PROGRAME-SE

“A Solidão do Feio” leva o legado de homens pretos ao palco

Monólogo performático, encenado e escrito pelo multiartista Sidney Santiago Kuanza, conta a trajetória do jornalista e romancista carioca Lima Barreto

Da Redação/ [email protected]
13/03/2024 às 18:24.
Atualizado em 13/03/2024 às 18:24
Ator Sidney Santiago Kuanza criou a peça na tentativa de ampliar a representação do romancista Lima Barreto, saindo da biografia comum, geralmente divulgada (Divulgação/Fredo Peixoto)

Ator Sidney Santiago Kuanza criou a peça na tentativa de ampliar a representação do romancista Lima Barreto, saindo da biografia comum, geralmente divulgada (Divulgação/Fredo Peixoto)

Um ator em um estúdio improvisado e uma equipe fazem o exercício ficcional de recriar fragmentos da trajetória da vida e obra do escritor Afonso Henrique de Lima Barreto, de forma não cronológica. O espetáculo solo transita por diferentes gêneros teatrais. Sob a perspectiva performática do teatro panfletário — resultado da pesquisa continuada do coletivo “Homens de Cor” —, “Lima Barreto ganha faceta de herói nacional, a partir de seu íntimo”, segundo o ator e autor Sidney Santiago Kuanza. A peça, que chega ao Sesc Campinas, tem apresentação única nesta quarta-feira (13).

A peça contém cinco cenas curtas, prólogo e epílogo, num total de 58 minutos. O espetáculo tem direção compartilhada entre Santiago e a atriz Gabi Costa. O ator se debruçou em estudos sobre o romancista desde 2009 e decidiu criar a obra, na tentativa de ampliar a representação do autor, ao sair da biografia comum, que reduz Lima ao homem negro, literato que foi parar no sanatório por problemas com bebida.

No monólogo, Lima Barreto (1881-1922) é contado em primeira pessoa com suas certezas, contradições e seus sonhos de futuro. Escritor, jornalista e cartógrafo afro-brasileiro, Barreto deixou uma obra impregnada de fatos históricos e de uma perspectiva negra diante das evoluções e retrocessos políticos do Brasil.

“A Solidão do Feio” é parte de um projeto com estudos e reflexões sobre as masculinidades negras que, desde 2014, pesquisa os impactos do racismo na psique, afetividade e subjetividade de homens negros. O monólogo integra uma trilogia intitulada “Masculinidade & Negritude”, que leva o legado político, artístico e cultural de homens negros aos palcos. Assim como Lima Barreto, figura de grande contribuição para a literatura e jornalismo nacionais, João Francisco dos Santos (Madame Satã) e Benjamim de Oliveira são os nomes escolhidos dessa cartografia construída pela Cia. Os Crespos.

PROGRAME-SE

A Solidão Do Feio

Quando: quarta-feira, às 20h

Onde: Teatro do Sesc Campinas – Rua Dom José I, nº 270/333, Bonfim

Ingressos: R$ 12 (credencial), R$ 20 (meia) R$ 40 (inteira)

Informações: Tel.: (19) 3737 1500 –

Instagram @sescspcampinas

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