60 anos do MACC: mais arte e educação

O Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) celebra 60 anos de história em 2025 – décadas marcadas por centenas de exposições, atividades educativas e culturais. Em comemoração, será lançado neste sábado (dia 24), às 11h, o projeto “Repertório Aberto” que, durante 11 meses, promoverá várias medidas para ampliar o vínculo do museu com o público: aumento das visitas escolares, reforço da equipe educativa, oficinas, melhorias estruturais e encontros com profissionais de educação. A abertura acontecerá durante o lançamento da exposição coletiva “Isso é Livro? Livros de artista como possibilidade poética”, com curadoria de Fabíola Bastos Notari. 

O projeto “Repertório Aberto” foi idealizado pelas produtoras Andrea Mendes e Paula Monterrey, que o desenvolveram nos últimos 12 meses, comprometidas com políticas públicas, arte educação e formação crítica. Segundo elas, o projeto traduz a potência transformadora do MACC como um espaço vivo, em constante movimento, capaz de gerar experiências plurais e afetivas com a arte. 

Para tanto, foram analisadas as necessidades de aprimoramento estrutural e o potencial cultural e educativo do MACC – que recebe, em média, duas mostras a cada dois meses. As atividades – viabilizadas pelo Programa de Ação Cultural de São Paulo (ProAc) – serão desenvolvidas no decorrer dos próximos meses, com a expectativa de torná-las permanentes. 

EDUCAÇÃO 

O projeto “Repertório Aberto” tem, entre seus pilares, a formação de arte-educadores e a realização de um programa educativo voltado a estudantes. O foco é aumentar o número de estudantes que passam pelo MACC ao mês e, para receber esse público, foi viabilizada a ampliação do número de profissionais especialistas em atendimento de seis para 10 educadores, em processo seletivo. “O MACC será o único museu de Campinas com esse recurso permanente – ter educadores presentes durante todo o período de funcionamento para dar orientações e transmitir conhecimento”, ressaltou Andrera Mendes. Os educadores serão agrupados em turnos pela manhã e à tarde, com a expectativa de estender a ação para o período noturno – o que está em processo de negociação. A disponibilidade desse atendimento viabilizará visitas guiadas e explicativas. 

Além disso, o projeto prevê a formação de arte-educadores para capacitar, de forma prática, profissionais de educação de Campinas em conhecimento museológico, por meio do uso da memória, tecnologia, acessibilidade e atendimento. A formação contará com participações especiais e de referência, como Luciara Ribeiro e Mirela Estelles. 

Isso será acompanhado por melhorias estruturais e de acessibilidade, com um projeto arquitetônico englobando a reformulação da entrada do museu, troca do mobiliário, inclusão de guarda-volumes, ampliação da área de atendimento, disponibilização de equipamentos de áudio-descrição e fones de ouvido em meio às exposições, além de um mapa tátil no piso para orientar o trajeto. Haverá também adequações na sala multiuso, que vai receber novos equipamentos eletrônicos e mobiliário para atender à necessidade básica para os encontros educativos e formativos. 

“Acredito que essas atividades vão abrir portas em Campinas, para estender e reverberar os resultados culturais e educativos às demais instituições. Esse é o nosso desejo”, afirmou Andrea.

Uma exposição em celebração dos 60 anos do MACC será realizada, provavelmente em setembro, e vai contar com um catálogo comemorativo da história do museu. E ao final do projeto, haverá o “Encontro Formativo”, que vai reunir artistas e profissionais referência nas áreas de educação, cultura e arte, além de profissionais que marcaram a história do MACC.

TRAJETÓRIA

Dentre as ações que marcaram a história do museu, Andrea Mendes lembra do projeto educativo “MACCinho”, desenvolvido no início dos anos 2000 para o público infantil, por isso o nome. A atividade atendeu crianças e jovens de escolas públicas de Campinas e “foi um sucesso”, com oficinas de arte, ateliê de produção, materiais impressos e trabalhos educativos. 

Várias exposições foram exibidas no MACC, dentre elas a mostra “Dalí Monumental”, de 2003, com obras do artista Salvador Dalí. “Este foi um super sucesso que não tem como ser esquecido.” Há vários artistas que também marcaram a história do museu, como Egas Francisco, Thomaz Perina, Francisco Biojone, José Roberto Aguilar, Mira Schendel, Tomie Othake e o Grupo Vanguarda.

PROGRAME-SE 

Abertura e apresentação do projeto ‘Repertório Aberto’ 

Quando: Sábado (dia 24), às 11h 

Onde: Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) Rua Benjamin Constant, 1.633, Centro 

Entrada gratuita e aberta ao público 

Informações: Fone MACC: 2515-7095 

Agendamento de visitas por e-mail: [email protected]

Siga o perfil do Correio Popular no Instagram