CULTURA

Arte que impacta e orienta

Artista plástico transforma muros de subestações de energia para promover segurança e uma mudança no visual da região

Aline Guevara/[email protected]
29/05/2024 às 18:19.
Atualizado em 29/05/2024 às 18:19
Os muros de 31 subestações de energia da CPFL, na região de Campinas, já receberam a arte do grafite, com cores coloridas, desenhos e frases para alertar os moradores sobre os riscos da rede elétrica (Divulgação)

Os muros de 31 subestações de energia da CPFL, na região de Campinas, já receberam a arte do grafite, com cores coloridas, desenhos e frases para alertar os moradores sobre os riscos da rede elétrica (Divulgação)

Leandro Kranium, artista do grafite de Hortolândia, trabalha com a sua arte há quase 25 anos. Ele encontrou em projetos duradouros, em parceria com empresas privadas, uma maneira de explorar suas técnicas artísticas e manter projetos mais autorais. Atualmente, ele desenvolve pinturas em muros de subestações da CPFL Paulista na região de Campinas, e está prestes a começar os desenhos para a subestação Sumaré 1, logo depois de dar cor à subestação Quilombo na mesma cidade. O tempo chuvoso na região adiou um pouco o início que começaria ontem, dia 28 de maio, mas em breve a arte estará estampada no local.

Depois de ter realizado um grafite no muro de uma subestação da CPFL, com autorização da Companhia, Leandro foi chamado para participar desse projeto chamado “Guardiões da Vida”, programa que visa conscientizar a população sobre os riscos da rede elétrica nesses locais por meio da arte do grafite. “Eu visualizo o grafite como uma forte ferramenta de comunicação e muitas pessoas que estão dentro do meio corporativo têm dificuldade para ver dessa forma. Mas não foi o caso aqui”, celebra o grafiteiro. Segundo o artista, o grafite tem a possibilidade de se comunicar com qualquer pessoa. “Como defensor da área, eu acho uma ferramenta incrível, mas ainda pouco usada em nossa região do interior do Estado”, avalia.

De acordo com Ivênio de Souza, gerente de Operações de Subtransmissão da CPFL Paulista, o programa resultou em uma iniciativa que não apenas embeleza os espaços públicos, mas também educa sobre segurança. “Ao transformar os muros das subestações em murais de arte e conscientização, a CPFL Paulista demonstra seu compromisso com o plano ESG (Sustentabilidade, Responsabilidade Social e Governança) da Companhia, enquanto sensibiliza quem passa por esses locais, contribuindo para o propósito de zero acidente com a rede elétrica”, destaca o gestor.

Já foram grafitadas 31 subestações da área de concessão da Companhia de energia, sendo que cinco estão localizadas em Campinas e outras espalham-se pelas cidades próximas.

A sensibilização da população em contato com a arte foi sentida e registrada pelo grafiteiro. “A população que mora em volta e passa por ali gosta bastante. Acho que o que impacta as pessoas é o visual, o desenho, as cores fortes. Há as frases escritas com alertas de segurança, mas acho que as pessoas reparam mais nas mensagens depois de já terem sido impactadas pela arte. Eu acredito que, se fossem só letreiros, eles não chamariam muito a atenção dda população”, considera Leandro.

CAMINHOS DENTRO DA ARTE

A arte planejada para os muros das subestações faz parte de um programa definido de acordo com intenções e padrões bem estabelecidos pela Companhia de energia. “O que eu faço uso é da técnica, o domínio do spray, o conhecimento de combinação de cores, coisas que eu desenvolvi ao longo dos anos no grafite”, avisa Leandro. Mas segundo ele, estabelecer parcerias como essa com a CPFL Paulista, com rendimentos financeiros previamente estabelecidos, permite mais liberdade na atuação como artista. Outros recursos fundamentais para o grafiteiro desenvolver trabalhos mais autorais nestes anos são as leis de incentivo às artes, como Aldir Blanc e Paulo Gustavo.

Leandro começou no grafite como muitos iniciam, desenvolvendo letras e escritos, mas depois de uma década no meio, ele buscou aprimoramento também na técnica de desenho e pinturas coloridas. “Esse grafite que se manifesta com letras ainda é bastante condenado pelas pessoas. Então, minha migração para a linha artística teve objetivo de adequar a minha arte a algo mais atrativo para o mercado, mas também explorar diversos suportes diferentes, trabalhando com espaços pequenos e tela, por exemplo”, detalha o artista, que também é produtor cultural. Ele organiza eventos de grafite em Campinas e região, apoiando o trabalho de outros artistas.

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