Proteção

Entidade pede o fim do uso de marfim e pele animal em cultos religiosos

Para a ENPA, Vaticano favorece a caça e morte de animais do continente africano

15/10/2012 às 17:10.
Atualizado em 26/04/2022 às 20:21

A ENPA ( Entidade Nacional de Proteção Animal), que tem sede na Itália, enviou ao Papa Bento 16 e ao Vaticano um manifesto no qual pede o fim do uso de marfim e pele animal com finalidade religiosa. Segundo a instituição, ao utilizar objetos de marfim em suas cerimônias, a Igreja acaba alimentando a caça e a morte de muitos animais, como os elefantes.

De acordo com a ENPA, países como China e Filipinas são os principais compradores de elefantes, que são mortos para a retirada do marfim. Ao redor do mundo, 176 países já proibiram o comércio de marfim. Para tentar forçar a proibição também no Vaticano, a instituição criou uma petição online pedindo o apoio das pessoas de todas as nacionalidades.

“Com esta petição pretendemos pedir a Sua Santidade, papa Bento 16 e a todo o Estado do Vaticano que desistam de comprar e utilizar marfim e pele de arminho (espécie de doninha), pois isso provoca a morte de milhares de animais, inclusive protegidos por legislação”, afirma a ENPA, no texto publicado junto à petição, disponível nos sites avaaz.org e change.org.

Só no ano passado, cerca de 25 mil elefantes foram mortos apenas na África subsaariana (que compreende a região ao sul do Deserto do Saara). “Dali, o marfim é transportado até as Filipinas, onde é transformado em cruzes católicas, estátuas, ou é encaminhado para a Tailândia ou para a China para ser transformado em símbolos budistas ou taoistas”, reforça a entidade.

“Dado que algumas populações de elefantes estão em iminente perigo de extinção, o Vaticano poderia fazer um gesto positivo proibindo a presença de marfim nas missas e apoiando a convenção internacional de 1989 sobre o tema. Deus ficará seguramente grato ao ver que Suas criaturas vivem serenas nas savanas em vez de serem reduzidas a pingentes, miniaturas e crucifixos feitos de sangue inocente”, explica o criador da petição, Mario Righi.

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