NOVELA

"A Regra do Jogo" prometeu mais do que cumpriu

O folhetim de João Emanuel Carneiro, que está na reta final, parecia que iria estourar a audiência, pelo elenco de peso e bom roteiro, mas acabou naufragando

TV Press
05/03/2016 às 21:33.
Atualizado em 23/04/2022 às 01:43
Alexandre Nero interpreta Romero, na novela global 'A Regra do Jogo': capítulos finais (TV Press/Divulgação)

Alexandre Nero interpreta Romero, na novela global 'A Regra do Jogo': capítulos finais (TV Press/Divulgação)

"A Regra do Jogo", na Globo, foi uma daquelas novelas que começam a ser comentadas antes mesmo da estreia. Com elenco de peso e o bom desempenho da dupla João Emanuel Carneiro e Amora Mautner em "Avenida Brasil", era de se esperar uma trama atraente, com o enredo bem amarrado. Os "teasers" brincando com a dubiedade dos personagens atiçou a curiosidade, que acabou naufragando depois. Logo de cara foi possível ver quem seriam os mocinhos e vilões. A narrativa de João Emanuel se aproxima ao formato de uma série - característica evidenciada ainda pelos capítulos com títulos. No entanto, o problema é que o enredo central não rendeu. A facção e seus participantes formaram uma confusa cadeia de acontecimentos, quase todos mal detalhados. Era como se as atrocidades cometidas por seus membros não precisassem ser explicadas. Como acontece nas novelas, os núcleos periféricos servem para suavizar a história. Ou então para dar um "respiro" cômico para o folhetim. No caso de "A Regra do Jogo", praticamente todas essas histórias tinham muito "pano para manga". A família de Feliciano, interpretado por Marcos Caruso, as enrolações sentimentais de Merlô, de Juliano Cazarré, o hostel de Adisabeba, personagem de Susana Vieira, e tantos outros foram esquecidos pelo autor. Com bons momentos e alguns capítulos de maior relevância, essas tramas acabaram de lado. Talvez porque tenha dado muito trabalho conseguir achar algum sentido para as motivações da facção comandada por Gibson, de José de Abreu. O que segurou "A Regra do Jogo" de um fiasco total foram as boas atuações. Giovanna Antonelli, como sempre, roubou a cena. Atena, sua personagem, desfilou por praticamente todos os núcleos e teve importância fundamental no folhetim. A "dobradinha" da atriz com Tonico Pereira, o Ascânio, rendeu ótimas cenas. Deborah Evelyn, que entrou na reta final como a sofrida Kiki, deu um gás na monótona e pouco crível história da facção. Com um papel fraco e à frente de um personagem bobo, Marco Pigossi conseguiu ofuscar a fraca atuação de Cauã Reymond, cotado para ser o mocinho da novela. Quando "A Regra do Jogo" acabar, na próxima sexta-feira (11), será difícil fazer uma sinopse ou até mesmo um breve resumo da novela. Com o roteiro tão frouxo e perdido, é quase impossível resumir.

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