre-Dame, de Victor Hugo. O espetáculo estreia neste sábado no Theatro Municipal Paulo Gracindo, em Paulínia, 12 dias após o trágico incêndio que atingiu o prédio de 850 anos e um dos símbolos da capital francesa. Castelli explica que assim que a notícia começou a ser veiculada nas mídias, os responsáveis tiveram que explicar para os educandos o que estava acontecendo e a relevância do fato para o mundo. “Nossas expressões eram as mesmas de quem via de perto a Catedral de Notre-Dame sendo consumida”, coloca. “Estamos a poucos dias da estreia do espetáculo e tudo isso aconteceu enquanto construíamos personagens, sentimentos, pessoas. Um trabalho que está ganhando vida há um ano. E se podemos desejar algo, além da reconstrução desse patrimônio da humanidade, é que o fogo, em vez de queimar, ilumine os olhares, os horizontes e os caminho para o fim das diferenças e do preconceito”, afirma Claudia Dubard, diretora do Instituto SER. Para Claudia, o espetáculo é totalmente apropriado ao trabalho que o SER desenvolve há anos. “O personagem principal representa não só um ser com uma diferença corporal, mas também um homem que carrega todos os conceitos e preconceitos em uma sociedade cuja aparência é fundamental”, explica. No palco, um elenco de cerca de 100 pessoas, incluindo atores, bailarinos e músicos profissionais ao lado de 40 educandos do Instituto SER. Os educandos com TEA participam de todo o processo desde a pintura do cenário, montagem do palco, figurinos até a apresentação. “É nítido o poder transformador que a arte exerce em cada um deles. Nós trabalhamos com habilidades e potencialidades, desenvolvendo o que cada um possui e dando continuidade naquilo que está sendo proposto”, diz Castelli. Segundo ele, a prática do teatro contribui com o desenvolvimento de autistas ampliando sua capacidade de abstração, coordenação motora, imaginação, criatividade e sensibilidade. AGENDE-SE O quê: Quasímodo Quando: 27/4 (sábado), às 20h30 Onde: Theatro Municipal Paulo Gracindo (Av. Pref. José Lozano Araújo, 1.551, Parque Brasil 500, Paulínia) Quanto: R$ 80,00 (à venda no Instituto SER - Rua Arnaldo Barreto, 681, São Bernardo; PAM CrossFit Paulínia; Livraria Leitura Campinas Shopping; Livraria Leitura Parque D. Pedro)

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