BOHEMIAN RAPSODY

A homenagem boêmia e poética

Depois de anos de espera por um filme biográfico de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, Queen, os fãs podem, agora, comemorar.

Beatriz Maineti
cidades@rac.com.br
03/11/2018 às 10:54.
Atualizado em 05/04/2022 às 22:30

Depois de anos de espera por um filme biográfico daquela que é considerada uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, Queen, os fãs podem, agora, comemorar. Bohemian Rapsody, longa que conta a história da banda e de seu vocalista excêntrico Freddie Mercury, chegou aos cinemas e já lotou salas de exibição ao redor do mundo, mas ninguém sai decepcionado. O filme honra o nome do cantor e da banda, e faz jus a expectativa que o cercava. Sem dúvida para quem assiste, é arrepiante ouvir e ver Freddie Mercury nas telonas. Bohemian Rapsody demarca um solo de lendas. O longa deixa pontos muitos claros, e um deles é que Freddie era uma lenda, e isso escândalo, festa, drogas ou amante nenhum vai mudar. Porém, marca a ascensão de novas lendas, como o diretor, Bryan Singer, o roteirista e criador da ideia original Anthony McCarten e seu parceiro, Peter Morgan. O diretor e o roteirista capturaram a essência dos quatro integrantes da banda, e transformaram sua história em algo mais próximo do público. Com fotografia, figurino e filmagens exemplares, isso sem falar na trilha sonora obviamente cativante, o filme traz emoções de show ao vivo, colocando o público, confortavelmente sentado nas cadeiras dos cinemas, dentro do estádio de Wembley, no histórico Live-AID, no Rock In Rio de 1995 e dentro de suas turnês. Para os fãs mais céticos, que temiam que o longa se tornasse uma narrativa da vida escandalosa do cantor, o medo passou longe dos sets de filmagem. Contando uma história mais real da vida de Freddie Mercury, transformando-o mais em ser humano do que em mito, o roteiro faz com que uma vida mais próxima seja relatada. O diretor e seus companheiros optaram por mostrar os anseios e medos de um sucesso prometido, mostrando sua dificuldade de aceitação, sua difícil relação com o pai, sua autoestima quase inexistente e sua solidão instaurada. Mercury se vê preso a sua personalidade performática e sozinho, sem alguém que o entenda completamente. Com isso, ele passa por conflitos relatados ao longo das duas horas e 15 minutos de duração. Justamente por ser um personagem complexo e de grandes nuances, Rami Malek, responsável por dar vida ao cantor, merece todos os méritos. Quase idêntico a Mrcury, a única coisa que o distingue é o tamanho, já que o ator não parece ter a mesma estrutura óssea do personagem. Mas isso não o atrapalha em nada. Sua segurança frente aos outros e carência quando só são evidentes, e o trabalho de preparação é exemplar. Seus movimentos em cima do palco são representações perfeitas do que era nos shows ao vivo do Queen, e seus movimentos seguem o do Freddie Mercury principal em suas aparições. Os fãs da banda que entram nas salas de cinema afirmam sair “arrepiados”, “emocionados” e “extasiados” por ver o ídolo novamente. A atuação de Malek honra o cantor, e o teria deixado orgulhoso. Outro ponto que merece destaque é a química entre o ator de Lucy Boynton, encarregada de dar vida a Mary Austin, o amor da vida de Mercury. O que o longa evidencia é que o amor dos dois transcendia o físico e a paixão romântica, e se tornava algo muito mais forte, como um ímã que os mantém conectados. Os dois atores se mantém entrelaçados um ao outro em todos os momentos do filme, mesmo quando o relacionamento amoroso chega ao seu fim e Mary se vê obrigada a dar um passo para trás para poder seguir com sua vida. Mesmo nesse momento, ela ainda é o porto seguro de Freddie, e se mantém perto para salvá-lo quando ele estivesse perdido, longe de casa. Seu maior vilão, Paul Preenter, é brilhantemente colocado por Allen Leech, que assume sua personalidade de lobo em pelo de cordeiro, e leva o cantor ao fundo – solitário – do poço. Além dele, as atuação de Joseph Mazzello, Gwilym Lee e Ben Hardy, respectivamente John Deacon, Bryan May e Roger Taylor, precisam ser creditadas. A forma como eles se parecem com as pessoas que interpretam é estonteante, e a semelhança chega a ser emocionante. E Aaron McCusker, que vive a felicidade de Freddie em seus últimos meses de vida, Jim Hutton, é quase apaixonante. Com o elenco e a direção que possuía, Bohemian Rapsody falhar era uma missão impossível. Por isso, seu sucesso já é estrondoso, mesmo estando há poucos dias em exibição. Afinal, a veracidade não tem como ser contestada, já que os membros remanescentes do Queen assinam a produção, assim como o renomado ator Robert De Niro. Emocionante, o filme já deixou sua marca no coração dos fãs, e até daqueles que não chegaram a presenciar a exuberante vida de Freddie Mercury, e que só tiveram contato com a banda através de suas apresentações extras em festivais, como o Rock In Rio, em 2015, com o cantor Adam Lambert. Todos os elementos justificam as salas lotadas, e a homenagem, bem prestada, traz lágrimas aos olhos dos expectadores. God save the Queen!

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