Cerca faz parte de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com Ministério Público Federal (MPF)
Obra começou no início do ano passado, mas foi paralisada para consulta pública (Cesar Rodrigues/ ANN)
Local de acidentes e atropelamentos, a área no entorno da linha do trem da América Latina Logística (ALL) que corta a cidade de Sumaré, está sendo cercada, como parte de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre Ministério Público Federal (MPF), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Prefeitura e empresa. A obra começou no início do ano passado, mas foi paralisada para consulta pública. Parte do alambrado de dois metros de altura já está finalizado. Ele cerca a parte de divisa entre linha de trem e avenida João Argenton, região central de Sumaré. No outro lado da linha, divisa com residências, não há muro. A medida faz parte do acordo que também foi feito com as prefeituras de Hortolândia e Campinas, para melhorar os trechos das malha ferroviária que passam por estas cidades. Para cada uma das cidades que fazem parte do acordo com o MPF, foram determinadas obras a serem realizadas pela ALL e obras complementares executadas pelas prefeituras. A obra em Sumaré é a primeira entre as cidades do TAC.A proposta é que os alambrados impeçam o acesso aos trilhos entre as duas passagens em nível para pedestres e uma para carros. As intervenções atuais são voltadas exclusivamente para pedestres. Ontem, equipe de uma empresa terceirizada contratada pela ALL terraplanava parte da área do alambrado. O TA foi exigência do MPF em função de inquéritos civis públicos que já tramitavam desde 2008 sobre a área. O Termo estabelece as responsabilidades dos municípios e da ALL para a realização das obras de melhorias e segurança.Em Sumaré, as intervenções que cabem à concessionária incluem a construção das passagens em nível para pedestres (serão três pontos no Primavera e um Lucélia), com a instalação de direcionadores de fluxo - que são transposições melhor estabelecidas para garantir mais segurança e conforto aos pedestres e a usuários com mobilidade reduzida ou cadeirantes que poderão acessar o trecho por meio de rampas de acessibilidade.De acordo com a ALL, o mesmo padrão já foi utilizado nos municípios de Ourinhos e São Carlos, e também nas vizinhas cidades de Nova Odessa e Americana. Intertítulo - MoradoresAs obras do alambrado são alvos de críticas dos moradores. Para a aposentada Helena Moraes, de 80 anos, as obras não deveriam ter parado e ficaram "abandonadas" . "Ladrões vinham roubar o material de construção. Isso é coisa mal programada. Eu vivo caindo na calçada, já quebrei dois braços. Preciso que isso seja finalizado" , disse. O ajudante de produção Natalino dos Anjos, de 60 anos, afirmou que a obra é positiva, mas deveria ser feita de outra forma. "Seria melhor se fosse uma passagem elevada. Assim não vai adiantar muito, porque temos que passar na linha, ainda" , disse. A ALL disse que o projeto tem a devida aprovação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que é o órgão responsável por avaliar esse tipo de obra. AcidentesA linha de trem em Sumaré tem histórico de acidentes. O último ocorreu em abril de 2013, quando a universitária Keully Costa Ribeiro, de 20 anos, morreu após ser atropelada por uma picape Pampa e arrastada por cerca de 20 metros por um trem, no Jardim Primavera. Ela pilotava uma moto quando foi atingida. Keully e a motocicleta foram arremessadas para a linha de trem e ela não conseguiu sair do trilho de trem a tempo.