Depois de anos de espera por um filme biográfico de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, Queen, os fãs podem, agora, comemorar.
Depois de anos de espera por um filme biográfico daquela que é considerada uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, Queen, os fãs podem, agora, comemorar. Bohemian Rapsody, longa que conta a história da banda e de seu vocalista excêntrico Freddie Mercury, chegou aos cinemas e já lotou salas de exibição ao redor do mundo, mas ninguém sai decepcionado. O filme honra o nome do cantor e da banda, e faz jus a expectativa que o cercava. Sem dúvida para quem assiste, é arrepiante ouvir e ver Freddie Mercury nas telonas. Bohemian Rapsody demarca um solo de lendas. O longa deixa pontos muitos claros, e um deles é que Freddie era uma lenda, e isso escândalo, festa, drogas ou amante nenhum vai mudar. Porém, marca a ascensão de novas lendas, como o diretor, Bryan Singer, o roteirista e criador da ideia original Anthony McCarten e seu parceiro, Peter Morgan. O diretor e o roteirista capturaram a essência dos quatro integrantes da banda, e transformaram sua história em algo mais próximo do público. Com fotografia, figurino e filmagens exemplares, isso sem falar na trilha sonora obviamente cativante, o filme traz emoções de show ao vivo, colocando o público, confortavelmente sentado nas cadeiras dos cinemas, dentro do estádio de Wembley, no histórico Live-AID, no Rock In Rio de 1995 e dentro de suas turnês. Para os fãs mais céticos, que temiam que o longa se tornasse uma narrativa da vida escandalosa do cantor, o medo passou longe dos sets de filmagem. Contando uma história mais real da vida de Freddie Mercury, transformando-o mais em ser humano do que em mito, o roteiro faz com que uma vida mais próxima seja relatada. O diretor e seus companheiros optaram por mostrar os anseios e medos de um sucesso prometido, mostrando sua dificuldade de aceitação, sua difícil relação com o pai, sua autoestima quase inexistente e sua solidão instaurada. Mercury se vê preso a sua personalidade performática e sozinho, sem alguém que o entenda completamente. Com isso, ele passa por conflitos relatados ao longo das duas horas e 15 minutos de duração. Justamente por ser um personagem complexo e de grandes nuances, Rami Malek, responsável por dar vida ao cantor, merece todos os méritos. Quase idêntico a Mrcury, a única coisa que o distingue é o tamanho, já que o ator não parece ter a mesma estrutura óssea do personagem. Mas isso não o atrapalha em nada. Sua segurança frente aos outros e carência quando só são evidentes, e o trabalho de preparação é exemplar. Seus movimentos em cima do palco são representações perfeitas do que era nos shows ao vivo do Queen, e seus movimentos seguem o do Freddie Mercury principal em suas aparições. Os fãs da banda que entram nas salas de cinema afirmam sair “arrepiados”, “emocionados” e “extasiados” por ver o ídolo novamente. A atuação de Malek honra o cantor, e o teria deixado orgulhoso. Outro ponto que merece destaque é a química entre o ator de Lucy Boynton, encarregada de dar vida a Mary Austin, o amor da vida de Mercury. O que o longa evidencia é que o amor dos dois transcendia o físico e a paixão romântica, e se tornava algo muito mais forte, como um ímã que os mantém conectados. Os dois atores se mantém entrelaçados um ao outro em todos os momentos do filme, mesmo quando o relacionamento amoroso chega ao seu fim e Mary se vê obrigada a dar um passo para trás para poder seguir com sua vida. Mesmo nesse momento, ela ainda é o porto seguro de Freddie, e se mantém perto para salvá-lo quando ele estivesse perdido, longe de casa. Seu maior vilão, Paul Preenter, é brilhantemente colocado por Allen Leech, que assume sua personalidade de lobo em pelo de cordeiro, e leva o cantor ao fundo – solitário – do poço. Além dele, as atuação de Joseph Mazzello, Gwilym Lee e Ben Hardy, respectivamente John Deacon, Bryan May e Roger Taylor, precisam ser creditadas. A forma como eles se parecem com as pessoas que interpretam é estonteante, e a semelhança chega a ser emocionante. E Aaron McCusker, que vive a felicidade de Freddie em seus últimos meses de vida, Jim Hutton, é quase apaixonante. Com o elenco e a direção que possuía, Bohemian Rapsody falhar era uma missão impossível. Por isso, seu sucesso já é estrondoso, mesmo estando há poucos dias em exibição. Afinal, a veracidade não tem como ser contestada, já que os membros remanescentes do Queen assinam a produção, assim como o renomado ator Robert De Niro. Emocionante, o filme já deixou sua marca no coração dos fãs, e até daqueles que não chegaram a presenciar a exuberante vida de Freddie Mercury, e que só tiveram contato com a banda através de suas apresentações extras em festivais, como o Rock In Rio, em 2015, com o cantor Adam Lambert. Todos os elementos justificam as salas lotadas, e a homenagem, bem prestada, traz lágrimas aos olhos dos expectadores. God save the Queen!