A peça faz curta temporada no Teatro Municipal José de Castro Mendes. Ela foi montada em 2013, como disciplina do curso de artes cênicas
Cena de Alma Boa - Uma Parábola Chinesa, em cartaz no Castro Mendes (Divulgação)
O espetáculo Alma Boa - Uma Parábola Chinesa, adaptação do texto A Alma Boa de Setsan, de Bertolt Brecht, volta aos palcos campineiros esta semana, dando início à Maratona Histriônica, uma iniciativa da companhia teatral com a proposta de ocupar espaços públicos da cidade e promover uma aproximação com o público campineiro. A peça faz curta temporada no Teatro Municipal José de Castro Mendes. O espetáculo foi montado em 2013, como disciplina do curso de artes cênicas que deu origem ao grupo. “A primeira versão foi como disciplina. Mas o elenco decidiu dar continuidade ao projeto, não mais com caráter estudantil, mas de forma profissional, convidando técnicos, figurinistas. Em cima do texto do Brecht buscamos uma maneira própria de contar a história”, explica o diretor Dirceu de Carvalho. Ele cita que para a montagem, foi criado um cenário feito de bambu, conforme a técnica chinesa. “Montamos um andaime de bambu, uma construção chinesa onde a fábula se desenvolve. A trama gira em torno da dificuldade de viver e ser bom na sociedade contemporânea, no tanto que a atitude pessoal esbarra no coletivo e vice-versa”, afirma Carvalho. “A proposta é refletir sobre a necessidade e a possibilidade de ser bom no mundo como ele está, partindo de nosso contexto socioeconômico atual e nas relações entre indivíduo, coletivo e meio em que estão inseridos.” Três misteriosos deuses chegam na antiga capital de Setsuan em busca de alguém a quem pudessem chamar de “alma boa”. Já desiludidos, encontram a prostituta Chen Te, uma moça bondosa que oferece sua casa como hospedagem. A partir dos conflitos da protagonista Chen Te, o elenco materializa uma cidade chinesa fictícia — Setsuan — que aos poucos se mostra muito semelhante a nossa própria realidade. A encenação instaura um espaço de jogo, em que os atores assumem diferentes personagens a partir da dinâmica de construção e desconstrução dos aspectos físicos que compõem cada tipo e utilizam da versatilidade proporcionada pela indumentária e pelo cenário, todos os elementos contribuindo para evidenciar a teatralidade do espetáculo. A música, executada ao vivo, também assume papel ativo na condução da narrativa, segundo o diretor. “Os atores são muito afinados, criamos um belo coro em cena, não grego, mas de coral mesmo.” Depois da curta temporada no Castro Mendes, a Maratona Histriônica continua de 7 de abril a 1º de maio no CIS-Guanabara, com dois espetáculos, A Procura de Emprego, às quintas e sextas; e Alma Boa, aos sábados e domingos, sempre às 20h30, com contribuições espontâneas no chapéu. Todas as atividades e promoções são divulgadas na página do grupo: facebook.com/ciahistrionica. AGENDE-SE O quê: Alma Boa - Uma Parábola Chinesa Quando: De terça a quinta, às 20h Onde: Teatro Municipal José de Castro Mendes (Praça Corrêa de Lemos, s/nº, Vila Industrial, fone: 3272-9359) Quanto: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia e ingresso promocional*)