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A arte urbana transforma o Centro de Campinas em imensa galeria a céu aberto

O Centro de Campinas está recebendo várias intervenções de arte urbana que têm o objetivo de chamar a atenção das pessoas para diferentes linguagens artísticas de rua

Cibele Vieira/ cadernoc@rac.com.br
08/04/2024 às 09:44.
Atualizado em 08/04/2024 às 09:44

O projeto, intitulado "O que os olhos não veem", é coordenado pela arquiteta e muralista Gislaine Martins, a Gim: objetivo é estimular um olhar mais atento para a arte urbana (Vars e Anna)

Passando rapidamente pelo Centro de Campinas, na corrida do dia a dia, podemos ser surpreendidos com reflexões provocadas por uma pintura colorida, ou uma pichação agressiva, ou uma escultura instalada estrategicamente ali no meio do caos urbano. É o que pretende a exposição "O que os olhos não veem", que instiga as pessoas a vivenciarem o Centro de Campinas com um olhar mais sensível para a arte urbana, entendendo suas diferenças. O projeto, que tem apoio de um edital Proac, é coordenado pela arquiteta e muralista Gislaine Martins (conhecida por Gim) e envolve intervenções em muros, prédios e praças, incluindo recursos de realidade aumentada. Os locais foram escolhidos estrategicamente para possibilitar, em maio, visitas guiadas passando por todas as obras.

“Eu tinha essa vontade de mesclar diferentes vertentes da arte urbana e conectar os artistas e esses espaços com criatividade e inovação, moldando o urbano e transformando Campinas em uma galeria de arte a céu aberto, ampliando o entendimento e estimulando uma visão mais atenta para esse tipo de arte”, comenta a artista Gim, que conseguiu a aprovação de seu projeto pelo Proac Municipal para “Exposições Inéditas”.

O projeto foi aprovado em 2023 para ser realizado entre janeiro e maio deste ano em quatro etapas, duas delas já concluídas. A primeira foi desenvolvida nos meses de janeiro e fevereiro, com a realização de oficinas abertas e gratuitas de Muralismo, Grafitti, Realidade Aumentada, Mobiliário Urbano, Escultura e Stencil, oferecidas por dez artistas participantes do projeto e o envolvimento de aproximadamente 200 pessoas, entre adultos e crianças, que se inscreveram pelas redes sociais.

A segunda etapa, de pinturas em muros e prédios, já tem quatro intervenções concluídas. A primeira é a pintura da empena no prédio da Av. Francisco Glicério, nº 1.663, onde Gislaine Martins executou a obra “Afeto e Confiança”, sendo que os pichadores Israel, Kbal, Angela Preciosa, Bocão e Toxico foram convidados para também compor a obra. Quem fez ainda parte de sua equipe de assistência de execução foram os artistas Marta Miss e Chorão.

O muro do casarão histórico, onde está sediado o coletivo “Fêmea Fábrica” (na Rua Barão de Jaguara, nº 576), ganhou a arte do artista e muralista Diego Oscar Garcia.

Já o DinkCentro Educacional Integrado, que sedia o Espaço Cultural Marco do Valle, recebeu a pintura artística executada por Ewerton Rodrigues e ganhou o nome de “Pedagoginga”.

Outro grande mural do projeto que foi concluído na última sexta-feira, dia 5, foi o do muro que cerca o antigo Poli Bentinho (hoje Escola Municipal de Ensino Fundamental para Jovens e Adultos) na esquina das Ruas Luzitana e Barreto Leme. A extensa obra foi realizada em conjunto pelos artistas do grafitti Marta Miss, Estela Luz, Sara Rezende, Furto e Chorão.

Uma outra arte de pintura mural está prevista para ser realizada pela artista Simone Siss no dia 2 de maio, no Centro Educacional Integrado (CEI), na Rua Dr. Quirino, nº 1.856. Uma novidade nessas pinturas é que elas receberão um QR Code que possibilitará, a quem passar pelo local e apontar o celular, ter uma experiência de realidade aumentada. A inovação se entrelaça com a tradição à medida que as obras de arte se tornam NFTs (Tokens Não Fungíveis), ou seja, cada criação ganhará vida digital, revelando camadas ocultas e interações dinâmicas. “Essa fusão de arte urbana, tecnologia e interatividade não apenas enriquece o cenário urbano, mas também cria uma ponte entre o físico e o digital, expandindo os limites da experiência artística”, complementa Gim. Para ela, "O que os Olhos Não Veem" não é apenas uma exposição, mas uma jornada imersiva que convida a comunidade a redescobrir a cidade que habita, revelando um mundo de possibilidades além do que os olhos podem inicialmente captar.

Outras intervenções que serão realizadas em abril abrangem duas praças públicas. O Largo do Rosário receberá a instalação de uma escultura metálica criada pelo artista Robinson José da Silva, com o nome “Através da tela”. Já o Largo do Pará ganhará uma peça de mobiliário urbano, o “Banco W”. Criado pelo artista e designer Gabriel Pundek Scapinelli, a peça tem como base dormentes de trilhos de trem e usa em sua estrutura madeira revestida de papelão laminado com fibra de vidro e epóxi, no formato de um “divã público”.

A proponente do projeto explica que “os artistas convidados mergulham nas profundezas da expressão urbana, explorando diferentes vertentes e técnicas, desde o graffiti vibrante e histórico até o lambelambe nostálgico, o stencil preciso, a escultura impactante, o mobiliário urbano funcional e o muralismo imponente. O tema central, ‘O que os Olhos Não Veem’, tece um fio condutor por entre as diversas manifestações artísticas. Cada artista, munido de sua visão única, desafia os transeuntes a enxergarem além da superfície cotidiana da cidade”. Tudo isso poderá ser observado em detalhes e de maneira conjunta em maio, quando serão programadas visitas guiadas ao percurso das obras, em data que ainda será divulgada.

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