No aniversário da Capital do Estado, o Caderno C lista alguns álbuns que são a cara da metrópole
Capa do disco 'Adoniran Barbosa', lançado em 1974 pela extinta Odeon ( Divulgação)
A cidade de São Paulo completa neste domingo (25) 461 anos. Muitas foram as mudanças estruturais, estéticas e econômicas, sem falar no crescimento populacional. No aspecto cultural, além de absorver elementos da cultura europeia, sofreu forte influência dos migrantes nordestinos. No que se refere à música, foi berço de bandas de rock, casa de grande compositores de samba e foco do movimento oitentista Vanguarda Paulistana. Esses artistas retrataram as várias faces da metrópole em suas canções. São dezenas de exemplos, que vão da banda de rock Ira! ao sambista Eduardo Gudin, passando por Demônios da Garoa, Carlinhos Vergueiro, Germano Matias, Quinteto em Branco e Preto, Virgínia Rosa, Eliete Negreiros e Inezita Barroso, entre outros. Mas, alguns discos se sobressaem, e o Caderno C listou dez que mostram bem o perfil da “Terra da Garoa”. A começar por Adoniran Barbosa, no disco homônimo lançado em 1974, pela extinta Odeon, que traz sucessos como 'Saudosa Maloca' e 'Trem das Onze'. Adoniran retratou como poucos a cidade, especialmente os bairros do Bixiga e Barra Funda e a influência italiana. No mesmo ano, Plínio Marcos contou a história de três dos maiores nomes do samba paulista — Geraldo Filme, Toniquinho Batuqueiro e Zeca da Casa Verde —, com sambas de sua autoria, no LP 'Plínio Marcos em Prosa e Samba: Nas Quebradas do Mundaréu'. Ainda no samba, 'Onze Sambas e Uma Capoeira' (1967) é uma das pérolas de Paulo Vanzolini. Nesse período, também surgiram grandes bandas paulistanas de rock, como Os Mutantes, que trouxe a psicodelia à música brasileira — vide o primeiro LP, homônimo, de 1968. Nessa época, Rita Lee, “a mais perfeita tradução” de São Paulo, segundo Caetano Veloso cantou no clássico 'Sampa', estava na formação. O grupo teve relacionamento estreito com artistas da Tropicália. Caso do baiano Tom Zé, figura que se tornou emblemática em São Paulo. Seu primeiro disco, homônimo, de 1968, traz a faixa 'São São Paulo'. Na Capital também surgiu a Vanguarda Paulistana, tendo como um dos ícones Itamar Assumpção. 'Beleléu, Leléu, Eu', primeiro álbum do cantor e compositor, juntamente com a banda Isca de Polícia, em 1980, foi um marco da Vanguarda. Na década de 80 também veio o emblemático disco 'Cabeça de Dinossauro', dos Titãs, que reúne 'O Quê?', 'Bichos Escrotos', 'Estado Violência' e 'Polícia', entre outras canções marcantes e provocativas. O rock, seja psicodélico, heavy metal ou punk, marca a história musical de São Paulo. São inúmeras as bandas que nasceram lá e, além das já citadas, o Ira! faz o recorte das mazelas do lugar no disco homônimo, de 1983, que traz a música 'Pobre Paulista'. Outro gênero que é a cara de Sampa é o rap, bem representado pelos Racionais MC’s e o CD 'Sobrevivendo no Inferno', de 1997, cujo maior sucesso é a faixa 'Diário de um Detento', sobre o cotidiano do extinto Carandiru. E, para fechar a lista, Paulinho Nogueira com 'Água Branca' (1983), no qual cantou o parque de mesmo nome na Capital. O músico nasceu em Campinas e foi o inventor da craviola, mistura de cravo e viola. Dez discos que retratam São Paulo 'Adoniran Barbosa' (Adoniran Barbosa, 1974) 'Sobrevivendo no Inferno' (Racionais MC’s, 1997) 'Onze Sambas e Uma Capoeira' (Paulo Vanzolini, 1967) 'Grande Liquidação' (Tom Zé, 1968) 'Beleléu, Leléu, Eu' (Itamar Assumpção, 1980) 'Os Mutantes' (Os Mutantes, 1968) 'Ira!' (grupo Ira!, 1983) 'Plínio Marcos em Prosa e Samba: Nas Quebradas do Mundaréu' (Plínio Marcos, com participação do Geraldo Filme, 1974) 'Cabeça de Dinossauro' (Titãs, 1986) 'Água Branca' (Paulinho Nogueira, 1983)