Uma festa com “Bumba meu Boi”, dança, teatro, exposição de artes e música ao vivo abre os festejos juninos no Coletivo Mangueira neste sábado, com entrada gratuita
“Conchavo nordestino”, de Ewerton Rodrigues, e “Tambor de Crioula”, de Jacqueline Ribeiro: obras que integram a exposição "77 M² de Nordeste" (Divulgação)
Muita cultura vai cercar a festa junina nada tradicional que será realizada neste sábado (24) no Centro Cultural Coletivo Mangueira, no bairro Santa Genebra. O amplo quintal sombreado por uma enorme mangueira reunirá múltiplas linguagens artísticas com o intuito celebrar São João. Uma quadrilha diferente orquestrada pela Cia. Palco D'Agua de Teatro antecede a visita à galeria de artes, quando será aberta a exposição "77 M² de Nordeste", com duas séries inspiradas em tradições nordestinas e produzidas pelos artistas plásticos Ewerton Rodrigues e Jacqueline Ribeiro, que reúnem pinturas, xilogravuras e arte digital. O evento, que terá entrada gratuita e acontece a partir das 17h, terá ainda a festiva cerimônia de "Bumba meu boi" e a construção coletiva de um estandarte a São João que será fixado no local de maneira permanente.
Exposição nordestina
A exposição "77 M² de Nordeste" ganhou este nome da curadora e gestora do Coletivo Mangueira, Camila Roberta, porque representa a metragem da Galeria Coletiva e o tema da mostra. O artista plástico Ewerton Rodrigues mostra a série "Cultura a Granel", que exalta a região Nordeste por meio de cinco matrizes coloridas de xilogravura, duas telas acrílicas e uma arte digital, expostas com cordéis. As obras remetem a fatos e eventos que foram apurados em pesquisa realizada pelo artista sobre histórias reais dos nordestinos e suas tradições. Ewerton Rodrigues é paulistano, formado em Artes Visuais pela PUC-Campinas e trabalha com diversas expressões artísticas como graffiti, pintura, xilogravura e serigrafia. Ele revela que se inspira na vivência humana, suas culturas e costumes, temas que vem explorando de diferentes formas e materiais.
"Cantos e Encantos do Maranhão" é a série de 30 telas pintadas por Jacqueline Ribeiro, que ocupa uma parte da exposição. Ela narra, em suas pinturas, a primeira impressão que teve de São Luís,MA, cidade rica em diversidade cultural e onde a arista morou por mais de 20 anos. Considerada muito envolvente, a cidade ficou conhecida por vários apelidos, como Ilha do Amor, Ilha Magnética, Cidade dos Azulejos e Athenas Brasileira. A artista relata que foi para São Luís aos 19 anos para passar 17 dias. "Pisquei meus olhos e quando abri já tinham-se passado 24 anos, fonte de minha inspiração e onde me tornei artista", diz. Jacqueline Ribeiro também é paulistana, e veio para Campinas em 2001 onde se formou em Artes Plásticas. Suas obras - pintura sobre tela - retratam a natureza e culturas regionais.
Vida ao boi e estandarte
Quem abrirá as portas da Galeria Coletiva será Catirina (importante personagem da lenda do Bumba meu boi) e será interpretada pela bailarina Aline Silva. Ali estará o boneco do "Bumba meu boi" aguardando para criar vida na festa. Confeccionado especialmente para este festejo pela artista Thaise Franchi, que utilizou materiais recicláveis, o boi será usado em brincadeiras com os participantes. "Bumba meu boi" é uma festa baseada no folclore brasileiro (Norte e Nordeste) e encena uma narrativa popular conhecida como auto do boi. A festividade é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O evento terá o som ao vivo de Plinio e Banda, com músicas nordestinas e muito forró. Durante a festa todos serão convidados a participar da produção coletiva de um estandarte de São João, que será levantado no final do evento e fixado de forma permanente no Coletivo Mangueira, conta Camila Roberta, artista de múltiplas linguagens e gestora do espaço. Ela vive em Campinas desde 2002, onde se formou em Artes Cênicas, fundou a cia de teatro e pesquisa Palco D'água (2015) e hoje investe no fomento da arte acessível.
Quadrilha diferente
Uma quadrilha nada convencional abrirá a festa no espaço cultural, sob a direção teatral de Evelyse Fecchio, professora de teatro do Coletivo Mangueira. "A quadrilha é popularmente um festejo para agradecer a colheita e homenagear os santos populares, principalmente São João. Há quem diga que a encenação do casamento na dança da quadrilha é uma crítica social às famílias tradicionais: a noiva aparece grávida e seu pai obriga o noivo a se casar. Por esse motivo, a tentativa de fuga do noivo, geralmente embriagado, faz parte da dança. A irreverência na nossa quadrilha é representada por uma noiva que resiste ao casamento, e só concorda com a cerimônia se o noivo aceitar uma relação aberta", conta Evelyse.
PROGRAME-SE
Festa e Exposição Nordestina
Quando: sábado, 24/06, das 17h às 21h30
Onde: Coletivo Mangueira - R. Marquês de Abrantes, 1398, Jd. Santa Genebra
Entrada gratuita
Informações: Instagram @coletivomangueira ou WhatsApp (19) 99114-5575