'Omindá - A União das Almas do Mundo pelas Águas' traz o músico André Abujamra e banda interagindo com artistas do planeta
“Sou um débil mental, tem gente que compra um Land Rover, mas eu gasto meu dinheiro produzindo meus discos e meus shows. Não tem Lei Rouanet”, disse André Abujamra nesta quarta-feira (7) à tarde à reportagem do Correio, em entrevista concedida por telefone. Com o show-filme 'Omindá – A União das Almas do Mundo pelas Águas', que o cantor, compositor, multi-instrumentista e artista multimidia apresenta nesta quinta-feira no Sesc Campinas, não foi diferente: todos os custos de produção do projeto – que inclui ainda um disco e um documentário –, resultado de 11 anos de viagens pelo planeta e filmagens com 13 artistas de várias partes do mundo, foram bancados com dinheiro do próprio bolso do artista. “Tudo que produzo, banco com dinheiro do meu próprio trabalho. Claro, aquela parte do meu trabalho que se paga, que são as trilhas de cinema. Já são 60 trilhas para longas”, conta Abujamra. O artista, porém, faz questão de deixar claro que a Lei Rouanet, alvo de grosseiras fake news durante a recente campanha presidencial, é de grande importância para quem produz cultura no Brasil. “Não uso porque tenho dificuldade com a burocracia, mas é claro que é muito importante.” Omindá, a palavra que dá nome ao show de Abujamra, vem do iorubá: omin significa água, e dá reforça o sentido da alma. “A essência de Omindá é trazer o elemento água como conexão das almas pelo mundo. Minha música nesse projeto nasceu dessa vontade de unir as pessoas e celebrar a diversidade. Minha conexão é pela emoção. Faço o que acredito ser uma verdade do meu coração e isso também ecoa no coração das pessoas”, diz o artista sobre o show, cujo repertório se baseia nas 15 canções do álbum homônimo, entre as quais O Mar e Real Grandeza, compostas pelo próprio Abujamra, bem como as parcerias Leviatan (Xis, Theo Werneck e Oki Dub) e Xangô Parô (Mauricio Pereira, Mintcho Garramone, Anelis Assumpção e Martim Buscaglia). “Nasci misturando influências, culturas. Isso faz parte do meu modo de criar. O Omindá tem uma presença forte de uma base de orquestra que gravei em Praga. Então, por ser um show-filme, parece uma trilha de longa-metragem, mas tem rap, pop e um pouco de tudo o que me rodeia”, conta. No palco de Omindá, André Abujamra (guitarra, percussão e voz) é acompanhado por Maurício Badé (percussão), Ari Colares (percussão), Eron Guarnieri (piano) e Mano Bap (baixo). E, em projeções, com as quais Abujamra e banda interagem, os 13 artistas e grupos filmados ao redor do mundo, entre os quais a Orquestra Filarmônica de Praga (República Tcheca), o incrível coro The Mystery of the Bulgarian Voices (Bulgária), Zaza Fournier (França), Ballaké Sissoko (Mali), Maria de Medeiros (Portugal), Sasha Vista (Rússia), Oki Kano (Japão), Perota Chingó - Julia Ortiz e Dolores Aguirre (Argentina), Rishab Prasanna e Sharat Srivastava (Índia). AGENDE-SE O quê: 'Omindá - A União das Almas do Mundo pelas Águas', com André Abujamra e banda Quando: nesta quinta-feira (8), às 20h30 Onde: Galpão Multiuso do Sesc Campinas (Rua Dom José I, 270/333, Bonfim) Quanto: de R$ 5,00 a R$ 17,00