A sensualidade da disputa nas quadras

O longa-metragem “Rivais” (Challengers, no original), dirigido por Luca Guadagnino – dos aclamados “Me Chame Pelo Seu Nome” e “Até os Ossos” –, chega às salas de cinema de Campinas, contando a história de uma tenista prodígio e o embate entre seu marido e seu ex-namorado. No papel principal, Zendaya – da série “Euphoria” e do filme “Duna” – tem Mike Faist e Josh O’Connor para completar o trio de protagonistas, em roteiro do dramaturgo estreante no cinema, Justin Kuritzkes. "Rivais" mergulha tanto na intensidade da competição esportiva, como nos relacionamentos entre os personagens.

O filme mostra três jovens tenistas em dois momentos distintos. No primeiro, quando os dois jogadores (Faist e O'Connor) disputam a atenção da grande e obstinada promessa (Zendaya). O segundo, anos depois, com a ex-atleta afastada das quadras por causa de uma lesão e casada com um dos antigos pretendentes (e agora campeão renomado) que confronta em quadra o ex-amigo. 

Para os brasileiros, um fato atrativo é a música de Caetano Veloso na trilha sonora. A canção é Pecado, do álbum Fina Estampa, que o artista canta em espanhol. A trilha sonora de Trent Reznor e Atticus Ross ("A rede social") para o filme é formada basicamente por canções de um eurodance desenfreado, mas que se funde de maneira interessante aos jogos.

Apesar dos torneios de tênis serem considerados monótonos e cansativos por quem não acompanha o esporte de perto, o filme consegue trazer uma certa eletricidade e tensão na conexão dos relacionamentos humanos para a tela, reforçados por tomadas de cena diferenciadas. Os ângulos usados por Luca Guadagnino e o diretor de fotografia Sayombhu Mukdeeprom trazem o público para dentro das cenas, explorando diferentes jogos de câmera, como por exemplo o close no suor de um jogador, a visão da bola em movimento, e até o momento em que espectador consegue ver o jogo por debaixo da quadra. 

Apontado como grande papel da carreira de Zendaya, Tashi é uma personagem intensa, sensual e que permite explorar sua maturidade em cena. 

A atriz de 27 anos já foi indicada duas vezes ao Emmy pelo papel de Rue em “Euphoria”, e foi premiada por sua atuação na última temporada. Agora, ela se entrega ao cinema mais dramático, deixando de lado também as fantasias e aventuras de super-heróis, como em “Duna” e “Homem-Aranha”. Em entrevista à imprensa dos Estados Unidos, ela comentou sobre essa questão e sobre como foi trabalhar com o diretor italiano.

"O Luca [Guadagnino, diretor do filme] é realmente bom em encontrar sensualidade e desejo. Eu senti que foi um bom passo para um papel mais adulto”, acrescentou.

Josh O’Connor traz a seu personagem o charme e timing cômico suficientes para acompanhar o trabalho dramático que já fazia desde as exibições de suas temporadas em The Crown. Já Mike Faist passa por uma transformação física surpreendente e caminha para o espectro mais calmo e romântico, porém, não menos ambicioso. O trio de protagonistas, além das cenas esportivas, também teve que interpretar os personagens na adolescência e na vida adulta.

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