Arcevia Jazz Feast

Anelo participa de seminário na Itália

Trata-se de um seminário de música, voltado para o aprendizado e troca de experiências, a ser realizado entre os dias 29 de Julho e 5 de Agosto. Seis bolsistas de Campinas, entre alunos e professores, terão a oportunidade de estudar com renomados mestres italianos e brasileiros

Da Agência Anhanguera
09/05/2018 às 10:11.
Atualizado em 28/04/2022 às 08:08
Anelo participa de seminário de música na Itália (Divulgação)

Anelo participa de seminário de música na Itália (Divulgação)

Pelo quarto ano consecutivo, o Instituto Anelo, instituição de Campinas que oferece aulas gratuitas de música na região do Campo Grande, participa do Arcevia Jazz Feast na cidade italiana homônima. Trata-se de um seminário de música, voltado para o aprendizado e troca de experiências, a ser realizado entre os dias 29 de Julho e 5 de Agosto. Seis bolsistas de Campinas, entre alunos e professores, terão a oportunidade de estudar com renomados mestres italianos e brasileiros. "Em primeiro lugar, a importância do festival para o Anelo é que nós temos a percepção, hoje, que é possível para um menino da periferia conhecer outro país pela música. Em segundo lugar, pela qualidade musical do Anelo. Desde 2015, quando participamos do festival pela primeira vez, o nível mudou muito, está muito forte", afirma o coordenador Luccas Soares, que integra o grupo que viajará à Itália. Segundo ele, os italianos gostam muito do Anelo e pedem uma noite brasileira no festival. Soares conta que em 2015 e 2016 o Anelo participou do festival como convidado, e em 2017 passou a ser parceiro do evento. E graças a essa parceria, em 2019 irá receber dois bolsistas italianos a serem escolhidos entre os melhores do festival. Os músicos ficarão cinco dias em Campinas, acompanhando o dia a dia do Anelo, e uma semana em São Paulo para uma vivência na também parceira Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim (Emesp). "Queremos recebê-los aqui com o carinho que nos recebem lá", diz Soares. Além do coordenador, viajam para a Itália o violonista e guitarrista Levi Macedo, de 25 anos; o acordeonista Hudson Sales, também de 25 anos; o trompetista Filipe Silas, de 31 anos; e o contrabaixista Amilcar José Quintino Amauro, de 40 anos, e seu filho Amilcar José Quintino Amauro Filho, baterista de 18 anos. À exceção de Soares, que é pianista e acordeonista e o fundador do Instituto, esta será a primeira vez dos demais não só no festival mas em uma viagem ao exterior. Levi Macedo começou a aprender violão no Instituto Anelo quando tinha 11 anos. Em 2007, após assistir a uma apresentação do guitarrista paulistano Michel Leme, se apaixonou pelo estilo do músico e teve aulas com ele no Souza Lima - Conservatório e Faculdade de Música em São Paulo. Em 2017 foi aprovado no Conservatório Dramático de Tatuí, o maior conservatório de música da América Latina. É músico profissional, professor no Anelo e no Instituto Padre Haroldo. Hudson Sales é formado em Educação Física. Sempre gostou de música e tocava guitarra e violão. Até que em 2011 viajou para o Nordeste à epoca do São João e se apaixonou pela sanfona. Teve aulas particulares de sanfona, que pagava com salário que recebia do trabalho em uma academia, e estudou seis meses com Luccas Soares. Começou a trabalhar no Anelo e recebeu uma bolsa de aulas com o acordeonista Guilherme Ribeiro. Assim como Levi, hoje atua como músico profissional, tocando em grupos de forró e sertanejo. Felipe Silas, por sua vez, concilia a profissão de enfermeiro com a paixão pela música. Começou tocando na Igreja Assembleia de Deus, onde iniciou os estudos de trompete com Nilton Rafael, da Banda da Polícia Militar. Aos 14 anos participou do projeto Unibanda, na Unicamp, e teve aulas com músicos como João Bosco Stecca, Oscarindo Roque Filho e Clovis Beltrami, todos da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas. Convidado por Luccas Soares, passou a integrar a recém-criada Orquestra Anelo. Amilcar José Quintino Amauro é eletricista e também começou a vida de instrumentista na Igreja Assembleia de Deus. Nascido em uma família com forte ligação com a música - sua mãe foi uma das precursoras do afoxé em Campinas -, ele chegou ao Anelo inicialmente como pai de aluno e hoje participa do projeto Prática de Banda. E este ano terá a oportunidade de dividir com o filho a experiência de participar do festival na Itália. Aliás, Amilcar Filho tinha 6 anos quando o pai decidiu matriculá-lo na aula de violão. Como ele ainda era muito novo para participar dos projetos do Anelo, começou a estudar com um professor particular, com quem aprendeu os acordes básicos. Depois passou a frequentar as aulas de Prática de Banda. Ficou um ano fora do Anelo e iniciou os estudos de bateria em uma escola no Campo Grande. Voltou para o Anelo, teve aulas com Beto Batera, da Timbres, e está na instituição até hoje. Os custos da viagem para a Itália são bancados pelos próprios músicos, com dinheiro obtido com a realização de campanhas, rifas, venda de pizzas e bazares. Segundo Luccas, a organização do Arcevia Jazz Feast oferece alimentação; a hospedagem, realizada em casa de família, custa em média 300 euros por pessoa pelo período de sete dias. As passagens parceladas no cartão de crédito.

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